A Escola de Artes Visuais do Parque Lage anunciou nesta segunda-feira, 11 de abril de 2022, o arte-educador, museólogo e curador Alberto Saraiva (Manaus, Amazonas, 1967) como o novo diretor executivo da instituição.
Nomeado por Danielle Barros, secretária de estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, com aprovação do Conselho da Associação dos Amigos da Escola de Artes Visuais (Ameav), Saraiva substitui a jornalista Yole Mendonça, que ocupou o cargo por cerca de dois anos, até 11 de fevereiro.
Graduado em Educação Artística e Museologia, com pós-graduação em Arte e Filosofia, Alberto é mestrando em museologia pela UniRio. Ex-aluno da EAV Parque Lage nos anos 1990, frequentou os cursos dos professores Gianguido Bonfanti, Katie van Scherpenberg, José Maria Dias da Cruz e Adriana Varela, com interesse nas áreas de desenho, pintura, estudos de cor e videoarte.
Ainda na década de 1990, colaborou para a criação do então Centro Cultural Telemar, hoje conhecido como Oi Futuro, tendo atuado na concepção curatorial de artes visuais, bem como nas gerências de educação e museologia, posteriormente assumindo a curadoria da mesma instituição.
Com extensa produção teórica sobre arte e tecnologia, videoarte, poesia visual, fotografia e pintura, desenvolveu trabalhos de curadoria para equipamentos internacionais como a Maison Européenne de La Photographie (Paris – França) e o Open Arts Project Varsóvia (Polônia). Em 2015, foi co-curador no Pavilhão Vozes Indígenas, na Bienal de Veneza. Também participou das Bienais de Curitiba e Del Fin Del Mundo.
Sobre as diretrizes de sua gestão, Saraiva informa: “Será voltada para o fortalecimento da Escola ao longo das próximas décadas, incrementando a grade curricular e consolidando parcerias com outras instituições de ensino. Quero desenvolver uma programação com ênfase na produção dos professores, valorizando esse capital simbólico inquestionável que formou a EAV Parque Lage”.
Saraiva, que também é pintor, avisa que sua atuação na Escola de Artes Visuais não se restringirá às funções executivas: “Vou dar aulas de pintura nas manhãs de sábado”.
Marcelo Viveiros de Moura, presidente da Ameav, comenta que a associação recebe com muito entusiasmo a nomeação de Alberto: “É um quadro técnico, com uma qualificação excepcional, que temos a certeza de que será excelente para o desenvolvimento da EAV”.
A Escola de Artes Visuais do Parque Lage é um equipamento vinculado à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro.
Sobre a EAV
A Escola de Artes Visuais do Parque Lage foi criada em 1975, pelo artista Rubens Gerchman, para substituir o Instituto de Belas Artes (IBA). Seu surgimento acontece em plena Guerra Fria na América Latina, durante o período de forte censura e repressão militar no Brasil. A EAV afirma-se historicamente por seu caráter de vanguarda, como marco da não conformidade às fronteiras e categorias, e propõe regularmente perguntas à sociedade por meio da valorização do pensamento artístico.
Alguns exemplos marcantes da história do Parque Lage são a utilização do palacete como sede do governo da cidade de Alecrim em Terra em Transe, dirigido por Glauber Rocha em 1967; e a exposição “Como Vai Você, Geração 80?”, que reuniu 123 jovens artistas de diferentes tendências numa mostra que celebrava a liberdade e o fim do regime militar. O palacete em estilo eclético foi também palco de “Sonhos de uma noite de verão”, clássico shakespeariano, e serviu como locação para Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade.
A Escola de Artes Visuais do Parque Lage está voltada prioritariamente para o campo das artes visuais contemporâneas, com ênfase em seus aspectos interdisciplinares e transversais. Abrange também outros campos de expressão artística (música, dança, cinema, teatro), assim como a literária, vistos em suas relações com a visualidade. As atividades da EAV contemplam tanto as práticas artísticas como seus fundamentos conceituais.
A EAV Parque Lage configura-se como centro educacional aberto de formação de artistas e profissionais do campo da arte contemporânea. Como referência nacional, com uma consistente imagem no meio da arte, a EAV busca criar mecanismos internos e linhas de atuação externa que permitam um diálogo produtivo com a cidade e com o circuito de arte nacional e internacional. A instituição integra a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do estado do Rio de Janeiro.