Descarbonário é um livro sobre as andanças e peripécias no universo dos que lidam com um dos mais graves problemas da humanidade: as mudanças climáticas. Alfredo Sirkis é dos percursores da causa ambientalista no Brasil. Ele explica a crise climática global e seus reflexos aqui e no resto do mundo. É uma narrativa em primeira mão de quem participou como membro da delegação brasileira e personalidade ambientalista, das diversas conferências internacionais.
O olhar de quem participou dos principais acontecimentos políticos no Brasil
Mas o Clima é simplesmente o pano de fundo de uma narrativa ágil de idas e vindas, com as muitas histórias e causos do autor. Narra episódios que viveu na política brasileira, nos últimos 30 anos, ao curso de variados governos, sua posição de “centro radical” – crítico aos enormes erros cometidos pelo PT e como opositor feroz do descalabro ambiental e humano do bolsonarato – e relembra sua quixotesca campanha presidencial, pelo Partido Verde, em 1998. Há diversos episódios com os personagens mais díspares da política brasileira como Leonel Brizola, Fernando Henrique, Dilma, Marina Silva, Michel Temer e Bolsonaro. Conta suas experiências como secretário de meio ambiente e urbanismo do Rio, “pai das cicloviais cariocas” e impulsionador dos mutirões de reflorestamento.
O olhar perspicaz e independente sobre os principais temas da atualidade
Dá sua visão sobre temas de grande atualidade: campanhas eleitorais, funcionamento do Congresso, escândalos de corrupção, a Lava Jato, questões comportamentais, ascensão e queda da esquerda, ressurgimento e vitória a extrema-direita. A abordagem é feita de um ângulo pouco convencional com uma visão fortemente independente e entremeada de causos divertidos ocorridos no Brasil e em outros países por parte de um muito viajado e experiente observador da história contemporânea. Também discute alternativas para uma recuperação econômica pós-depressão COVID19. Registra a falência do modelo de financeirização neoliberal e a necessidade de um tipo de ação do estado que ajude a promover um novo ciclo de desenvolvimento sustentável, descarbonizante e gerador de empregos que, ao mesmo tempo, tire a burocracia opressiva de cima das empresas. Defende um mecanismo de financiamento da descarbonização produtiva na qual o menos-carbono (reduzir ou remover carbono da atmosfera) seja o “novo ouro”.
As andanças e registros como repórter nas grandes cidades do mundo
A narrativa nos conduz pelos subterrâneos da gelada Montreal, da quente e úmida Bali, por Varsóvia e PInsk –onde revisita sua história familiar– , Durban, Joahnesburgo, Lima, Paris, Havana, Pequim, Xangai, Dalian, Varsóvia, Bogotá, Bonn, Los Angeles, Nova York e outras cidades que visita com seu olhar de repórter e agudo analista de conjunturas políticas.
É um livro de ação e reflexão que tem o Clima como pano de fundo sobre o palco das paixões políticas dos últimos 30 anos, um balanço de tempos conflitivos de uma democracia hoje ameaçada pelo caos vindo do Planalto. Coincide com 40 anos do lançamento do best seller e Prêmio Jabuti, de 1981, Os Carbonários, relançado como áudio book e e-book.
Biografia
Sirkis, é carioca, escritor, jornalista, gestor ambiental e ex-deputado federal, que presidiu a Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso. Autor do best seller Os Carbonários, Prêmio Jabuti de 1981, é autor de sete outros livros. Foi o primeiro secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro (1993-1996), onde construiu a maior rede de ciclovias do País, com quase 160km, foi secretário de Urbanismo (2001-2006) e vereador por quatro mandatos, tendo sido o mais votado em 1988. Participou do movimento estudantil de 1968 e, depois, da resistência à ditadura. Foi um dos fundadores do Partido Verde (PV) e seu presidente nacional, entre 1991 e 1999. Entre 1997 e 2001, Sirkis foi vice-presidente executivo da Fundação Ondazul, presidida por Gilberto Gil.
Representou o Rio de Janeiro em diversas conferências internacionais — entre as quais, a de Berlim (1995), a de Saitama (1995), a de Seul (2002), a de Paris (2003), a de Atenas (2003) e a de Berlim (2005). Participou da delegação brasileira às Conferências do Clima de Montreal (2005), Bali (2007), Copenhagen (2009), Durban (2011), Varsóvia (2013), Lima (2014), Paris (2015), Marrakech (2016), Bonn (2017) e Katowice (2018). Foi secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima (2016/2019)