Neste sábado, dia 10 de fevereiro, os blocos de rua do Rio de Janeiro fizeram mais uma vez a alegria de cariocas e turistas na maior festa a céu aberto do mundo. Por toda a cidade, 27 cordões animaram os foliões da Cidade Maravilhosa. Teve o Cordão da Bola Preta, o Amigos da Onça, que encantou o público com irreverência e fantasias criativas na Praia do Flamengo, Zona Sul, e, na Quinta da Boa Vista, ritmistas e foliões pernas de pau do Bloco da Terreirada deram o tom da festa. Até a Quarta-feira de Cinzas, 165 blocos desfilarão por toda a cidade. No domingo, dia 10, serão 62; na segunda, 41; na terça, 55 e na quarta, 7, comprovando a vocação do Rio para a folia.
Com o tema ‘Amar é cuidar’, o Bola Preta – com 105 anos de existência – ressaltou a importância da preservação do meio ambiente em seu desfile deste ano. Presidente do cortejo, Pedro Ernesto fez questão de ressaltar a função social do bloco. “Pela sua longevidade, o Bola Preta tem a obrigação de conscientizar as pessoas”, afirmou.
O cortejo arrastou uma multidão de foliões de todas as idades nas ruas Primeiro de Março e Presidente Antônio Carlos, no Centro. Cerca de 800 mil foliões participaram da festa. Uma das maiores vozes da música brasileira, Emilinha Borba, que completaria 101 anos em 2024, foi homenageada.
Se no chão a temperatura era elevada, no alto do trio elétrico não era diferente. Além dos músicos do Bola Preta, a musa Emanuelle Araújo, o cantor Neguinho da Beija-Flor e a rainha da bateria do Bola, Paolla Oliveira, eram o reflexo do desfile, levantando a multidão de cariocas e turistas com uma animação que durou quatro horas.
Entre os foliões, o colorido das fantasias foi o destaque. Eder Maniente, de 36 anos, caprichou. Vestido de milho verde – em alusão à atriz Larissa Manoela, que teve seu dinheiro confiscado pelos pais e não conseguiu comer a iguaria numa praia do Rio – veio de Campinas, como tem feito nos últimos 16 anos, para curtir o Carnaval de Rua do Rio. “É o melhor do mundo! Não tem Salvador, Recife, nada que supere o Carnaval do Rio”, disse.
Irreverência encanta foliões
Uma comissão de frente super bem ensaiada realiza diversas coreografias ao som de uma orquestra impecável. Impossível não se encantar com o desfile desses ‘Amigos’, neste sábado, no Calçadão da Praia do Flamengo, Zona Sul da cidade.
Depois de ficar 2 anos sem participar do cortejo do Amigos da Onça, a comunicadora Luiza Aguiar voltou ao bloco porque sentiu falta da teatralidade que ele apresenta nos desfiles: “Atualmente, no Rio, há diversos tipos de blocos. Mas aqui é como uma comunidade. Eu estava com saudade deste espetáculo. É realmente muito especial.”
Sapo, serpentes, pássaros: todos são amigos da onça, e se fizeram presentes no bloco. Segundo Tarcísio Cisão, um dos compositores da música que dá nome ao cortejo, o “Amigos da Onça” representa a flora e fauna das florestas, uma temática mundial. “Somos amigos onça. Mas não tem só folião vestido de onça aqui. Há todos os tipos de bicho”, conta o artista, e um dos fundadores do bloco.
Na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio, foi a vez de o Bloco da Terreirada fazer uma linda apresentação, com seus ritimistas multicoloridos e pernas de pau, que embalaram os foliões com sua musicalidade nordestina.
Aplicativo para conferir a agenda de blocos
Para ver a programação completa dos blocos, com data, horário e percurso, basta baixar o app Blocos Rio 2024, disponível em todas as plataformas digitais. A ferramenta é gratuita e funciona por geolocalização.