Suvaco do Cristo, Carrossel de Emoções e outros 30 blocos dão show no pré-Carnaval do Rio de Janeiro

Diário Carioca
Até as "Rainhas da Inglaterra" resolveram curtir o Suvaco de Cristo no Rio de janeiro durante o Carnaval - Foto: Riotur

Na contagem regressiva para os quatro dias mais esperados do ano, turistas e foliões do Rio voltaram às ruas neste domingo de pré-Carnaval (12/2),  para acompanhar a “festa da retomada’’, termo que vem sendo utilizado pelos organizadores dos cortejos para definir a festa após dois anos de pandemia.  Antes mesmo de começar oficialmente, o Carnaval da Democracia tem reunido milhares de foliões. Neste domingo, a animação ficou por conta de diversos desfiles espalhados pela cidade, com destaque para o Suvaco do Cristo (Jardim Botânico), Cordão do Boitatá (Centro), Gigantes da Lira (Laranjeiras), Banda da Barra (Barra da Tijuca) e Carrossel de Emoções, terceiro megabloco do circuito oficial autorizado pela Prefeitura a desfilar no Centro. 

O megabloco fez o público ferver logo pela manhã. Com um desfile totalmente dedicado à cantora Preta Gil, que precisou cancelar o cortejo do seu bloco por conta de um tratamento de combate ao câncer, o Carrossel teve participações especiais da cantora Pocah e do ator Tiago Abravanel. Amigo de Preta Gil, Tiago Abravanel fez questão de exaltá-la:

“Eu acabei de sair do camarim, assisti ao vídeo que a Preta gravou. Fiquei muito emocionado. Já participei de vários blocos da Preta, ela é uma pessoa muito importante na minha vida e na minha carreira.  Para mim é muito emocionante estar aqui e mandar essa energia para ela, nesse bloco maravilhoso. Ainda mais depois desse tempo de pandemia, é uma honra voltar ao Carnaval. Estou muito feliz”.

A alguns metros dali, no Largo de São Francisco, o Bloco Fogo & Paixão celebrou o “Reencontro da paixão” , tema do desfile deste ano. Os batuqueiros do bloco brega, que há 13 anos alegra os carnavais no famoso largo do Centro, fizeram a festa dos foliões, numa manhã de abraços e purpurina reunindo milhares de pessoas. No repertório, Gal Costa, Marília Mendonça, Luiz Caldas, Raça Negra, João Gomes e Gloria Groove, entre outros.  O vocalista Guilherme Skinner diz que o tema foi escolhido para embalar e aquecer os “corações bregas”. 

“O reencontro não fala somente sobre estar novamente na rua, a razão de um bloco existir, mas sobre o contato com os foliões que fazem da nossa praça esse mar de gente colorida. Que falta fazia essa batucada! O reencontro é com cada um de nós. É sobre perceber como esse reencontro e essa ausência nos afetaram e nos transformaram. Fazer carnaval é um ato de amor, e para nós, amor não falta”, comentou, emocionado, Skinner. 

Reconhecido como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Rio de Janeiro, o Cordão do Boitatá também fez o seu cortejo com um balé colorido, alas de estandartes, pernas de pau e baianas, que se misturavam a foliões caracterizados de palhaços, pierrôs, melindrosas e tigresas, um show de brilho e fantasias. No som, sambas, afoxés, maxixes, ijexás e canções do repertório de compositores como Moacir Santos e Pixinguinha. Formada por 100 integrantes, muitos deles profissionais de orquestras sinfônicas e de escolas de samba, a orquestra do Boitatá promove o encontro destes profissionais com jovens músicos do Morro da Serrinha e do Morro dos Macacos.

 “É com alegria que o Cordão do Boitatá e sua enorme família carnavalesca vêm para as ruas. Estamos muito felizes também com o retorno para o nosso antigo trajeto, pelas ruas da Assembléia e Carioca. Nossa brincadeira precisa de espaço, envolve dedicação e trabalho de quase 300 pessoas para sair”, relata o músico Kiko Horta.

A fórmula que reúne música, irreverência, ironia e amor ao samba voltou a arrastar milhares de foliões ontem pelas ruas do Jardim Botânico, no desfile do Bloco Suvaco do Cristo, que desde 1986 anima o carnaval carioca. Antes do cortejo começar, o surdo, solitário, foi marcado por dez batidas, enquanto os ritmistas fizeram um minuto de silêncio, em memória às vítimas da pandemia que calou o carnaval carioca por dois anos. Para João Avellê, presidente do Suvaco e um de seus fundadores, o Carnaval da Democracia é a retomada de uma história de liberdade, uma das marcas do seu cortejo.

“Voltamos à normalidade. O Carnaval é a festa mais democrática e libertária. Essa é a nossa casa e queremos celebrar sempre a democracia. Aqui, todo mundo pode ser o que quiser, como quiser, mas sempre em paz”, frisou Avellê, que ostentava uma fantasia de Rainha Elizabeth, em homenagem à realeza britânica.

Vinte baianas da comunidade Santa Marta, em Botafogo,  que há 27 anos colorem o desfile do Suvaco com o rodopiar de suas saias, se destacavam no bloco multifacetado: “Eu me sinto radiante. É um prazer enorme ver de volta a alegria do Carnaval, ver as pessoas com saúde. É tudo de bom”, ressaltou Tia Marta, umas das mais antigas e animadas do grupo.

Com 37 anos de folia, a Banda da Barra animou os foliões na orla da praia na tarde deste domingo, ao som de marchinhas, sambas de várias épocas e muito axé. O tema do desfile é a sustentabilidade, a conscientização sobre a importância de se defender o meio ambiente e o respeito à diversidade. 

Mais de 70 cortejos foram às ruas neste fim de semana de pré-carnaval no Rio de Janeiro.  Além do megabloco Chora Me Liga, Simpatia é Quase Amor, Gigantes da Lira, Só o Cume Interessa, Empolga às 9h, Céu na Terra e Põe na Quentinha foram alguns dos que comandaram a festa no sábado. Já o domingo teve Vai Tomar no Grajaú, Bloco da Pracinha, Estratégia, Xodó da Piedade, Carmelitas e Já Comi Pior Pagando. 

Organizado pela Riotur, o Carnaval de Rua do Rio tem a estimativa de atrair cinco milhões de pessoas para os desfiles deste ano. Na organização, há oito postos médicos fixos à disposição do público, dois a mais que em 2020, e 220 ambulâncias, tudo isso para desafogar o sistema de saúde da cidade. Há 34 mil estações sanitárias, entre banheiros químicos e mictórios, posicionados por onde passarão os blocos, sendo 10% exclusivos para pessoas com deficiência (PCDs). E para ajudar na limpeza da cidade, a Comlurb disponibilizou a maior estrutura já utilizada pela companhia durante o carnaval, com 2550 garis, carros-pipa, equipamentos de higienização de urina, varredeiras de grande, pequeno e médio porte e mil contentores de 240 litros.

Até o fim do mês, a cidade terá mais de 400 desfiles realizados. E para ajudar a encontrar a folia de rua perfeita para você, a Riotur preparou um aplicativo com todas as informações sobre os blocos do calendário oficial da Prefeitura. Para saber trajetos e horários, é só baixar o  “Partiu Bloquimmm”, disponível nas plataformas digitais. 

Mais informações, você encontra no site www.carnaval.rio e nas redes sociais da Riotur

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca