Divulgação/Julia RugaiNesta terça-feira (21/6), Marcelo Tas recebe a deputada federal e primeira prefeita eleita de São Paulo, Luiza Erundina. No bate-papo, ela conta sobre sua infância pobre em Uiraúna, no interior da Paraíba; sua opção por ser solteira; que foi contra a aliança entre Geraldo Alckmin e Lula; e sua desilusão com o PT. Vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h.
Tas comenta que Erundina é a sétima de dez irmãos e que nascer no Nordeste, da década de 30, significa que a taxa de mortalidade era dez vezes maior do que hoje. “Minha mãe disse que eu andei com três anos de idade, por causa de subnutrição. Eu perdi minha irmã com quatro anos (…) aí eu perguntava: ‘mamãe, você tinha vontade que eu morresse?’ ‘Não, não tinha’ (…) mas eu tinha certeza que ela tinha vontade (…) já tinha não sei quantos filhos antes de mim e um sofrimento desse, uma criança de três anos sem andar”, conta a deputada.
Sobre a sua solteirice, ela diz: “Eu fiz uma opção de vida consciente. Eu optei não me casar, de não ter uma filharada (…) a política me absorve 24 horas por dia (…), mas é claro que eu namorei, amei (…), mas não foi compatível com a opção política, nenhum homem aguentava casar comigo com essa doação total que eu dei à política”.
Luiza comenta na edição sobre ser contra a aliança entre Alckmin e Lula. “Sou contra ele como vice por coerência. A política tem que ser coerente. Mas eu quero o Lula na Presidência para acabar com o Bolsonarismo”, diz. E é possível ser presidente e não alargar demais os vínculos?, indaga Tas. “É possível sim (…) é preciso acreditar no povo, o povo é um poder real (…) no dia em que esse povo se perceber como poder, se organizar e lutar pelos seus direitos, não tem para ninguém”, diz Erundina.