”Eu era contra as cotas, até que entrei na faculdade e vi que de 80 alunos, somente três eram negros”, conta Tamires Sampaio no Provoca

Diário Carioca

Divulgação/Julia RugaiNesta terça-feira (5/4), Marcelo Tas conversa no Provoca com Tamires Sampaio, secretária-adjunta de Segurança Cidadã em Diadema e autora do livro Código Oculto: Política Criminal, Processo de Racialização e Obstáculos à Cidadania da População Negra no Brasil. Ela fala sobre cotas raciais, relação com a mãe, luta contra o genocídio da população negra no Brasil, ações que coordenou pela Frente Nacional Antiracista e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h.
A advogada e mestre em direito político e econômico pelo Mackenzie confidencia para Tas que já foi contra as cotas raciais. “Eu achava que as cotas queriam dizer que eu não tinha condições de passar no vestibular, e eu pensava: “eu posso e vou entrar na faculdade”. Quando entrei no Mackenzie e vi que de 80 alunos somente três eram negros, pensei: “tem um problema aqui. A gente precisa de política pública para inserir a juventude negra”, diz.
Na entrevista, Tamires, que também é pesquisadora na área de segurança pública, justiça criminal, racismo estrutural e genocídio da população negra, fala sobre a importância da mãe quando precisou passar por um tratamento de câncer. “Fui diagnosticada com câncer no ovário em 2018 (…) fiz cirurgia, quimioterapia e meu cabelo caiu completamente. Falei: “não vou sair de casa nunca mais”. Minha mãe falou que ia comprar pão e voltou careca. E me disse: “tá vendo, isso é somente um cabelo, ele vai crescer” (…) essa é minha mãe, ela fala que podemos enfrentar e vencer qualquer coisa, que os sonhos podem se realizar”, enfatiza.

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