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domingo, novembro 24, 2024

Exposição “Quarteta”, com quatro artistas mulheres, abre no Itanhangá

CulturaExposição "Quarteta", com quatro artistas mulheres, abre no Itanhangá

Assim como nos quatro versos de uma estrofe, QUARTETA, exposição que é fruto do encontro das pintoras Daniela Santa Cruz, Karin Cagy, MIRTA e Paula Boechat, são quatro forças, quatro vozes que se expressam ao olhar através de cores, formas, gestos e materialidade das telas. A mostra inaugura no dia 1º de dezembro, no Estúdio Ipê, novo espaço dedicado à arte no Itanhangá, com cerca de 20 pinturas, e também virtualmente, na plataforma internacional Artsy.net pela Galeria Chegamos (www.artsy.net/chegamos).

A parceria entre elas surgiu de um processo de maturação iniciado no contato semanal na Escola de Artes Visuais do Parque Lage: unidas pelos próprios questionamentos, suas propostas de pintura, histórias de vida e ideias heterogêneas, se revelaram ao mesmo tempo complementares e foi o que as uniu. Além do fato de serem mulheres e mães, elas têm em comum, acima de tudo, o fato de estarem envolvidas no fazer artístico pictórico. 

Karin-Cagy - A Pele que Habito
Karin-Cagy – A Pele que Habito

Sob a curadoria da também artista e pesquisadora Luana Aguiar, QUARTETA apresenta um conjunto de obras dessas artistas mulheres cisgênero que se autorizam e se reconhecem enquanto pintoras.

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Se num primeiro momento tal fato parece banal, é preciso lembrar da invisibilização histórica que as mulheres pintoras sofreram ao longo do tempo, de modo que uma reunião deste porte deve ser considerada sempre uma importante celebração”, afirma a curadora.

Daniela-Santa-Cruz_Terra vermelha-no-pé
Daniela-Santa-Cruz_Terra vermelha-no-pé

Daniela Santa Cruz parte da abstração e da materialidade das tintas e de elementos orgânicos como areia, terra, gesso e água para falar de pertencimento, buscando sensações e atmosferas nas memórias de momentos experimentados no passado, em especial no nordeste de sua infância. Já Karin Cagy dá vida, em suas obras figurativas, a personagens femininas maduras e irreverentes que superam estereótipos relacionados à idade e à feminilidade. A artista critica, assim, a dinâmica do etarismo ao instigar nosso olhar sobre o que entendemos pelo envelhecer feminino. Mirta, em seus trabalhos, traz por meio do uso de materiais diversos, representações que transitam entre paisagens e silhuetas humanas, em elaborações oníricas das questões que permeiam sua pesquisa em psicanálise e na arte. A partir de interrogações pessoais e sociais, suas imagens evocam questões e mistérios da vida e da existência humana. Enquanto Paula Boechat se utiliza do abstrato a partir do gestual e dos fluxos de pinceladas densas, formando espécies de imagens performativas em telas de grandes formatos. A visceralidade em suas obras atuais rememoram sua passagem pela linguagem da performance no circuito carioca e internacional no início dos anos 2000.

Paula Boechat
Paula Boechat

Saiba mais sobre cada artista

Daniela Santa Cruz (1974, Brasil)

Desenvolve seu trabalho no Rio de Janeiro. Sua formação artística é fortemente baseada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e nesse caminho foi formando seu olhar estudando o trabalho dos expressionistas abstratos do pós-guerra e acompanhando a produção de artistas brasileiros, em especial Luiz Aquila, Carlos Vergara e Tomie Ohtake. Artista abstrata que utiliza todas as tintas e outros meios como papel, areia, cola, gesso e água, seu trabalho e sua paleta de cores resultam dos diversos ambientes aos quais é exposta, especialmente o nordeste da sua família, sendo esse seu principal campo de estudo.

Contato: http://www.danielasantacruz.com.br/trabalhos

“Somos mulheres, à primeira vista, com características bem parecidas. Contudo, um segundo olhar deixa clara a heterogeneidade das nossas vivências e nossa exposição reflete essas múltiplas mulheres“.

Karin Cagy (1972, Brasil)

Artista visual e estilista, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Procedente de famílias de imigrantes fugidos da segunda guerra mundial, suas ancestrais eram mulheres fortes e determinantes. A todo momento seu trabalho revisita a insubmissão, a tradição latino-judaico-cristã com humor permeando o urbano tão contemporâneo e ao mesmo tempo ainda retrógrado. Frequentou cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage/RJ, onde estudou com Astréa El Jaick, Gianguido Bonfanti, Charles Watson, Luiz Ernesto e Bruno Miguel. A artista foi figura presente na cena clubber carioca dos anos 90, o que influenciou seus conceitos e opiniões por toda sua trajetória.

Contato: https://www.instagram.com/karincagy/

“Desde pequenas aprendemos a competir entre nós, mas com elas tenho vivido uma experiência muito generosa de troca e incentivo”.

MIRTA (1952 – Uruguaia de nascimento, Brasileira de nacionalidade – RS)

Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Estudou aquarela com Alberto Kaplan nos anos 90 e desenho e pintura no Parque Lage por 8 anos. Atualmente faz curso prático de pintura com Prof. Luís Ernesto, na mesma Escola. Participa de Seminários de Arte e Psicanálise há 5 anos. Teve trabalho projetado no QG Festival no Rio e Fortaleza, em 2020, durante a pandemia. Em 2021 apresentou seu percurso Psicanalista/artista e seus trabalhos no Seminário “Invenções na Clínica e na Cultura contemporâneas-lições de Lacan”, da Escola Brasileira de Psicanálise-Seção Rio. Em 2022 foi selecionada para a residência Uberbau_house 2022, São Paulo-SP.

Contato: www.mirtafernandes.com

“Um encontro feminino inesperado…novos laços e produções… uma aposta na vida”.

Paula Boechat (1976, Rio de Janeiro)

Vive e trabalha entre Rio de Janeiro e Recife. Estudou desenho e pintura na Universidade da Califórnia, frequentou a Escola de Artes do Parque Lage e se formou em desenho industrial. Frequentou também a lÉcole des Beaux Arts em Paris onde residiu por 3 anos. Em 2000, ganhou o “Prêmio Rio Jovem Artista” da RIOARTE. Na mesma época conheceu Gabriela Moraes, com quem formou a dupla PaulaGabriela. A dupla explorava a perda da identidade no mundo contemporâneo, suas conexões e desconexões, através de fotografias, performances e instalações. Participaram de mostras como a Bienal de Liverpool, MAM RJ e SP, Instituto Tomie Othake e CCBB RJ. Em 2004 ganharam o prêmio do XI Salão da Bahia e em 2006 foram selecionadas pelo prêmio Marcantonio Vilaça.

Contato: https://www.instagram.com/paulaboechat_studio

“Para mim, o trabalho de arte só acontece na troca, é tão ou mais importante o processo do que a obra em si, a pintura é um enigma pois nunca sabemos o resultado final, é sempre difícil saber quando está pronta, isso cria uma certa angústia, e ter com quem trocar é muito enriquecedor”.

Sobre a curadora

Luana Aguiar é artista, pesquisadora e curadora independente. É mestre e doutoranda em Linguagens Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFRJ, com pesquisa voltada à performance, ao sagrado e aos feminismos. Entre 2016 e 2018 foi professora substituta do departamento de história e teoria da arte da mesma instituição. Foi ainda curadora do projeto “Flexões Performáticas: gênero, número e grau”, no CCBB/SP (2018-2019) e co-curadora do projeto “Arte como trabalho: estratégia de sobrevivência” (2021 e 2022). Colabora como parecerista da revista Arte&Ensaios; participou de projetos da revista Caju e colabora como co-editora e designer da revista Teteia.org.

Contato: www.instagram.com/luaguiar.ar

Serviço

“Quarteta”

Curadoria: Luana Aguiar

Abertura: 1º de dezembro, quinta-feira, das 16h às 22h

Visitação com horário marcado: de 2 de dezembro de 2022 a 5 de janeiro de 2023

Telefone para marcação: 21 99175-0104

Horário: de segunda a sexta, das 12h às 18h

Encerramento com finissage: dia 5 de janeiro, às 18h

Local: Estúdio Ipê

Informações à imprensa: BriefCom Assessoria de Comunicação/Bia Sampaio: +55 21 98181-8351/biasampaio@briefcom.com.br/@briefcomcomunicacao

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