Câmera Record mostra histórias de flagrantes de fúria durante a pandemia

Diário Carioca

Divulgação


Com a pandemia do novo coronavírus, ataques de pessoas com raiva em locais públicos viralizaram de maneira mais frequente. O Câmera Record deste domingo, dia 13/12, traz depoimentos dos personagens que viveram essas histórias.

Uma pesquisa da Fiocruz, Unicamp e UFMG mostra que, durante a pandemia, 40% dos entrevistados se sentiram tristes ou deprimidos e 54%  ficaram ansiosos ou nervosos. “A gente não sabe o que vai acontecer. Tem o medo de perder o emprego, da doença, de perder pessoas, o próprio luto por outras pessoas também… A sensação de aprisionamento, de não saber como lidar com tudo isso”, diz a psicóloga do Hospital Moriah Thais Della Tonia. Estes sentimentos podem resultar em algumas reações explosivas. “A gente tá muito sensível, então, em vez da gente conseguir ficar mais resiliente com o outro, a gente na verdade fica menos tolerante”, explica.

Um desses casos de surto de raiva ocorreu com um cliente de Pollyana Reis, comerciante de Campinas, no interior de São Paulo. Ela é dona de uma sorveteria e pediu para um freguês ajeitar a máscara, que protegia a boca, mas não o nariz. “A partir desse momento, ele acaba perdendo o controle”, conta. Rodrigo Ferronato exige ser atendido de qualquer jeito, grita e chega a chutar uma cadeira da loja. O caso foi parar na polícia e ele alega que foi agredido por Pollyana. 

O programa apresenta as imagens do circuito de segurança da sorveteria e as gravações feitas por outros clientes que estavam na loja naquele dia. “Eu acho que a pandemia pode ter potencializado, de alguma forma, algum comportamento. É uma situação nova para todo mundo”, opina Pollyana. 

Uma confusão que virou notícia em todo país parece ilustrar bem a situação do descontrole. No bairro badalado do Leblon, no Rio de Janeiro, um carro conversível com um grupo de amigos se divertindo em trajes de banho provocou a fúria da arquiteta Aline Araújo. Ela jogou uma garrafa de plástico nos passageiros, o suficiente para deflagrar a briga. O jornalístico foi em busca dos personagens deste barraco inusitado. “Em nenhum momento a gente estava ofendendo ela. Em nenhum momento a gente estava prejudicando ela ou a família dela ou qualquer das pessoas que estavam ali”, afirma Priscilla Dornelles, que estava dentro do carro.

Alguns destes momentos de ânimos exaltados também chamaram a atenção por envolver não apenas raiva, mas muitas ofensas de tom preconceituoso. Em uma padaria de São Paulo, Lidiane Biezok, 45 anos, foi presa em flagrante depois de insultar e agredir funcionários e clientes. Foi acusada de racismo e homofobia. Ela chegou a afirmar que o comportamento era resultado de transtornos mentais. “Os preconceitos que estão enraizados na nossa sociedade aparecem agora com mais frequência, graças a este recurso que é o telefone com filmadora. Você consegue mostrar para a sociedade que está acontecendo”, diz o historiador e antropólogo Alexandre de Almeida.

O Câmera Record vai ao ar aos domingos às 23h45. A apresentação é de Luiz Fara Monteiro.  

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca