O documentário “Biocêntricos”, dirigido por Fernanda Heinz Figueiredo (“Sementes do Nosso Quintal”) e Ataliba Benaim (“Saúde S/A”), acaba de ganhar trailer oficial que pode ser visto aqui. O longa teve sua estreia ontem na 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, e o público terá mais uma oportunidade de conferir nesta terça 25 de outubro, às 16h10, no Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca, sala 4. Com filmagens no Brasil, nos EUA, no Japão e na Costa Rica, o longa documental mostra como a bióloga e ativista Janine Benyus influencia a obra de ecologistas, arquitetos, designers, químicos, engenheiros e biólogos com a criação da Biomimética — inovadora metodologia científica que busca, na evolução da vida na terra, a inspiração de base para solucionar os problemas mais caros à humanidade contemporânea.
Como explica a própria diretora, Fernanda, “Biocêntricos” busca tanto provocar quanto proporcionar ao público rotas de esperança, por ampliar a visão sobre as transformações possíveis da atualidade. Ao se considerar sustentabilidade, economia circular, ecologia e saúde como princípios de reconexão individual e coletiva com a natureza elementar que nos habita, é possível visualizar um futuro bem diferente das perspectivas distópicas que estamos nos acostumando a consumir.” Mas o filme vai além da reflexão filosófica e conceitual, mostrando soluções acessíveis, em muitos exemplos já materializados por esta prática.
Entre as histórias contadas na tela, estão a dos designers Bruno e Pedro Rutman, que desenvolveram uma forma revolucionária de reflorestamento, a de Benki Piyãko, líder indígena e agente agroflorestal que viaja o mundo promovendo o intercâmbio entre a ancestralidade e a modernidade e a do engenheiro e observador de pássaros Eiji Nakatsu, que redesenhou o trem bala japonês, reduzindo em 15% o consumo de energia, ao imitar a eficiência de um pássaro, o martim pescador. Outro personagem marcante é o carioca Fred Gelli, um dos designers mais requisitados do mundo por seu trabalho com marcas e embalagens, e seu discurso que busca extinguir o rótulo de “consumidor” dos seres humanos.
Instituída em 1997 pelo trabalho de Janine Benyus, a Biomimética é uma metodologia transdisciplinar de inovação tecnológica inspirada numa mestra com 3.8 bilhões de anos de experiência: a natureza. A cada ano, diferentes áreas da atividade humana, como arquitetura, engenharia e desenho de produtos, incorporam práticas baseadas nesta ciência, transformando o futuro em um presente mais eficiente.
“No momento em que submergimos em discussões simplificadas do bem contra o mal, Janine faz emergir uma visão de amplo alcance, promovendo uma agenda comum a todos, conjugando o olhar realista e atento ao sistema em que vivemos com o desenho, ainda viável, de um mundo que priorizará a continuidade da vida”, acredita Ataliba Benaim, codiretor do documentário.
“Biocêntricos” é uma produção da Aiuê, produtora que atua há mais de 10 anos com tripé temático da sustentabilidade, educação e cultura, em uma coprodução com Globonews, Globo Filmes e Spcine, com apoio do Canal Curta!. O filme conta com o patrocínio master de marcas de peso como a Natura e Yamaha, patrocínio Ambipar, Cristália, V2Com e o apoio da Fiesp. O filme integra a Mostra Brasil e a Competição de Novos Diretores da 46.ª Mostra, confira aqui a programação completa.
Sinopse ‘Biocêntricos’
Como você reinventaria alguma parte do seu mundo tendo a natureza como modelo? Em “Biocêntricos”, essa e outras provocações são respondidas pelos olhos e a voz da bióloga Janine Benyus. Percorrendo diversos cantos do planeta, ela revela o nascimento e os princípios que orientam a biomimética, uma metodologia transdisciplinar de inovação tecnológica inspirada numa mestra com 3.8 bilhões de anos de experiência. Como um hub conectando saberes ancestrais, culturas, tecnologias naturais e iniciativas que escolhem a continuidade da vida como premissa de seus projetos, a carismática ativista nos propõe uma agenda comum, uma nova postura e uma ferramenta que está na ponta da lança da ciência contemporânea para enfrentarmos os desafios globais que temos pela frente