Com o anúncio dos indicados ao Oscar 2015, a coluna CINE VISTO inicia uma série de análise sobre as oito produções indicadas ao prêmio de Melhor Filme. São eles: Sniper Americano, Birdman, Boyhood: Da Infância à Juventude, O Grande Hotel Budapeste, O Jogo da Imitação, Selma, A Teoria de Tudo e Whiplash – Em Busca da Perfeição.
Antes do anúncio dos indicados, esta coluna já havia analisado Boyhood: Da Infância à Juventude e O Grande Hotel Budapeste. Hoje, falaremos de Wiplash – Em Busca da Perfeição.
O solitário Andrew (Miles Teller) é um jovem baterista que sonha em ser o melhor de sua geração e marcar seu nome na música americana como fez Buddy Rich, seu maior ídolo na bateria. Após chamar a atenção do reverenciado e impiedoso mestre do jazz Terence Fletcher (JK Simmons), Andrew entra para a orquestra principal do conservatório de Shaffer, a melhor escola de música dos Estados Unidos. Entretanto, a convivência com o abusivo maestro fará Andrew transformar seu sonho em obsessão, fazendo de tudo para chegar a um novo nível como músico, mesmo que isso coloque em risco seus relacionamentos com sua namorada e sua saúde física e mental.
Inúmeros filmes já apresentaram a obsessão do ser humano a fim de alcançar a perfeição. Essa busca acaba por influenciar no bem estar físico e psicológico de maneira irreversível. O último filme que apresentou o tema de maneira mais palpável foi Cisne Negro, que deu o Oscar de Melhor Atriz para Natalie Portman. Agora, a Academia de Hollywood abraça esse Whiplash – Em Busca da Perfeição e o indica em cinco categorias. Além de Melhor Filme, concorre a Melhor Ator coadjuvante (JK Simons), Melhor Roteiro Adaptado (Damien Chazelle), Melhor Edição (Tom Cross) e Melhor Mixagem de Som (Craig Mann, Ben Wilkins e Thomas Curley).
O filme nos leva tentar compreender o que seria a perfeição. Na trama, ser perfeito está dentro dos padrões do professor Fletcher. E isso não é nada fácil. Mas o que é mais latente, no filme, não é se o professor está certo ou não, e sim se Andrew será capaz ou não de atingir aquele grau exigido. Isso deixa de ser uma questão de aprendizado e vira questão de honra. Será que se martirizar a fim de alcançar a perfeição é o melhor caminho? E o que é ser perfeito? São questões que martelam, em nossa mente, após sair da sala de cinema.
Com uma bela atuação de JK Simons, uma trilha sonora espetacular, uma entrega absoluta do jovem ator Miles Teller, um roteiro que nos prende do início ao fim, é impossível não venerar essa obra magnífica da sétima arte, que une música, cinema e vida de forma soberba.
Confiram a análise de Boyhood: Da Infância à Juventude.
Confiram a análise de O Grande Hotel Budapeste