O Centro Cultural Correios apresenta, até o dia 10 de janeiro de 2021, a exposição “O Abraço”, de Vitória Sztejnman. A mostra, que foi apresentada no Palazzo Zenobio, durante a 58ª Bienal de Arte de Veneza, no ano passado, chega ao Brasil com 28 obras inéditas no país, dentre esculturas, instalação e fotografias. Com diversas mostras no exterior no currículo, esta é a primeira exposição individual da artista carioca no Rio de Janeiro.
Pensada antes da pandemia, a mostra ganha um novo significado no atual momento de distanciamento social. “O afeto do abraço representa o que gostaríamos de fazer e infelizmente não podemos, mas tenho certeza que todos que irão à exposição se sentirão abraçados”, diz a artista.
Duas grandes esculturas infláveis, uma preta e uma branca, com dois metros de altura cada, convidam o espectador para um abraço. Seguindo todos os protocolos de segurança sanitária, o público poderá interagir com as obras, que são constantemente higienizadas. “As esculturas se misturam em um grande abraço. Preto e branco, yin e yang, dois paralelos que coexistem próximos um do outro, mas nunca se cruzam.
A instalação, à primeira vista, convida você, como que por mágica, a mergulhar nesse abraço. Você se sente criança pequena no meio desses grandes gigantes bons. A artista nos faz sentir embrulhados (fisicamente e emocionalmente) neste grande abraço de generosidade, ternura, segurança e proteção do mundo exterior”, afirma Natalia Gryniuk, presidente do MUSA Internacional Art Space, na Itália.
A exposição, que ocupa a sala A do segundo andar do Centro Cultural Correios, apresenta, ainda, outras 26 obras inéditas, sendo sete esculturas – cinco em cerâmica e duas em bronze – e 19 painéis – um com um poema escrito pela artista sobre o abraço e os demais com imagens de esculturas da artista. Os painéis foram criados inspirados na frase de Pablo Picasso (Espanha,1881 – França, 1973) para o fotógrafo George Brassai (Romênia, 1899 – França, 1984): “É nas suas fotografias que eu consigo ‘ver’ as minhas esculturas”. “Esse depoimento interligou o olhar entre as minhas obras escultóricas na imagem da fotografia”, explica Vitória Sztejnman.
As esculturas representam máscaras. São obras tridimensionais, em formato abaulado, que lembram o movimento de um abraço. As formas e texturas ficam evidentes na obra, tanto nas de cerâmica quanto nas de bronze. “O tema máscara sempre me inspirou, a máscara que, ao mesmo tempo, vela e revela. A riqueza que está por trás da própria máscara aceita toda a alteridade possível que se abre e nos encontra como num abraço. Ela não coloca distância, permitindo que o observador circule em volta dela e convidando-o para entrar nesse universo”, diz a artista.
Ao longo de sua trajetória, a artista experimentou diversas linguagens plásticas, como pintura e desenho, onde estudou com Lydio Bandeira de Mello, mas foi na escultura que sentiu mais identificação. “Em minha produção escultórica, desenvolvo relações entre o tridimensional, constituindo diferentes escalas, ângulos, volumes e texturas, que se abrem a infinitos desdobramentos nas superposições de diversas perspectivas, como obras variadas”, ressalta a artista.
Vitória Sztajnman sempre foi ligada às artes. Formada em arte-educação, durante 18 anos foi diretora, curadora e marchand da Galeria de Arte Contemporânea, no Leblon, Rio de Janeiro, entre os anos de 1980 e 1998, onde realizou importantes exposições de artistas da chamada “Geração 80”. Com isso, seu trabalho como artista acabou ficando em segundo plano. Com o fim da galeria, o espaço se transformou no ateliê da artista, que retomou sua trajetória em 2016, com diversas exposições, principalmente no exterior. Suas obras estão em acervos na França, na Itália, em Portugal, além de coleções particulares no Brasil.
SOBRE A ARTISTA
Vitoria Sztejnman (Rio de Janeiro, 1954. Vive e trabalha no Rio de Janeiro) é artista visual, escultora e professora de artes. Formada em Licenciatura Plena de Arte-Educação, Pós-Graduada em educação Estética e Arte-terapia. Foi diretora, curadora e marchand da Galeria de Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro, de 1980 a 1998. Membro do Internacional Society of Art Education (INSEA) e da Confederação Arte Educação do Brasil (CONFAEB), participou de vários congressos de Educação Artística no Brasil e no exterior.
Dentre suas últimas exposições estão: ”O Abraço”(2019), Palazzo Zenobio, Veneza, Itália; Salon Art Contemporain Carrousel du Louvre (2018), em Paris, França; “We Contemporary Art” (2018), no Museum of Jobs Foundation, em Palermo, na Itália; Musa Internacional Art Space – Womna´s Essence (2018), na Fundación Pons, em Madri, na Espanha; Salon Professionnel d’Art Contemporain Carrousel du Louvre (2017), em Paris, França; mostra no Espaço Paulista de Arte – Anjos (2017 e 2018); exposição no Espace Commines (2017), em Paris, França; Exposições Musa Internacional Art Space – Woman´s Essence Art Gallery Hernandez (2016), em Milão, na Itália, entre outras.