Reduzida a apenas 12,4% da floresta de sua cobertura original, a Mata Atlântica ainda é um dos biomas mais ricos em diversidade de espécies de plantas no planeta, muitas delas ameaçadas.
A quase totalidade dessas espécies (95%) ocorre no Brasil, e, o restante, na Argentina e Paraguai. O bioma abrange aproximadamente 15% do território brasileiro, estendendo-se por 17 estados (do Ceará ao Rio Grande do Sul). A maior parte da população brasileira (72%) está na área da Mata Atlântica.
Atualmente existem, aproximadamente, 15.600 espécies – cerca de 60% são endêmicas – de plantas distribuídas pelos diversos tipos de vegetação (refúgios, florestas, restingas e mangues) no bioma. A fim de sensibilizar o público sobre a necessidade de preservar o bioma, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro promove, a partir do próximo domingo (28/5) a 3 de junho, a Semana da Mata Atlântica. A programação inclui trilhas guiadas, debates, oficinas educativas, atividades lúdicas e culturais.
Além disso, na loja de souvernirs da Associação de Amigos do Jardim Botânico, o público encontra produtos com artes feitas especialmente para a Semana pela artista Marcia Quintela.
Confira, a seguir, a programação da Semana do Bioma Mata Atlântica.
Domingo (28/5)* Teatro de bonecos com o grupo Papa Vento
Horário: 10h
Local: parque infantil
O grupo Papa Vento vai apresentar a história “Nossa floresta”, voltada a crianças de 3 a 7 anos, sobre o cuidado com a natureza. Um caçador chega a uma linda e pacífica floresta onde os animais vivem em total harmonia com a natureza. O caçador diz que vai destruir a floresta e prender os animais para levá-los para a cidade. Os bichinhos ficam assustados e não sabem o que fazer. Eles pedem ajuda às crianças. Todos juntos, unidos, poderão vencer aquele terrível caçador e proteger a floresta?
* Atividades lúdicas
Horário: 11h
Local: parque infantil
Atividades de colorir com giz de cera elementos da fauna e flora da Mata Atlântica, como o tucano, pau-brasil e mico-leão-dourado, entre outros.
Segunda (29/5), terça (30), quinta (1/6) e sexta-feira (2/6)
* Atividades educativas “Caça ao tesouro no Caminho da Mata Atlântica”, com a equipe do Serviço de Educação Ambiental (SEA) do JBRJHorário: das 9h às 11h e das 14h às 16h
Com o objetivo de divulgar, de forma lúdica, para crianças de 4 a 10 anos, a importância da preservação e conservação do bioma e sua diversidade, os educadores vão promover jogos e atividades no Caminho da Mata Atlântica do Jardim Botânico. As atividades começam às 9h no gramado ao lado da sede do SEA. Em seguida, às 10h, ocorrerá a saída para a caça ao tesouro da Mata Atlântica. Na parte da tarde, a programação será apenas na sede do SEA.
Segunda-feira (29/5)
* Palestras: A Mata Atlântica no RJ e as incríveis plantas da família ThismiaceaeLocal: Auditório da Associação de Amigos do Jardim Botânico (AAJB), acesso pela Rua Jardim Botânico, 1008
As palestras levarão o público a conhecer o histórico da Mata Atlântica no Rio de Janeiro e as incríveis plantas da família Thismiaceae, que vivem escondidas pelo solo da mata.
14h: “Memória verde: o histórico da Mata Atlântica no Rio de Janeiro”, com Ramon Guedes de Oliveira, doutorando da Escola Nacional de Botânica Tropical do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (ENBT/JBRJ)
15h: “Descobrindo os segredos da família Thismiaceae: a fascinante vida dessas plantas na Mata Atlântica”, com Diego Ferreira da Silva, doutorando da ENBT/JBRJ
Terça-feira (30/5)
* Palestra: “A Mata Atlântica e o antropoceno”, com Pablo Pena Rodrigues, pesquisador do JBRJ Horário: 14 h
Local: Auditório da AAJB, acesso pela Rua Jardim Botânico, 1008
A Mata Atlântica abriga milhares de formas de vida, e, neste início do antropoceno, foi quase extinta pela ação humana, restando apenas pouco mais de 10 %. Mesmo assim, em seus remanescentes florestais, ainda sobrevivem várias espécies de animais e plantas. Na palestra, o público vai conhecer um pouco dessa rica biodiversidade e o processo pelo qual passa. “Além da extinção, estamos também promovendo uma transformação da Mata Atlântica, que pode até ser `positiva`, se pudermos deter a destruição e fomentar a expansão dessas florestas”, afirma o pesquisador.
Quinta-feira (1/6)
* Trilha da Mata Atlântica, guiada pelo pesquisador do Jardim Botânico Claudio NicolettiHorário: 10h
Ponto de encontro: Centro de Visitantes
Local: arboreto
A visita guiada pela Trilha da Mata Atlântica apresentará 27 espécies de plantas do bioma presentes no arboreto do Jardim Botânico, dentre elas, a sapucaia, pau-brasil, pau-ferro, jequitibá-rosa e ipê-roxo.
* Em busca da fauna do Jardim Botânico do Rio de JaneiroHorário: 14h
Ponto de encontro: Centro de Visitantes
Local: Caminho da Mata Atlântica
A equipe do Núcleo de Fauna do JBRJ vai ensinar a encontrar e identificar os animais que habitam o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, buscando seus vestígios e sinais, como um biólogo faz.
* Oficina didática “Mata Atlântica através dos sentidos”Horários: 9h às 11h e 14h às 16h
Local: Centro de Responsabilidade Socioambiental (CRS)
A oficina vai explorar, através dos sentidos, elementos da flora, fauna, povos originários e futuro da Mata Atlântica.
* “Oficina dos exploradores”Horários: 9h às 11h e 14h às 16h
Local: Centro de Responsabilidade Socioambiental (CRS)
A oficina tem como finalidade a valorização do uso sustentável da natureza e do Bioma da Mata Atlântica, por intermédio de exposição, jogos e bioarte, com confecção de colar de sementes e biofantoche, com base de folhas secas e colar de Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman. Haverá apresentação das espécies de animais e vegetais mais comuns no bioma, com ênfase no manejo equilibrado entre o homem e a natureza. A oficina terá a orientação dos educandos do curso de capacitação em agente ambiental com ênfase no manejo botânico.
Sexta-feira (2/6)
* Mesa de debates: Mata Atlântica e Baía de Guanabara: entre histórias e desafiosHorário: 14h
Local: auditório da ENBT – Rua Pacheco Leão, nº2040, Horto
Palestra: “Despoluição da Baía de Guanabara, três décadas depois”
Palestrante: Emmanuel Alencar, jornalista, mestre em engenharia ambiental (Uerj) e autor do livro “Baía de Guanabara – descaso e resistência”
Três décadas atrás, Leonel Brizola, então governador do Rio, fechava em Washington um financiamento junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para realizar um grande investimento de melhoria ambiental na Baía de Guanabara. Assinado em 1994, com obras iniciadas no ano seguinte, o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) suscita, até hoje, reflexões: onde fracassou? Alguma coisa boa foi feita? Como a Guanabara chega ao século XXI?
Palestra: “Vozes da floresta: a Mata Atlântica no Morro da Babilônia”
Palestrante: Lise Sedrez, doutora em História da América Latina pela Stanford University, professora associada do Instituto de História da UFRJ. Tem pós-doutorado pelo Rachel Carson Center, Alemanha, e pela Universidade Federal de Minas Gerais. Pesquisa história ambiental urbana, desastres socioambientais, governança ambiental, e, em particular, a Baía de Guanabara.
O mutirão de reflorestamento iniciado, em 1995, no Morro da Babilônia, Leme, trouxe à tona as relações entre os moradores da favela e seu ambiente biofísico. A partir de pesquisa em arquivos e história oral, desvendamos as múltiplas relações entre moradores humanos e não-humanos, entre memórias de quilombos e projetos de reflorestamento, e suas transformações nos últimos 30 anos.
Palestra: “Protagonismo de populações locais em áreas protegidas da Mata Atlântica: experiências e inspirações de pescadores da APA Guapimirim (RJ) e do povo Pataxó no PARNA Descobrimento (BA)”
Palestrante: Breno Herrera da Silva Coelho, analista ambiental do Instituto Chico Mendes, doutor em Psicossociologia e Ecologia Social (UFRJ), professor colaborador nos programas de pós-graduação Biodiversidade em Unidades de Conservação (ENBT/JBRJ), Desenvolvimento Territorial (Uerj) e Ecoturismo e Conservação (UNIRIO).
Como atores locais, representantes de povos e comunidades tradicionais contribuem diretamente na conservação e uso sustentável de unidades de conservação da Mata Atlântica? Na perspectiva de trabalhar esta questão, que traz ressignificações às costumeiras abordagens conservacionistas, serão apresentados dois casos: a atuação de pescadores artesanais na defesa e monitoramento dos manguezais da Baía de Guanabara (APA Guapimirim) e o pioneirismo do PARNA Descobrimento em atuar em regime de dupla proteção – ambiental e indígena – na conciliação de direitos com a terra indígena Comexatibá, habitada e protegida pelo povo pataxó.
Palestra: “Ecossistemas da Baía da Guanabara: da diversidade ecológica aos desafios de gestão”
Palestrante: Ricardo Voivodic, geógrafo, mestre em Geografia e Gestão do Território pela UFRJ, servidor do INEA, tendo atuado como chefe do Serviço de Gerenciamento Costeiro por seis anos. Atualmente, é chefe do Parque Estadual da Serra da Tiririca, em Niterói.
Na apresentação, o palestrante abordará a diversidade de ecossistemas que compõem a bacia hidrográfica da Baía da Guanabara, apresentando aspectos ecológicos da transição desses biomas, sua interface com a ocupação urbana e industrial e dificuldades de gestão, assim como os impactos ambientais decorrentes dessa ocupação. Tratará ainda dos inúmeros dispositivos de gestão do território e sua interface com a gestão por ecossistemas, incluindo as unidades de conservação, os zoneamentos e, especialmente, os conselhos e órgãos colegiados de governança, como o Comitê da Bacia Hidrográfica da Baía da Guanabara, seus subcomitês e câmaras técnicas.
Moderador da mesa de debates: Jorge Luiz do Nascimento, mestre em Zoologia no Museu Nacional/UFRJ e analista ambiental do ICMBio . Atualmente, coordena a Área Temática de Gestão do Conhecimento, Monitoramento e Conservação da Biodiversidade do Parque Nacional da Serra dos Órgãos/NGI ICMBio Teresópolis. Desenvolve e apoia projetos e ações com foco em gestão socioambiental em unidades de conservação, principalmente no Mosaico da Mata Atlântica Central Fluminense. Professor convidado do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Territorial (DTur/IGeog/Uerj) e colaborador do Programa de Pós-graduação Profissional Biodiversidade em Unidades de Conservação (ENBT/JBRJ).
Sábado (3/6)
* Oficinas educativas para crianças de 3 a 7 anosHorário: 9h
Local: EcoVilla Ri Happy
As atividades incluem contação de história, colagem e desenhos para colorir com elementos da fauna e flora da Mata Atlântica.
* Trilha da Mata Atlântica, com a equipe do Centro de VisitantesHorário: 10h
Ponto de encontro: Centro de Visitantes
Todas as atividades são gratuitas, havendo apenas a cobrança de ingresso para o arboreto.
Ingressos para o arboreto
Visitantes residentes na Área Metropolitana do Rio de Janeiro (75% desc.): R$ 18,00
Visitantes residentes no Brasil (60% desc.): R$ 29,00
Visitantes estrangeiros Mercosul (25% desc.): R$ 55,00
Visitantes estrangeiros: R$ 73,00
Crianças até 5 anos não pagam.
Pagamento na bilheteria apenas em dinheiro.
Ingressos online pelo site jbrj.eleventickets.com com pix ou cartão de crédito