Há 70 anos falecia o cantor Francisco Alves, o Rei da Voz

Diário Carioca

Mesmo os mais jovens, dentre os que se interessam pela história da Música Popular Brasileira, associam de imediato Francisco Alves, o Chico Viola, à Era de Ouro do rádio brasileiro. O que talvez muita gente não saiba é que a carreira dele começou bem antes da Era de Ouro do rádio e da própria chegada do rádio ao país.

Morto precocemente no acidente de carro em 1952, Chico Alves ainda assim teve tempo de escrever seu nome na história da canção popular. Na semana em que se completam 70 anos da despedida dele, vale a pena relembrar um pouco da trajetória desse gigante por alguns de seus maiores sucessos.

Filho de comerciante, tendo perdido o irmão para a gripe espanhola em 1918, aos 20 anos de idade, Chico desde cedo se equilibrou entre o trabalho e a boemia. Depois de sucessos carnavais a fio, ainda era possível, no final dos anos 40, vê-lo dirigindo um táxi, como fez até o fim da vida.

Lição de um período desafiador. A profissionalização da carreira artística no Brasil ainda engatinhava, o que obrigava mesmo os maiores artistas da época a terem outro emprego, ou pelo menos um bico para compensar os momentos incertos do palco.

Francisco Alves cantou no circo logo depois de passar num teste no Pavilhão do Méier, naquele ano de 1918, o ano da gripe espanhola. A primeira gravação dele é de 1919, quatro anos antes da fundação da primeira emissora do Brasil, a Rádio Sociedade, que se tornou a Rádio MEC.

O 78 rotações da estreia de Chico tinha uma música de cada lado, como era praxe da época – Fala meu Louro e O Pé de Anjo – um samba e uma marcha, os ritmos mais presentes na carreira futura de Chico e no desenho da música brasileira da época. Ambos eram de Sinhô, de quem Chico Alves se tornara amigo no tempo do Circo Spinelli, seu primeiro emprego na área das artes. O repórter Cezar Faccioli conta mais sobre a história do cantor.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca