Chimarruts fala sobre novo disco e suas novas influências

Diário Carioca
Chimaruts apresenta sobre seu novo disco

Com o recém-lançado álbum “Só Para Brilhar”, a banda de reggae Chimarruts volta a ser destaque em São Paulo e em outros estados fora da região Sul, onde a banda já tem sucesso consolidado há muitos anos. Na estrada há mais de uma década, o grupo traz em seu novo trabalho um repertório mais maduro, explorando novas vertentes do reggae. “Trouxemos novas influências ao nosso som.


Acrescentamos ska, dub e coisas diferentes, mas sem perder nossa identidade”, disse o vocalista Rafa Machado, que conversou por telefone com o Visto Livre Magazine.

Visto Livre: Pra começar, fale um pouco sobre a produção do novo álbum, assinada por ninguém menos que Paul Ralphes.

Rafa: A gente o conheceu em Porto Alegre, em um show que fizemos com o Papas da Língua. A gente gostou muito de seu método de trabalhou. Profissionalmente, ele é um dos produtores brasileiros com mais experiência em reggae, porque, além de ter trabalhado com grandes nomes internacionais, ele também gosta muito do gênero. Isso pra nós é importante, afinal, nos outros discos, trabalhamos com produtores que não tinham experiência com o estilo. Paul Ralphes é um especialista no gênero e isso foi o ponto principal. E o melhor, é que além de ele ter toda uma bagagem, ele se preocupou em passar pra nós o que sabia.

Visto Livre: E as influências de ska vieram da onde?

Rafa: Desde o início da banda escutamos música jamaicana antiga. E o ska é a raiz do reggae. E as bandas brasileiras tem usado essa influência, como o Paralamas do Sucesso, que é uma influência nossa. A gente sempre colocou umas pitadas, mas nesse último álbum isso ficou mais forte, devido ao fato de em Porto Alegre estar rolando uma cena forte. Quer dizer, sempre escutamos e precisávamos colocar em prática. E foi isso que aconteceu nesse último disco. A gente ficou bem feliz com o resultado. Foi uma identidade que não fez perder a cara da banda.

Visto Livre: As faixas do “Só Pra Brilhar” foram compostas especialmente pro disco?

Rafa: Na verdade a gente sempre tem muita coisa guardada. As nossas pré-produções de áudio contaram com muitas canções, afinal temos muitos compositores na banda. Algumas coisas são antigas, mas a maioria é de agora. A música tem que ser gravada e lançada o mais próximo do tempo que ela foi composta. A gente usa esse critério. A maioria foi composta na turnê do disco antigo e na pré-produção do álbum.

Visto Livre: E por que resolveram incluir “Meu Erro” do Paralamas do Sucesso e “Dia Especial” do Cidadão Quem?

Rafa: “Dia Especial” a gente escolheu no dia em que tivemos o primeiro contato profissional com Paul Ralphes. Ele curtiu a nossa versão e aprovou. Começamos a testá-la nos shows e sempre com essa intenção de gravar. Quando rolou a pré-produção a gente colocou ela. Já o Paralamas, foi uma coisa diferente. Na verdade, “Meu Erro” não era pra fazer parte do álbum porque aquela canção fez parte de uma coletânea que a gente participou. Pra nossa surpresa, ela começou a tocar no rádio, fazer sucesso e até hoje ela está aí, no Brasil todo. Por isso colocamos ela de bônus track.

Visto Livre: Você acha que a cena reggae é divulgada no Brasil? Você acha que ela tem a força que merece?

Rafa: Com o reggae no Brasil acontece uma coisa curiosa. No exerior, o estilo é amplamente difundido e respeitado. A prova é que existe, desde 1984, o Grammy Reggae. Toda hora tem um artista do gênero no hit parade internacional. O estilo é um lance muito forte. No Brasil, eu acho que também acontece isso, porém não há o lance do respeito. Você não vê banda de reggae tocando em FM´s. Creio que é uma coisa muito underground ainda. Isso está mudando graças a algumas bandas que conseguem ter relativa abertura. Além de nós, o Natiruts e o Cidade Negra. Embora tenha muito que crescer, igual no panorama internacional.

 

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca