Nascido em Santa Catarina, o multitalentoso Bryan William de Souza já estava predestinado a ser cantor. Uma colega de colégio que gostava de ler a mão dos amigos profetizou: “Você vai ser artista e se chamará Bryan Behr“. Anos depois, quando chegou a hora de iniciar sua carreira, o cantor não teve dúvidas, esse seria seu nome.
Por muito tempo Behr foi apontado como aposta e promessa, hoje é uma grata realidade da música brasileira e com mais de 940 mil ouvintes mensais no Spotify, 278 mil inscritos e 62 milhões de visualizações no Youtube, é um fenômeno e referência.
Suas músicas surgem “cantando estórias” da sua vida através de melodias e letras marcantes, frutos de seu estilo musical livre, sem amarras.
Para saber mais sobre a carreira e trabalho de Behr o DC foi bater um papo com o cantor e traz para você o que o artista, que se apresenta no Teatro Prudential com voz e violão, em um show intimista, pensa a respeito da música, do mercado fonográfico e como desenvolve seu criativo trabalho.
Diário Carioca: Você já foi considerado a maior promessa do pop nacional, hoje é uma realidade, chegou a sentir algum tipo de pressão no início da carreira, como tem lidado com o sucesso?
Às vezes sinto que ainda estou no início da minha carreira e isso é muito bom, como às vezes assusta um pouco, porque de alguma forma, a gente sempre se compara com outros artistas e pessoas que a gente admira muito, mas a parte boa é que você tem muita abertura para experimentar muita coisa, para olhar para dentro e descobrir o que você gosta e o que quer colocar na sua música, a mensagem que você quer colocar para o mundo. Acho que é algo que quero manter sempre em mim, essa sensação de que estou sempre começando.
Diário Carioca: “Bryan Behr ao vivo em São Paulo” foi muito bem recebido pela crítica musical, daí você chegou com “Todas as coisas do coração”. Agora vai brindar os cariocas com uma apresentação mais intimista, qual é a sua relação com o palco, o que te deixa mais à vontade como músico?
Bryan Behr: Esse show, ao vivo em São Paulo, foi com certeza um dos dias mais especiais da minha vida e mudou muito minha relação com o palco. Até então, eu tinha muito medo do palco, era uma relação um pouco estranha e depois disso, acho que consegui fazer as pazes de alguma forma e estou encarando o momento do show de uma forma mais leve e diferente também.
DC: Em uma época em que ser músico já não garante tanto destaque, por conta da febre de músicas eletrônicas e produtores de funk, quais os desafios de instrumentistas e compositores no mercado fonográfico?
Bryan Behr: Tem espaço para todo mundo. Eu sou muito feliz fazendo música do jeito que eu faço. Sou muito feliz por ter encontrado meu público. Estou muito feliz em ver esse público crescendo cada dia mais e acho que, o que importa no final, é a gente fazer música do jeito que a gente acredita e eu estou fazendo isso e estou muito feliz com o resultado que estou colhendo.
Meu disco “Todas as Coisas do Coração” foi produzido no mesmo dia e na mesma hora em que estávamos gravando o DVD e foi uma parte muito bonita da minha trajetória. São músicas que eu tenho muito carinho e esse show, Voz e Violão, na verdade é um resumo de tudo o que eu já lancei até hoje, nesse formato mais intimista, que mostra como a música vem para mim. Eu componho, na maioria das vezes, acompanhado do violão, então uma das coisas que me deixa à vontade como músico, é ser de verdade. Ter um show com uma banda, tem uma energia muito boa, só que o Voz e Violão, essa coisa mais intimista, me deixa muito à vontade, porque estou mostrando para as pessoas uma coisa mais íntima minha, as músicas como elas vêm para o mundo, então também fico muito feliz fazendo esse formato.
Quais são as principais referências de sua construção como artista e como funciona seu processo criativo, existe algum ritual, inspiração, ou algo do tipo para fluir?
Bryan Behr: Eu tenho muitos e muitos processos para criar. Eu acho que um dos que mais gosto é quando a música chega para mim, sem eu pedir. Eu me entendo mais como um canal para escrevê-la e colocá-la no mundo e gosto dos processos de estúdio também, de estar arranjando a música e a colorindo de diversas formas diferentes para que as pessoas possam sentir coisas diferentes também. Mas acho que se eu pudesse dizer um ritual, eu gosto de me deixar aberto para receber as músicas. Eu vivo com processos, com ciclos. Tem momentos que estou escrevendo muito e escrevo duas, três músicas por dia e tem momentos que não estou escrevendo nada, porque estou mais vivendo e entendendo sobre o que eu quero falar para depois colocar tudo no papel.
Uma das coisas que me beneficiou muito foi fazer música de um jeito muito intuitivo lá trás, quando eu comecei. Eu não tinha nenhum tipo de baliza ou de métricas. Eu simplesmente escrevia todos os dias e criava sempre que eu podia, sem muitas amarras. Depois de um tempo, eu comecei a identificar o que eu gostava e o que eu não gostava e segmentar mais o meu processo de criação e quando a gravadora entrou na história, tudo ficou mais fácil, porque eles sempre foram muito parceiros e sempre abraçaram minha música com muito carinho e respeito.
DC: Com o advento das redes sociais, o público já não depende tanto das escolhas de produtores musicais e gravadoras, o quão isso te beneficiou e como você lida com a proximidade que este meios te dão de seus fãs e críticos?
Bryan Behr: Eu acho que estou aprendendo a lidar com todas essas coisas. No fundo, eu só quero escrever mais músicas para ficar cada vez mais feliz e ver a minha música conectando as pessoas. Esse é o motivo principal em fazer música, para eu me sentir vivo, útil no mundo e ocupar esse espaço que eu acho que eu ocupo e fazer com que essa música atravesse as pessoas e faça as pessoas sentirem coisas incríveis também. Então acho que não dou muita bola para o que falam da minha música. Às vezes machuca, mas nunca dei muita bola porque eu acho que o lado bom é tão melhor que o lado ruim e não tem porque a gente colocar os olhos lá.
DC: Você já fez duas apresentações no Rio de Janeiro, como enxerga o público carioca?
Bryan Behr: O público do Rio de Janeiro é, disparado, o que mais me recebeu com carinho até hoje. Todos os shows que eu fiz foram incríveis e eu lembro de todos os momentos, de todos os shows, porque o público sempre abraçou minhas músicas com muito amor e carinho, sempre cantaram muito e muito alto as músicas no show. Eu com certeza vou querer fazer show no Rio de Janeiro para sempre, por conta dessa troca que eu tenho com eles.
DC: E o que os fãs do Rio de Janeiro podem esperar de sua apresentação no Prudential?
Bryan Behr: Eu acho que, pela primeira vez, vai ser um show Voz e Violão, um show mais intimista. O público pode esperar uma entrega muito grande, pode esperar músicas inéditas e as músicas num formato que talvez a maioria das pessoas que estão ali assistindo nunca sentiu: a música como ela chega para mim, Bryan compositor. Acho que essa é a parte mais legal do show e a parte que eu mais gosto de entregar para as pessoas. Eu tenho certeza que vai ser lindo!