Gal Costa, Maria Gadú e Criolo são os convidados do segundo episódio da série “Milton e o Clube da Esquina”, que vai ao ar na sexta, dia 7, às 22h30, no Canal Brasil. O bate-papo conduzido por Gabriel Leone conta também com a presença de Lô Borges, Márcio Borges e Ronaldo Bastos, relembrando com Milton Nascimento histórias da época em que as canções do grupo foram gravadas.
Logo no início da atração, Gal Costa demonstra preocupação em fazer uma parceria com Milton e diz que não sabe se vai conseguir cantar ‘uma oitava’ acima dele. Ela ainda confidencia histórias do passado dos dois: “Quando ele era jovem, era uma loucura. A gente tinha planejado ter um filho junto, mas não deu certo”, ri a cantora. “Canção do Sal” foi a escolhida por Milton para interpretar com a amiga de longa data.
Inspirada nas salinas de Cabo Frio, localizadas na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, onde Milton costumava passear com a madrinha, “Canção do Sal” também fez sucesso com Elis Regina: “Eu estava em São Paulo e o Gil me levou à casa da Elis. Cantei 20 e tantas músicas e ninguém falava nada. Aí, a Elis vira e fala: ‘você não tem mais nenhuma?’ Eu respondi que tinha, mas não gostava muito. Ela insistiu pra eu cantar. Cantei e ela falou: ‘é essa!'”.
Outro convidado do episódio é o cantor Criolo, que não poupa elogios ao falar de Bituca: “O Milton é um estado de espírito; isso nos abraça. Ele tem essa generosidade que é do tamanho do coração dele. E quem decide é o coração. Ele só canta o que toca o coração”, diz. Juntos, eles cantam “Morro Velho”.
“Nada Será Como Antes”, composição com uma pegada política dedicada aos amigos exilados, foi a selecionada para ser interpretada por Milton e Maria Gadú, que tem uma relação íntima com a música: “Eu ouvi muita essa canção quando me mudei para Itália. Eu estava me mudando triste pra tentar ficar feliz. Para mim, ela está ligada ao otimismo, ao final de um ciclo”, lembra.
Para terminar, Bituca conta que, quando criança, tinha predileção por vozes femininas e sofreu ao entrar na puberdade e sentir seu timbre mudar: “Não gostava de homem cantando, eu só queria mulher. Quando eu estava com 13 anos, senti que minha voz ia engrossar. Eu saía correndo pela casa porque não queria ter voz de homem. Meu pai falava que isso ia passar. Um dia, estava no escritório dele olhando para a praça em frente e começou a tocar uma música linda, um coro feminino e, de repente, entra um cara cantando. Eu fiquei abismado! Era ‘Stella By Lights’, de Ray Charles. Quando acabou, eu falei: ‘meu Deus, homem também pode cantar’. Foi um apocalipse”, diverte-se.
MILTON E O CLUBE DA ESQUINA (2020) (6 x 30′)
INÉDITO E EXCLUSIVO
Horário: Sexta, dia 7/02, às 22h30
Horários alternativos: Sábado, às 13h; domingo, às 2h e às 9h; e segunda, à 0h15
Classificação: Livre