Hamilton de Holanda trabalha em diferentes frentes ao mesmo tempo (como pode ser visto no fim do texto), todas com o intuito de levar a cultura brasileira cada vez mais longe. O artista, bandolinista multipremiado, vencedor do Grammy, cidadão do mundo, com parcerias internacionais e nacionais de sucesso, lança seu mais novo álbum instrumental “Flying Chicken”.
Confira: https://smb.lnk.to/FlyingChicken
Assista: https://youtu.be/vUqkc0FSQqc
Logo vem a primeira pergunta, por que Flying chicken? Esse é o nome de uma das músicas do repertório que representa bem a estética e a concepção deste álbum cheio de novidades. A música foi feita em 2022, inspirada por um personagem que faz parte da história do artista, Ricardo ‘Frango’, o técnico de som que o acompanha Hamilton de Holanda desde a década de 1990. Além do bandolinista, o álbum conta com Salomão Soares nos teclados e Thiago ‘Big’ Rabello na bateria.
É sabido que galinhas e frangos não voam, no máximo a alguns centímetros de altura do chão. Aí entra a fantasia, o sonho, a arte : a galinha voadora simboliza a vontade de ultrapassar os limites dentro de um objetivo maior que é fazer música que gere bons sentimentos nas pessoas. Essa vontade de Hamilton é um tanto onírica e real ao mesmo tempo, ela é comandada por uma atitude diária em busca da beleza, das notas mais bonitas, das melodias mais emocionantes, de algo que realmente faça a diferença na vida das pessoas envolvidas no projeto e de todas que vão ouvir o álbum.
A música Flying Chicken é uma mistura de jazz, choro, groove e mais algumas coisas que não sabemos o nome. É um tema curto, com uma melodia em espiral que lembra aquelas músicas de desenho animado, tipo perseguição na floresta. Depois do tema, vem a improvisação, tudo criado na hora, sem overdub, como diria Hermeto Pascoal ‘não é cascata não’ – o vídeo pode provar. A descoberta de cada solo pode ser vivida pelo ouvinte. Ainda mais quando se tem a informação de que esses solos foram realmente espontâneos. Hamilton, Big e Salomão conseguem sempre se encontrar e reencontrar dentro de algo que eles nem sabem que vai acontecer, é mágico.
Sol e luz, como o próprio nome diz, é uma música iluminada pela esperança. É o fim e o recomeço, vem aquela sensação de que tudo vai dar certo. Ela foi feita em algum dia 31 de dezembro. HH foi fundo no sentimento que estava vivendo e conseguiu imprimir em acordes tudo de bom que vem à cabeça quando o sol nasce em uma nova alvorada, em um novo ano. Essa música tem uma característica bem peculiar na parte rítmica, ela tem 7 tempos. Assim como o nome dela tem 7 letras. As pessoas que a ouviram disseram que esse tema passa uma sensação de luz do sol quentinha, de aconchego, de gratidão.
Barulhinho de trem é uma música com espírito infantil. Ela tem inocência na melodia que parece musiquinha de ferrorama. Ao mesmo tempo, o timbre de órgão e o jeito de tocar do Salomão junto com a levada de batera do Big a levam para ouvidos adultos. Dá pra ver o trenzinho subindo e descendo. A parte rítmica tem como referência a ‘Pilantragem’ da década de 60, que foi uma espécie de movimento que misturava Samba, Rock e Soul. É só lembrar de Wilson Simonal e já vem a imagem deste balanço incrível que conquistou o Brasil e vários músicos estrangeiros.
Because of our strong love é uma canção instrumental, uma balada bem amorosa que Hamilton escreveu para sua esposa Cinara de Holanda. Canções de amor são feitas como presentes pra pessoa amada. Essa traz uma série de memórias dos bons momentos, e também dos outros não tão bons, mas que foram superados por causa da força do amor. É som das estrelas, é som de saudades vividas, cada pessoa que ouvir essa singela canção vai ver seu próprio filme com final feliz e a continuação dos próximos capítulos.
Paz no mundo nasceu em 2020, fatídico momento histórico que o mundo viveu o auge da pandemia de covid-19. Nesse ano, HH compôs 366 músicas, uma por dia, já que o ano foi bissexto. Essa foi feita inicialmente pra uma formação de canto coral, com baixo, tenor, contralto e soprano. Em 2022, diante da tragédia da guerra da Russia com a Ucrânia, o compositor se lembrou desse tema e o rebatizou como ‘Paz no mundo’, sua manifestação musical diante de tristes imagens de pessoas comuns, crianças e cidades perdendo a vida. A música não resolve todos os problemas do mundo, mas com certeza ajuda muito.
Endlessly é uma parceria de Hamilton com o contrabaixista e líder da banda Snarky Puppy, Michael League. Durante uma turnê pela Espanha junto a Chano Dominguez e Rubem Dantas, HH encontrou com Michael em seu estúdio para um ‘hang’ e, depois de tocarem algumas músicas conhecidas por ambos, criaram essa composição que tem uma particularidade que gerou seu nome : o primeiro acorde e o último são os mesmos, ou seja, o acorde que termina o tema, é o mesmo que recomeça, dando uma sensação de algo que se repete infinitamente. O estilo é algo que vem do Choro e encontra o mundo.
Erezin vem dos Afro Sambas de Baden Powell e Vinícius de Moraes. Durante uma live para estudantes e curiosos de música, Hamilton compôs em tempo real pra mostrar como é o processo de criação – um deles, obviamente, porque cada música tem sua própria viagem até chegar aos ouvidos das pessoas. Vitalidade e vigor são caraterísticas bem escancaradas nessa faixa que parece um vulcão, jorrando fogo pra todos os lados. Mas é um fogo que não queima, só esquenta o ambiente e mostra a importância da obra de Baden e Vinícius pra cultura do Brasil.
O som vai conduzir fecha o álbum em alto astral. Esse tema nasceu como Afro Samba Novo, com um tipo de melodia mântrica. Ela ganhou contornos rítmicos do Funk Carioca, ou indo mais fundo, de Maculelê. O compositor e cantor Xande de Pilares colocou uma letra que acabou dando nome à música. É ouvir e deixar o som conduzir, com energia positiva que isso aqui tá bom demais, como diria Xande.
A sonoridade deste álbum traz novidades para a música de Hamilton de Holanda. O perfeccionismo com o som do bandolim continua, a busca pelo som limpo, cristalino, amadeirado e quente é uma constante em seus discos – ressaltados pela mixagem de Thiago ‘Big’ Rabello e a masterização de André Dias. Nesse trabalho, HH tem junto com seu bandolim 10 cordas a batera groovada e valente de ‘Big’, que provoca o grupo a encontrar novos caminhos, e o piano rítmico e criativo de Salomão Soares. Em cada faixa, é possível ouvir timbres e sons novos tirados dos teclados usados por Salomão. É a mistura de sons atuais com outros mais antigos.
Os vídeos e fotografia foram feitos por Dani Gurgel, que além de ser uma cantora com carreira internacional, é uma diretora com sensibilidade e precisão nas edições, algo imprescindível em um trabalho com instrumentistas.
A capa e o design são assinados por Bruno Filipe e Pedro ‘TheZakMan’ Araujo, com um trabalho feito a partir da utilização de Inteligência Artificial.
Importante ressaltar a participação do produtor do disco, Marcos Portinari, em todas as etapas de feitura do álbum, seja fora do estúdio, ou durante o processo de gravação. É um trabalho realizado incessantemente para dar valor e importância a uma frase que aparece nos discos de HH : Moderno é tradição.
Flying Chicken é um co-produção entre o Selo Brasilianos e a Gravadora Sony Music.
Flying Chicken – Hamilton de Holanda Trio
Produzido por Hamilton de Holanda & Marcos Portinari
Ficha Técnica
Hamilton de Holanda – Bandolim 10 cordas, palmas e voz
Salomão Soares – Piano Rhodes, Mini Moog, Nord
Thiago ‘Big’ Rabello – Bateria, captação e mixagem
Ricardo ‘Frango’ – Voz em Flying Chicken
Gravado e mixado no Estúdio Da pá virada (São Paulo)
Assistentes de estúdio – Fred Pacheco e Silvio Romualdo
Assistente Brasilianos – Fellipe Cabral
Masterizado por André Dias
Captação de vídeo, fotografia e edição de imagens – Dani Gurgel
Imagem capa e design – Bruno Filipe e Pedro ‘TheZakMan’ Araujo
Repertório:
- Flying Chicken
- Sol e Luz
- Barulhinho de trem
- Because of our strong love
- Paz no mundo
- Endlessly
- Erezin
- O som vai conduzir
Todas as composições são de Hamilton de Holanda.
“Endlessly” em parceria com Michael League e “O Som vai conduzir” com Xande de Pilares.
Sobre Hamilton de Holanda
– Hamilton é um músico brasileiro com trabalho reconhecido internacionalmente, que tem como prática comum criar pontes entre a cultura brasileira e outras culturas pelo mundo;
– Acabou de voltar de uma turnê pelos EUA no mês de fevereiro/março, onde tocou, entre outros, no Jazz at Lincoln Center, em Nova York, e Kennedy Center, em Washington, com o pianista sul-africano Nduduzo Makhathini;
– Participou do show do Coldplay no Engenhão, no Rio de Janeiro, no dia 28/03, ao lado de Milton Nascimento, Seu Jorge, e Moreno, Tom e Zeca Veloso, filhos de Caetano Veloso. Juntos, tocaram “Maria, Maria”, acompanhados pela multidão;
– Já ganhou o Prêmio da Música Brasileira 12 vezes;
– No ano de 2020, compôs 366 músicas, uma por dia, como forma de sobreviver mentalmente e espiritualmente à pandemia;
– Tem um trabalho, já há 5 anos, com o lendário compositor e cantor João Bosco;
– Ao lado do artista Diogo Nogueira tem o projeto Bossa Negra, que ganhou o Grammy Latino de melhor disco instrumental;
– Fez seu primeiro show aos 6 anos de idade, quando ainda morava em Brasília;
– Já foi indicado 14 vezes ao Grammy Latino, ganhando 3 estatuetas, incluindo o de melhor álbum instrumental no Grammy Latino de 2022;
– É formado bacharel em composição pela Universidade de Brasília;
– No mês de julho de 2023, irá participar de um projeto inédito em Marselha, na França. Será acompanhado por 100 bandolinistas de todo o mundo;
– Entre discos solo, Trio, Quarteto, Quinteto e parcerias, já passou de 40 álbuns;
– Dia 1º de abril, se apresenta no Vivo Rio, dentro da programação do “Movimenta! – Festival de Música Instrumental Brasileira”, apresentando algumas músicas do álbum “Flying Chicken”;
– A partir de sua maneira de tocar bandolim de 10 cordas, criou um novo instrumento.
– Hamilton de Holanda nasceu em 30 de março de 1976, em uma família musical. Seu primeiro instrumento, aos quatro anos, foi a Melódica. Começou sua carreira profissional aos seis anos como garoto prodígio no programa de TV nacional Fantástico, de audiência de mais de 50 milhões de pessoas;
– A música de Hamilton vem de três pilares: o incentivo de sua família, a consolidação de seu diploma universitário em composição e a liberdade das jam sessions nas ruas da capital brasileira, Brasília, onde cresceu;
– Seu primeiro gênero foi o Choro, primo do Jazz e patrimônio cultural brasileiro. Foi cofundador da primeira Escola de Choro do mundo (Brasília, 1997) e liderou a petição ao Congresso Nacional para conceder ao Choro um Dia Nacional. Como resultado, desde 2000, o dia 23 de abril é comemorado no Brasil como o Dia Oficial do Choro, por proclamação do presidente brasileiro, expondo a primeira música popular brasileira ao povo;
– Também em 2000, um ano emblemático para ele, Hamilton reinventou o tradicional Bandolim Brasileiro de 8 cordas adicionando um par de cordas extras mais graves afinadas em dó (passando de 8 para 10), dando-lhe uma voz mais profunda que emancipa o emblemático brasileiro instrumento do legado de algumas de suas influências e gêneros. O aumento do número de cordas, aliado aos solos rápidos e improvisações, inspira uma nova geração a se dedicar ao bandolim de 10 cordas e misturar em todos os estilos musicais;
– A forma de tocar e improvisar de Hamilton transcende limitações e gêneros. Hoje, ele viaja para os diferentes cantos do planeta “trazendo o coração na ponta dos dedos” e realizando suas próprias composições com seu som característico;
– Ele interage com outras tradições musicais, conjuntos e instrumentos. Isso permite que seja convidado para ser o solista de Wynton Marsalis e sua Jazz at Lincon Center Orchestra ou para executar suas próprias composições com orquestras sinfônicas de todo o mundo; de Rock/Pop Festivals a Dave Mathews Band no Gorge; do Summer Stage – o Central Park, em Nova York, aos Jogos Olímpicos de Verão, no Rio de Janeiro; de nobres museus, como o Smithsonian, em Washington, ou o Grand Palais, em Paris, ao famoso Carnaval carioca. Lugares como Austrália, Paris, Alemanha, Amsterdã, Roma, Noruega, Los Angeles e outras cidades e festivais ao redor do mundo;
– Hamilton é ativo nas mídias sociais, onde seus números globais são impressionantes para um músico instrumental (mais de 780 mil ouvintes mensais no Spotify, 220 mil no Facebook, 164 mil no Instagram,…);
– No Brasil, alcançou o status de estrela, recebendo elogios e diversos prêmios de críticos e pares. Ele é um músico multipremiado, ganhou vários Grammys Latinos, Prêmio da Música Brasileira, Echo Jazz, Choc e inúmeras indicações. E ganhou o prêmio de melhor álbum instrumental no Grammy Latino de 2022;
– O apoio popular o inspirou a promover shows beneficentes para grandes tragédias do Brasil e projetos sociais, como a ABRACE, que presta assistência social a crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue. Hamilton também apoia programas musicais para pessoas de áreas economicamente desfavorecidas para fortalecer sua autoimagem e ajudar os jovens a encontrar inspiração e empregos;
– Hamilton dividiu o palco ou gravou com Wynton Marsalis, Chick Corea, The Dave Mathews Band, Chris Potter, Coldplay, John Paul Jones, Paulinho da Costa, Chucho Valdes, Egberto Gismonti, Ivan Lins, Milton Nascimento, Joshua Redman, Hermeto Pascoal, Gilberto Gil, Richard Galliano, Bela Fleck, Stefano Bollani e muitos outros