Produtor e jornalista, Leonardo Rivera estreia como escritor lançando “Seu Jorge, A Inteligência É Fundamental” – livro qie retrata a trajetória bem sucedida do cantor, que veio da Baixada Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro e se tornou num dos pilares da MPB – com carreira internacional.
Com uma linguagem direta e objetiva, o olheiro Leo Rivera conta como conheceu Jorge e o Farofa nos anos de 1990: – Minha função na PolyGram, na época, era justamente descobrir novos sons e os representantes dessa ebulição cultural que acontecia no Rio de Janeiro, sobretudo em um estúdio em Santa Teresa, o Totem. Lá, os ‘malucos’ do Farofa me convenceram e, desde então, a voz marcante, a arte cênica no palco e a versatilidade da composição do Seu Jorge já tinham me conquistado – relembra Leo, o primeiro a ouvir uma fita demo da banda.
O livro, para Leo Rivera, é um “tributo feito com carinho” para os fãs de Seu Jorge, que vão poder entrar na história de Jorge Mário da Silva para tentar descortinar a essência do múltiplo artista, que bebeu na fonte de Chico Science e já compôs com Marisa Monte, Ed Motta, Alexandre Pires, além dos internacionais Thievery Corporation, Flea e Anthony Kiedis (Red Hot Chilli Peppers), Bono Vox (U2) e Beck, e autor de sucessos como Seu Olhar, Burguesinha, Carolina, Pretinha e Mina do Condomínio, entre outros. O prefácio é do jornalista Ricardo Schott. “Seu Jorge, A Inteligência É Fundamental”, 176 páginas.
Leonardo Rivera é jornalista, produtor e agora escritor.
– Comecei no jornalismo aos 15 anos, escrevo poesias, letras de música, crônicas, contos… mas meu forte na vida foi o jornalismo musical e a produção e direção artística de novos talentos. Sempre me senti escritor, embora nunca tenha lançado um livro antes. Mas ainda tenho vontade de estudar para ser roteirista de cinema, se eu conseguir.
Tempo para o livro ficar pronto.
- Foram seis anos até o livro ser lançado. Muitos momentos bacanas, alguns difíceis devido à logística e infraestrutura dos shows do Jorge, mas consegui ir a diversos shows. Um dia legal foi à passagem de som quando ele tocou no Circo Voador, a Elza Soares também estava e cantou com ele e o Farofa Carioca para gravar um DVD. E algumas vezes nos encontramos por acaso, como quando o vi com o Candé Salles no lançamento do CD do meu amigo Beto Lee, pela SomLivre. Ele foi no Studio RJ (casa de shows no Arpoador, já fechada) e lá conversamos bastante também.
Teve alguma dificuldade na elaboração do conteúdo?
– A maior dificuldade, por incrível que pareça, foi selecionar o melhor das falas que ele me disse pessoalmente, ou do pesquisei na imprensa. É muito material e rico de conteúdo, como o Jorge é de fato. Então tomei cuidado para não ser didático, mas também não ser prolixo. Ficou um livro bem pop, a meu ver.
Direitos autorais sem problemas?
– Não, não tive esses problemas com o Jorge. Embora não seja uma biografia autorizada, ele sempre soube que eu estava preparando esta homenagem a ele. Tudo ficou ainda melhor quando assinei com a MPM Neto, editora do Mario Marques. O Mário tinha sido editor do Segundo Caderno, de O Globo, quando eu indiquei a contratação do Farofa Carioca para a PolyGram e nos deu uma capa, na época. A primeira capa do Jorge. E Mário também acompanhou toda a trajetória do dele, como eu, com admiração. Ele se interessou em lançar o livro e pedi a ele para ver com o Jorge a liberação – e ele conseguiu, mostrando que é um trabalho sério e muito bem cuidado.
Seu Jorge o que achou?
– Não posso responder o que o Jorge achou do livro porque não estive com ele após o lançamento. Acredito fielmente que ele vai gostar, porque é retratado com respeito e sem inverdades. Ouvi falar que o Bruno Levinson quer escrever um livro sobre ele, também. Só sei que foi dada a largada para mais pesquisas jornalísticas sobre a história dele, que é muito bonita por ter sido a história de um cara vencedor.