Motos e Rock and Roll: um negócio lucrativo

Diário Carioca
Mais de 800 mil pessoas e 350 mil motos são esperadas no festival (Foto: Vítor BR Jr | CMW)

O Capital Moto Week, maior festival de rock e motos da América Latina, celebra uma edição histórica em comemoração aos seus 20 anos. A promessa é ser a maior de todos os tempos na perspectiva musical e também de negócios. O investimento para realizar o festival, que acontece de 20 a 29 de julho em Brasília, atinge R$$17 milhões, estabelecendo um novo recorde. Com a expectativa de receber quase 1 milhão de pessoas, o CMW é um marco cultural e econômico no Brasil e no mundo, fortalecendo a cadeia produtiva com impacto de sustentabilidade e legado social.

Em termos de estrutura, o Capital Moto Week não perde em nada para festivais internacionais. O complexo ocupará uma área de 298 mil metros quadrados no Parque de Exposições da Granja do Torto, abrigando mais de 100 shows, com destaque para Pato Fu, Pitty, Nando Reis, Jota Quest, Angra e Marcelo Falcão. Mais de 400 empresas estão envolvidas no projeto, que gera 12 mil empregos diretos e indiretos. Toneladas de equipamentos são transportadas para garantir a infraestrutura compatível a de um pequeno município, uma verdadeira Cidade do Motociclista. Tudo isso sem abrir mão de um conjunto de boas práticas que renderam ao festival o certificado Lixo Zero, pela Zero Waste International Alliance.

“Esse é o maior investimento já realizado em uma edição do Capital Moto Week”, afirma Pedro Franco, organizador do festival. O valor representa um aumento de 200% em relação à edição de 2017. “Nos últimos anos, tivemos um crescimento muito significativo em infraestrutura, comunicação e artístico, que reflete na qualidade da nossa entrega”, esclarece. O executivo explica ainda que o Capital Moto Week é um festival de lifestyle que exige planejamento com experiências e atrações ao público. “Nossa pretensão nunca foi sermos os maiores, mas sim os melhores naquilo que fazemos e isso tem dado ótimos retornos!”, comemora.

Do montante de investimento, o maior percentual é alocado em infraestrutura, representando 43%. “Recebemos mais de 800 mil pessoas, sendo que 20 mil ficam hospedadas dentro do complexo, o que demanda muita infraestrutura básica, como hidráulica, elétrica, estações de chuveiros e banheiros”, explica. Completam a lista áreas cruciais para o sucesso do festival, como recursos humanos (18,5%), cenografia (13,5%), contratação de apresentações artísticas (10,1%), serviços de comunicação (9,3%) e locação de espaço, logística e outras áreas do festival (5,6%).

A fonte de recursos do CMW é diversificada, sendo que 88% dos investimentos são provenientes do próprio projeto, por meio da venda de ingressos, produtos oficiais, patrocínios privados e espaços para os expositores. Os 12% restantes advém de verbas públicas, obtidas por meio de leis de incentivo, convênios e apoios de Secretarias de Estado. “O Capital Moto Week devolve aos cofres públicos até 20 vezes o que investimos dentro do festival”, revela Pedro. “Esse número demonstra claramente que alocar recursos em festivais, em eventos e em produtos criativos de alto potencial turístico é um investimento muito lucrativo”.

Grandes números

Na sua história, o CMW já atraiu mais de 5 milhões de pessoas, consolidando-se como evento cultural de destaque no Brasil e na América Latina. O festival também desempenha papel crucial no cenário econômico, com estimativas de movimentar R$60 milhões no Distrito Federal somente em 2023. Esse valor considera o efeito positivo em diversos setores da economia local, incluindo construção, hotelaria, alimentação e turismo.

Como um festival voltado para motociclistas e entusiastas de rock, o CMW atrai visitantes de todo o Brasil, que pegam a estrada e até acampam nas dependências do festival. Historicamente 40% do público é composto por turistas brasileiros e de países vizinhos. Durante os 10 dias do festival, a rede hoteleira de Brasília atinge níveis de até 98% de taxa de ocupação.

Ingressos CMW 2023

Motociclistas sem garupa e pilotando não pagam | Motos com garupa entram grátis de segunda a sexta-feira até as 18h e, aos sábados e domingos, até as 15h | PCD tem acesso grátis com direito à gratuidade de um acompanhante | Pessoas 60 anos ou mais têm direito à meia-entrada | Crianças de até 12 anos não pagam desde que acompanhadas de seu responsável | Menores de 16 anos somente acompanhados de um responsável legal | Ingresso solidário é concedido para quem levar lixo eletrônico ou 1kg de alimento não perecível.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca