Roberto Lly é produtor, mas antes integrou alguns grupos que fizeram história na música. Com Celso Blues Boy foi integrante da Legião Estrangeira, primeira banda de Blues Boy. Tocou com Jorge Benjor e foi integrante da banda de rock de sucesso dos anos 1980 Herva Doce, com a banda foi autor de um dos maiores sucesso do grupo “Amante Profissional”. Produtor de mão cheia trabalhou com Fernando Magalhães, guitarrista do Barão Vermelho, produziu o último disco de estúdio do Celso Blues Boy, com o cantor Vinny produziu vários discos, o cantor Ritchie, a banda Afrodite se Quiser passaram pelo seu crivo – incansável ainda encontra tempo para tocar na noite, sempre é chamado. Em conversa com Elias Nogueira Roberto Lly fala de sua trajetória na música.
Herva Doce
– O Herva Doce foi o começo da minha carreira como artista. Eu tocava com o Jorge Bem (na época era assim que se chamava) e o Peninha que também, junto, na mesma banda do Jorge, foi chamado para integrar o Herva. No decorrer dos ensaios o Paul de Castro (ex-Mutantes) que estava no baixo quis passar para guitarra e violino. Então o Peninha disse que tinha um amigo que tocava baixo com ele e mandaram me chamar no ensaio. Como já existia uma demo com algumas músicas, o Pena me deu a fita cassete – tirei tudo! Igualzinho ao que foi gravado pelo Marcelo Sussekind, e fui em frente! Cheguei e ensaiei como se já fosse da banda – nenhuma trave! (risos) Foi o meu começo na banda dos roqueiros que eu via quando moleque na Bolha e também no Veludo.
Amante Profissional
- Foi o segundo grande sucesso do Herva Doce – o primeiro foi Erva Venenosa – ficou seis meses em primeiro lugar nas paradas de sucesso do Brasil inteiro.
Mas quer a verdade mesmo?
A história real e a seguinte, ela surgiu durante uma grande c… literalmente.
Sabe aquelas bem demoradas em que rola cigarrinho e tudo mais?
Então, estava eu durante o processo quando me deparei com algumas revistas no banheiro. Peguei uma delas – Status ou Ele e Ela – e fui folheando, artigos bacanas, mulheres nuas, revista de primeira qualidade. Quando no final me deparei com anúncios de profissionais do sexo. Comecei a ler e imediatamente gritei pra minha esposa: traz uma caneta e papel!
Fui pegando uma frase de cada anúncio, em cinco minutos estava pronta a letra. Saí do banheiro e fui direto pegar um violão, em cinco minutos estava pronta à harmonia. Gravamos, mas a música foi censurada, tinha uma frase que dizia “Sexo Total” – mudei para “Sexy Total” e foi liberada. (risos)
Baixista
– Na realidade eu era guitarrista. Tinha uma banda que um dia estava ensaiando quando de repente apareceu o Celso Blues Boy e disse que tinha umas músicas naquela onda que estávamos ensaiando – perguntou se podia levar um som com a gente. Foi a maior alegria! Já que éramos banda de colégio. Fizemos um som por um tempo até que o Celso assumiu a banda da casa de blues Apaloosa. Um belo dia o Celso me ligou e perguntou se eu queira tocar baixo com ele. Ainda não era Celso Blues Boy era “Legião Estrangeira” a banda dele, foi em 1976. Foi meu começo no baixo.
Produtor
– Já produzi artistas como Ritchie (LP Loucura e Mágica) Vinny (nove CDs e um DVD), Fernando Magalhães (guitarrista do Barão Vermelho) com seu trabalho instrumental, Celso Blues Boy (Por Um Monte de Cerveja), Afrodite se Quiser, banda da Daniele Daumerie, que era mulher do Lobão na época, e várias bandas do Brasil todo. Há pouco tempo produzi junto com o Sussekind o novo HervaH soundcloud.com/hervah confere lá, som pra quem gosta de rock pesado e progressivo.
Celso Blues Boy
– O Celso foi meu começo como músico profissional. Foi uma história muito louca que começou em 1976 até 1979 – depois de 33 anos produzi seu último trabalho inédito “Por um Monte de Cerveja” e fui para estrada com ele novamente.Uma honra tocar com o Mestre. Temos muitas histórias divertidas e proibidas! (risos)
Fernando Magalhães
– O Fernando é um amigo e ídolo que tenho, tanto como guitarrista como pessoa. Um cara muito bacana e querido. Mixei o primeiro CD instrumental que ele já tinha gravado, gravamos somente duas musicas. Tive a honra de compor e produzir todas as faixas do segundo disco solo. Um CD de rock and roll na veia. Meu “brother” e um dos nossos “Guitar Hero”.
Veja bem! Toquei na minha vida toda com os melhores guitarristas do Brasil: Celso Blues Boy, Marcelo Sussekind e Fernando Magalhães. Está bom ou quer mais? (risos)
E o projeto HervaH?
– O Hervah foi uma brincadeira que se tornou um som da pesada.
Um dia eu gravando no Estúdio 1 do Mega e o Sussekind no Estúdio 2 recebemos a visita do Fred Maciel que foi o baterista da segunda formação do Herva Doce. Ele nos convenceu fazer um som no estúdio do Arnaldo Brandão e a coisa rolou bacana. Convidamos o Sergio Villarim para fazer os teclados e o Márvio Fernandes para cantar e as músicas começaram a rolar, fizemos um repertório completo. Quando resolvemos gravar, o Fred foi morar nos EUA e convidamos o Sergio Melo pra fazer as baterias. Putz! Ouve lá e veja que pancada ficou!