Em homenagem ao centenário de Nelson Cavaquinho, também tema deste ano da escola de samba que ajudou a consagrar, a Mangueira, a EMI Music lança o disco duplo Nelson Cavaquinho 100 anos – Degraus da vida com sambas consagrados e guardados do grande artista brasileiro.
O CD 1, Sambas consagrados, traz sucessos imortais do compositor; gravações antológicas de clássicos da obra do sambista, como Folhas secas (Beth Carvalho), Juízo final (Clara Nunes), Palhaço (Dalva de Oliveira), A flor e o espinho (Elizeth Cardoso), Notícia (Roberto Silva) e Quando eu me chamar saudade (Nora Ney).
Já no CD 2, Sambas guardados, os destaques são composições raras ou pouco conhecidas de sua obra, tais como Deus não me esqueceu e Não precisa me humilhar (na voz do pouco conhecido cantor Germano Batista), É só vergonha (Gilberto Alves), Se me der adeus (Jorge Veiga), Cigarro (Risadinha), A vida (presente no último LP de Carlos Galhardo), Mesa farta (Márcia) e Sinal de paz (com uma boa sambista da virada dos anos 70 para os 80, Jurema, que depois sumiu do mundo do disco).
Nelson Antonio da Silva, o Nelson Cavaquinho, começou a tocar na adolescência em rodas de choro, e logo se encontrou no violão. Era o rei dos botecos e da boa boemia, especialmente a do centro do Rio, ficava batendo papo, bebendo, fazendo amizades e parceiros novos sem cerimônia, queixando-se das mulheres em seus sambas, como convinha aos autores daquela geração, e das agruras da vida. Seu maior prazer era criar e cantar seus sambas, quase todos tristes e transparecendo um pavor irrestrito da morte. Nelson teve três casamentos e quatro filhos. Viveu 74 anos e meio, falecendo em 18 de fevereiro de 1986.