Se a música brasileira tivesse uma voz para o mundo seria a de Roberto Carlos, maior artista do país, que faz aniversário neste 19 de abril e abre mais um ano ininterrupto de carreira. Se considera a afirmação exagerada, basta olhar em retrospectiva todas as conquistas fenomenais que o Rei alcançou desde que, em 1959, registrou sua primeira gravação, um compacto em 78rpm com “João e Maria” e “Fora do Tom”.
Sem ainda cravar o pé no rock´n´roll e na Jovem Guarda, a gravação de duas canções em Bossa Nova marcam a trajetória sem limites de alcance, gênero e produção que Roberto Carlos alcançaria nas décadas seguintes.
Essa atitude incansável de Roberto Carlos o acompanha desde os primeiros passos na música e ficou evidente para o Brasil inteiro com o sucesso da faixa “Parei na Contramão” lançada em 1963 no LP “Splish Splash”.
O ano deu início ao primeiro fenômeno multimídia do Brasil, comparável à Beatlemania, que foi a Jovem Guarda. Ele foi para a TV ancorar o programa que levava esse nome junto a Wanderléa e Erasmo Carlos. A marca está no álbum “Jovem Guarda”, que gravou em 1965.
Vieram as sequências cinematográficas em sua carreira e Roberto Carlos estrelou três filmes dirigidos por Roberto Farias: Roberto Carlos em Ritmo de Aventura; Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa; Roberto Carlos a 300km por Hora. Passeou pelo soul e blues no começo dos anos 1970 e em 74 estrelou seu primeiro “Especial de Final de Ano na Rede Globo”, o que se tornou uma tradição desde então.
Entre as décadas de 70 e 90 ele lançou um total de 29 LPs e se consagrou como o cantor romântico mais popular da América Latina, tanto que é o único artista latino a vender mais do que Beatles e Elvis Presley.
Bastam as menções do título de alguma das canções do período e é difícil encontrar alguém que não dê continuidade cantando-a. Faça o teste. “É Preciso Saber Viver”, “Os Seus Botões”, “Amigo”, “O Portão”, “Outra Vez”, “Café da Manhã”, “Amante à Moda Antiga”, “Detalhes”, “Emoções”, “Mulher de 40”.
Roberto Carlos foi convidado para cantar para o Papa João Paulo II (97), com Luciano Pavarotti (98) e entrou no século 21 gravando um CD e DVD “Acústico MTV”, em 2001.
Em 2005 deu início ao “Projeto Emoções em Alto Mar”, um cruzeiro anual pela costa brasileira a bordo de transatlântico onde reúne admiradores, amigos e jornalistas, apresentando-se em show intimista todas as noites.
Chegou aos 50 anos de carreira em 2009 com uma sequência de 50 apresentações pelo Brasil e sendo homenageado em dois espetáculos especiais: “Elas Cantam Roberto Carlos” e “Emoções Sertanejas”.
“Esse Cara Sou Eu” marcou o ano de 2012, e em 2015 foi consagrado Personalidade do Ano no Grammy Latino, do qual possui quatro troféus e mais um do Grammy Internacional. No mesmo 2015 gravou (dias 11 e 12 de maio) no mítico estúdio Abbey Road, em Londres, versões em português e espanhol de sucessos no álbum “Primeira Fila”.
Ainda na lista de lançamentos voltados para o público latino, temos em 2018 o lançamento de “Amor Sin Límite”, que contou com participações de grandes nomes da música internacional como Alejandro Sanz e Jennifer Lopez. Logo em seguida veio turnê mundial e o Roberto Carlos não pára.
Mesmo no confuso ano de 2020 realizou duas lives, uma no dia de seu aniversário e outra no Dia das Mães. Para 2021, planeja algumas surpresas como o lançamento de uma música inédita e um dueto com Liah Soares, que fará parte da nova novela das 21h.
Se formos pensar em vendagem de produtos, Roberto Carlos vendeu quase um disco para cada cidadão brasileiro, alcançando a marca de 150 milhões em vendas nesses anos de trajetória artística.
São mais de 600 composições, 70 álbuns lançados no país, mais de uma centena no exterior e uma trajetória que certamente daqui a um milênio estará sendo debatida como fenômeno que nós, contemporâneos, temos a sorte de acompanhar em tempo real