No Salão Carioca do Livro, debates com Jessé Andarilho, Flup e sobre educação transformadora

Diário Carioca

Levar arte, cultura e literatura a moradores de comunidades do Rio; formar novas escritoras negras da periferia carioca, como as de Santa Cruz, na Zona Oeste, e publicar os seus livros; e debater experiências no país e no exterior na área de Educação para transformar a vida de estudantes e construir sociedades mais justas e sustentáveis. Esses são temas que serão debatidos por escritores, diretores da Flup e educadores em três importantes eventos da 4ª edição da LER — Salão Carioca do Livro, (Festival do Leitor), no Píer Mauá, a partir de segunda-feira (dia 9).

A siderúrgica Ternium, localizada também em Santa Cruz, onde trabalham 8 mil funcionários, é uma das empresas patrocinadoras do Salão Carioca do Livro e está apresentando esses três eventos da LER. A empresa acredita que a educação e a cultura são importantes pilares para o desenvolvimento social. O primeiro evento será no dia da abertura do Festival ao público: o autor e fundador do Marginow, Jessé Andarilho, estará num bate-papo, a partir das 19h, sobre o uso da palavra ‘marginow’ como a sua marca e a montagem de uma biblioteca comunitária.
 

Jessé vai contar a sua trajetória como escritor, os desafios, ações e resultados de levar arte, cultura e literatura aos moradores da Favela de Antares, em Santa Cruz, onde foi criado.
 

A mexicana Marlene Gras, por sua vez, está no dia 13 (sexta-feira), na LER – Encontro com Educador, juntamente com a Ternium, para apresentar a mesa “STEAM para transformar a vida dos estudantes e construir sociedades mais justas e sustentáveis”. Ela é consultora internacional em educação, políticas públicas e desenvolvimento da juventude.
 

Marlene também é especializada nas áreas de pedagogia de aprendizagem ativa, aprendizagem social e emocional, formação de professores, vínculos de desenvolvimento da força de trabalho e educação e STEAM. Assessora educacional da Organização Techint, Marlene colabora com o desenho e a implementação dos programas educacionais aplicados pela área de Relações com a Comunidade. Fernanda Candeias, Gerente de Relações Institucionais e com a Comunidade da Ternium, fará às 17h a abertura do Encontro com Educador, que terá também a participação da professora e tradutora premiada Carla Branco e da Jornalista, pedagoga e escritora Carolina Sanches.
 

Executiva do Terceiro Setor há quase 20 anos, Carla foi responsável nos anos 2000 pela programação cultural e inserção do Instituto Cervantes no cenário carioca, tendo organizado por exemplo a emblemática leitura ininterrupta de Dom Quixote no CCBB em 2005, com anônimos das mais diferentes profissões a pessoas conhecidas como Cássia Kiss, Aracy Balabanian e autores como Edney Silvestre e Bárbara Heliodora, entre outros. Na área de educação, atuou como gestora do programa NAVE, desenvolvido em parceria público-privada, uma das iniciativas de educação mais inovadoras do mundo à época. Atualmente, é professora do ensino superior e tem estado à frente de projetos que envolvam formação de educadores com foco no empoderamento e protagonismo juvenil.
 

Carolina Sanches, por sua vez, é a criadora do conceito de Leituras Elásticas, que mistura Literatura, Educação e Entretenimento. Lançou pela Estrela os livros+jogos “Vai, Lobo!” E “Vira Monstro, Vira Herói”, e pelo MapaLab os livros “ZAP do Olimpo” e “Leituras Elásticas”. Fundou no Rio o “LERCONECTA”, uma content house voltada para o desenvolvimento de projetos transformadores.
 

Um dos principais eventos que marcará o encerramento do Salão Carioca do Livro será o lançamento, no dia 15 (domingo) do livro “Cartas para Esperança” (Malê), idealizado pela Flup. Haverá tarde de autógrafos das autoras, 22 delas moradoras de conjuntos habitacionais e comunidades de Santa Cruz, na Zona Oeste, além de debate sobre a obra, a partir das 16h até as 19h, no Píer Mauá.

A siderúrgica Ternium é também uma das patrocinadoras do projeto do livro, que foi organizado por Julio Ludemir, diretor da Flup. O livro é uma homenagem das escritoras a Esperança Garcia, negra e escravizada que, em 1770, escreveu uma carta ao governador do Piauí denunciando a violência sofrida por ela e pelas companheiras.

Julio Ludemir conta que o projeto da Flup foi precedido pelo mapeamento de líderes comunitárias negras de Santa Cruz, para resgatar a história e a memória dos conjuntos habitacionais e comunidades da região. E as autoras das cartas do livro são desde mulheres jovens até idosas

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca