Obras inéditas de Adir Sodré chegam ao Paço Imperial

Diário Carioca
FOTO: "Nina Cuyabá" - óleo s/ tela (1984) - 200 x 180 cm - coleção Lêo Pedrosa - foto Jaime Acioli "Turista"- óleo s/tela (1983) -118 x 100 cm - coleção Lêo Pedrosa - foto Jaime Acioli

Uma exposição inédita de obras do artista mato-grossense Adir Sodré (1962-2020) chega ao Paço Imperial, no Centro do Rio de Janeiro. Intitulada Podre de Chique: uma retrospectiva extraordinária de Adir Sodré, tem entrada franca e fica em cartaz até 23 de outubro. A mostra reúne obras inéditas ao público, presentes em diversas coleções brasileiras que, desde cedo, reconheceram a importância deste artista: “Uma exposição retrospectiva de Adir Sodré, permite-nos dimensionar a relevância de sua obra, pois os temas por ele tratados há mais de três décadas ainda permanecem extremamente atuais e estão nas manchetes: a defesa ambiental, a crítica ao poder político, o perfil ainda elitista do sistema de arte e as questões referentes à sexualidade. Adir trata com muita elegância e contundência tudo isso”, afirma Margareth Telles, fundadora do MT Projetos de Arte, idealizadora da exposição.  

Os curadores Guilherme Altmayer e Leno Veras explicam que organizaram a exposição de forma não linear quanto a sua cronologia. “As obras estão mescladas em cinco proposições conceituais: Cuyaverá (Cuiabá), Tapa na cara pálida (horrores da branquitude), Ditos e malditos (imundos das artes), O pop não poupa ninguém (cultura de massas) e Manifestos paus, Brasil! (fabulações estético-eróticas)” Na exposição, que conta com apoio da Prefeitura de Cuiabá, há um retrato de Gilberto Chateaubriand, que colecionou a obra do pintor mato-grossense desde a década de 80, quando o artista despontou na exposição do Parque Lage, na Geração Oitenta. E outro retrato de Pietro Maria Bardi, que o convidou para uma individual no MASP, quando o artista contava apenas 21 anos.  

Adir Sodré  

Adir Sodré nasceu, em 1962, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, mas passou quase toda a vida na capital. Ao som de artistas como a berlinense Nina Hagen e a sul-mato-grossense Tetê Espíndola, Adir pintou, freneticamente, por mais de quarenta anos. Sua produção aborda temas relacionados à cultura regional e defesa ambiental e dos povos indígenas. Além de celebridades espetaculares, transformistas icônicas, milicos e cânones. Além, é claro, dos ímpetos desejantes de liberdade de gêneros e sexualidades; com Picassos e Matisses, Tarsilas e Divines, como pano de fundo para extravagantes ficções. O artista expôs nos Museus de Arte Moderna de Paris, Nova Iorque, Rio e São Paulo. Está presente no acervo de grandes museus nacionais e internacionais. Faleceu em 2020, aos 58 anos.  

Serviço:  

O que: Exposição Podre de Chique – Retrospectiva Extraordinária de Adir Sodré
Quando: até 23 de outubro de 2022
Horário:  12h às 18h – terça a domingo
Onde: Paço Imperial – Praça Quinze de Novembro, 48 – Centro, Rio de Janeiro 

Quanto: Entrada gratuita

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