Por incrível que pareça, muitas foram as mulheres que caíram no conto maligno do nazismo e de Hitler. Tido na época como um símbolo sexual e segundo observou uma de suas secretárias, Traudl Junge, “um homem excitante”, o gênio do mal conseguiu seduzir inúmeras posses deixadas em testamento para o Partido Nazista.
Mas quem foram essas mulheres? O que levou algumas delas ao deslumbre do nazismo? Quais são suas verdades? Conheça agora, três mulheres que de uma forma ou de outra foram protagonistas do nazismo, descritas na obra do historiador Rodrigo Trespach, Personagens do Terceiro Reich, publicada pela Editora 106.
Eva Braun: impossível não falar da primeira dama do mal, relatada como a ideia de mulher alemã perfeita ao nazismo, loira de olhos azuis, boas pernas, seios firmes e quadris redondos. Eva nasceu em Munique, mas estudou em uma aldeia bávara em frente a Braunau, cidade natal de Hitler. Ela o conheceu em setembro de 1929, quando tinha apenas 17 anos e ele passara dos 40, enquanto trabalhava como assistente no estúdio de Heinrich Hoffmann, o fotografo oficial do líder nazista. Eva era à frente de seu tempo, usava maquiagem e batom, numa época em que isso era considerado antifeminino e antigermânico. Viveu uma vida à sombra do Hitller, sempre menosprezada, seu relacionamento com o Führer só foi reconhecido no dia 29 de abril com a chancelaria sob intenso fogo da artilharia soviética. Eva cometeu suicídio ao lado de Hitler com ampolas de cianeto de potássio. Mais tarde, uma de suas primas declarou que Eva foi desesperadamente infeliz em sua vida.
Leni Riefenstahl: a cineasta responsável por criar uma ideologia para as ideias de Hitler com seu documentário, O triunfo da vontade, de 1935, viveu até os 101 anos negando ter feito propaganda para a Alemanha nazista. Leni nasceu em Berlim, filha de um rico empresário, não se interessou pelos negócios do pai, pelo contrário seguiu suas inclinações artísticas. Foi bailarina, mas uma lesão no joelho a afastou dos palcos e a levou direto ao universo cinematográfico como atriz e posteriormente diretora. Até hoje, Leni é considerada uma das maiores artistas da sétima arte, entretanto, seu passado a seguiu até o fim, pois segundo ela mesma alguém tinha de ser acusado e difamado, e a escolheram porque fez o filme perfeito.
Johanna Maria Magdalena Quandt: a esposa modelo do nazismo. Dedicou a sua vida para ser a esposa de Goebbels, a quem deu um número grande de filhos e colocou todos com a letra H, de Hitler. Devotada à causa, era até pouco comum mesmo para os padrões do regime, por vezes fazia o papel de acompanhante do ditador em eventos. Atendiam aos requisitos do ideal nacional-socialista de mulher e mãe reprodutora. Após a morte do Führer envenenou seis dos seus filhos e se matou, pois como escrevera na carta ao seu primogênito, “não valia a pena viver no mundo que há de vir depois do Führer e do nacional-socialismo”.
Sobre o autor: Rodrigo Trespach nasceu em Osório, RS. É historiador, pesquisador e autor de doze livros, entre eles, O Lavrador e o Sapateiro (2013), Quatro Dias em Abril (2016), os quatro livros da coleção Histórias não (ou mal) contadas (2017 e 2018) e 1824 (2019). Também é autor de diversos artigos e matérias para jornais e revistas nacionais e internacionais. Veja mais em rodrigotrespach.com
Sobre a Editora 106: é o resultado do encontro entre a psicanalista Fernanda Zacharewicz, que já editava obras na área da Psicanálise na Aller Editora, e o jornalista Omar Souza, publisher com mais de 20 anos de experiência. Diferentemente de outras editoras, a marca tem diversificação nos gêneros o que não deixa dúvidas de que há 106 editoras em uma só. Os subselos: 106 Biografias, 106 Ideias (ensaios, Filosofia, História etc.), 106 Pessoas (desenvolvimento pessoal, espiritualidade, negócios etc.), 106 Histórias (ficção histórica e contemporânea), 106 Clássicos (obras e autores consagrados), 106 Crônicas (textos produzidos por alguns dos melhores cronistas nacionais e internacionais), entre outros, são o compromisso da editora em representar os mais diversos públicos. A exceção será a Aller, já consolidada no universo psicanalítico brasileiro e que identificará os livros publicados para esse segmento