Débora Duboc, Carol Badra e Cia Los Lobos Bobos, estreia Quase de Verdade

Diário Carioca

Quase de Verdade é um espetáculo criado por essa trupe no quintal da casa de Débora, para que as atrizes tivessem a segurança de estar ao ar livre, a pandemia determinou um procedimento, mas tal circunstância serviu como inspiração, já que toda a história se passa no quintal do vizinho. É um encontro cuidadoso entre o artesanal e o tecnológico. Filmada no palco do Teatro Faap pelo premiado diretor de cinema Toni Venturi (“Cabra Cega””Latitude Zero”, “Dentro da Minha Pele”, entre outros), a peça é um grande jogo cênico entre as atrizes (que fazem toda a contra regragem em cena, cantam, encenam e dão voz aos diversos personagens da peça),e os bonecos e cenário, confeccionados por Marco Lima. Antes de cada apresentação, haverá uma palestra com o idealizador e diretor GpeteanH, chamada Claricear.

Mais de quarenta anos depois de sua morte, Clarice Lispector continua a ocupar um lugar único na literatura brasileira, marcando gerações de novos leitores e novos escritores. Ainda hoje, a leitura da sua obra revela uma autora capaz de iluminar, intrigar, comover e surpreender a todos que sensorialmente se entregam para suas palavras. Em um mundo marcado pela crise de instituições e sistemas de pensamento, a recriação para o palco das obras de Clarice dedicadas ao universo da infância e juventude é cada vez mais relevante. A Cia Los Lobos Bobos já tem em seu repertório dois espetáculos inspirados nos livros infanto juvenis de Clarice, são eles: A vida íntima de Laura e A mulher que matou os peixes com o nome de Pescadora de Ilusão. Com a estreia de Quase de Verdade, a tão sonhada trilogia clariceana se concretiza.

Grande parte da cena de Quase de Verdade acontece em cima de uma mesa/palco com cenografia e objetos, criados por Marco Lima, tendo como cenotécnico Marcelo Andrade. Nesse quintal Carol e Débora dão vida aos animais e elementos da natureza que protagonizam essa fábula. A trilha original e a direção musical é assinada por Marcelo Pellegrini, o desenho de luz é de Aline Santini e os figurinos foram criados por Carol Badra e Débora Duboc.

Quase de Verdade discute de forma fantástica aspectos cruciais da vida em sociedade, como inveja, luta de classes, autoritarismo, opressão, exploração da força de trabalho, o coletivo e o indivíduo, união e coragem e a origem da vida. O resultado é uma peça cheia de elementos sofisticados e originalmente criados, mas que passa a sensação de ser uma grande e deliciosa brincadeira de encenar. O espetáculo também nos leva a refletir sobre o próprio tempo que vivemos para que façamos a nós a pergunta: Qual quintal queremos para nós?

Sinopse

“Quase de verdade” é uma aventura muito bem latida pelo cachorro Ulisses para Clarice, sua dona que compreende o significado de seus latidos e escreve tudo. O sabido e afetuoso cachorro conta o que está rolando lá no quintal do vizinho. Ulisses, é muito observador, tem olhar de gente de verdade e descobriu que da união entre o sentimento de inveja e as ideias de más companhias só sai fruto ruim. Foi o que ele viu acontecer com uma grande Figueira que dividia o belo e fértil terreno perto de sua casa, onde havia galos, galinhas, pintinhos e minhocas. O cão Ulisses e as galinhas desta história, como os bichinhos que povoam os demais livros infantis de Clarice Lispector, foram realmente parte de sua vida, nas diferentes casas em que morou no Brasil, na Itália, na Suíça e na Inglaterra. É muito interessante como Clarice aborda numa história para crianças as lutas das classes trabalhadoras, através de uma lúdica analogia em que uma figueira opressora explora o trabalho das galinhas. Esse universo infanto-juvenil, transborda para o universo adulto, pois, cada idade terá sua leitura, deleite. Referências literárias da própria autora apresentam-se de forma despretensiosa como nomes desses animais: O Galo chama-se Ovidio, a Galinha, Odisseia, o Cachorro é Ulisses e outros que povoam essa rica aventura.


Sobre Carol Badra

Formada em Artes Cênicas pela Unicamp. Atua profissionalmente há 26 anos. Além de atuar também é figurinista e produtora cultural. Integrante da Cia. Os Fofos Encenam desde sua fundação. Atuou em Deus Sabia de Tudo… de Newton Moreno, A Mulher do Trem, de M. Hannequim e George Mitchel, Assombrações do Recife Velho, de Newton Moreno, Ferro em Brasa, de Antonio Sampaio, Terra de Santo de Newton Moreno e Dar corda Pra se Enforcar do projeto Baú da Aretuzza com direção de Fernando Neves. Com a Cia La Mínima, atuou no espetáculo O Médico e os Monstros. Em 2015 recebeu o Prêmio de Teatro Jovem e Infantil da Cidade de São Paulo, de melhor atriz pelo espetáculo Canção dos Direitos das Crianças. Com a Los Lobos Bobos fez A Vida Íntima de Laura, Um Patinho Feio, e atualmente atua em Pescadora de Ilusão. É também integrante da mundana companhia no elenco de O Duelo, Na selva das Cidades e Necropolítica. As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão, dramaturgia de Newton Moreno e direção de Sérgio Módena

Sobre Débora Duboc

Está também retornando com o espetáculo “A Valsa de Lili” de Aimar Labaki, pelo qual recebeu o Prêmio APCA de melhor Atriz e em cartaz com o filme “O Buscador” de Bernardo Barreto, pelo qual recebeu o Prêmio de Melhor Atriz no Festival Cine PE.                          É formada em Artes Cênicas pela Unicamp. Foi uma das realizadoras do projeto estético da Cia Razões Inversas, dirigida por Marcio Aurélio, com quem montou vários clássicos, entre eles, “Ricardo II” de W. Shakespeare, A Bilha Quebrada de H. Kleist, Arte da Comédia de Eduardo de Fellipo e Srta. Else de Schnitzler. Fez também O Homem das Galachos que o autor e diretor Vladimir Capella escreveu para atriz, A Cabeça, de Alcides Nogueira e direção de Márcia Abujamra, Liberdade, Liberdade de Millôr Fernandes, dirigida por Cibele Forjaz e produzida por Paulo Goulart e Nicete Bruno e As Três Irmãs de Tchecov, dirigida por Enrique Dias, JT, um conto de fadas punk de Luciana Pessanha dirigida por Paulo José. Elias escreveu dois textos para atriz e a dirigiu em Jocasta e o musical “Sou Toda Coração”. Foi idealizadora e atriz, junto com Renato Borghi das duas edições da Mostra Contemporânea de Dramaturgia. Este profundo mergulho influenciou todo o movimento atual da nova dramaturgia contemporânea. Também produziu e atuou o musical contemporâneo Espírito da Terra, com canções de F. Wedekind. Estreou no Teatro Sesc Anchieta quando Débora entrava em seu oitavo mês de gestação. Com O Homem, A Besta e A Virtude, de Luigi Pirandello, tradução de Marcos Caruso, direção de Marcelo Lazzaratto. Débora além de atuar assina a concepção do espetáculo e dá início a uma pesquisa sobre o cômico e o teatro popular. Logo depois monta no CCBB SP a comédia de Dario Fo, Um Dia (quase) Igual aos Outros em parceria com a diretora Neyde Veneziano. Estes espetáculos foram celebrados pelo público e crítica. Com a Olhar Imaginário – Núcleo de Teatro, Débora tem o objetivo de realizar um trabalho me- tódico de pesquisa do gesto teatral e produzir espetáculos de relevância cultural e popular, que toquem o Homem contemporâneo. Atuou em curtas e nos longas-metragens Através da Janela de Tata Amaral, Memórias Póstumas de André Klotzel, Tapete Vermelho de Luiz Alberto Pereira e Filmefobia de Kiko Goifman. Protagoni- zou os filmes Latitude Zero e Cabra Cega de Toni Venturi. Atuou também em Bom Dia Eternidade, de Rogério Moura, Primavera de Carlos Porto, As 12 Estrelas, de Luiz Alberto Pereira e Estamos Juntos de Toni Venturi, Atuou no filme Onde quer que você esteja, com direção de Bel Bechara e Sandro Serpa, A Menina que Matou Seus Pais e O Menino que Matou Meus Pais, direção de Mauricio Eça que terá lançamento logo mais. Fez a novela “Passione”, de Silvio de Abreu e direção de Denise Sarraceni, Alto Astral, de Daniel Ortiz e direção de Jorge Fernando.  É premiada por várias atuações no cinema e teatro, recebendo também prêmios internacionais.

Ficha Técnica

Idealização: GpeteanH & Marcelo RaffaH Elenco: Débora Duboc e Carol Badra. Direção Artística: Carol Badra, Débora Duboc, GpeteanH, Petrônio Gontijo, Marco Lima. Direção de Arte, Cenografia e Dramaturgia: Marco Lima. Direção Musical e Música Original: Marcelo Pellegrini. Desenho de luz: Aline Santini. Assistência e operação de luz: Clara Caramez. Direção Técnica: Arnaldo D’Ávila. Figurinos: Carol Badra e Débora Duboc. Cenotécnico: Marcelo Andrade. Produção Executiva e Social Mídia: Franz Granja. Direção de Produção: Marcelo RaffaH. Designer Gráfico: Edu Reyes. Assessoria de Imprensa: Pombo Correio.

Equipe filmagem Olhar Imaginário: Direção: Toni Venturi. Produtor Executivo: Tiago Berti. Diretor de fotografia: Otávio Puppo. Câmera: Vinicius Nevire. Técnico de som: Leonardo Bruno. Assistente de Câmera: Demétrius Oliveira. Produtora: Olhar Imaginário. Criação: Los Lobos Bobos.

Programação do espetáculo QUASE DE VERDADE

Plataforma do you tube de cada um dos teatros

TEATRO ARTHUR AZEVEDO

DIAS: 14 e 15 de agosto de 2021

HORÁRIO: Sábado e domingo às 16h

VALOR DO INGRESSO: Gratuito – Online

TEATRO PAULO EIRÓ

DIAS: 21 e 22 de agosto de 2021

HORÁRIO: Sábado e domingo às 16h

VALOR DO INGRESSO: Gratuito – Online

TEATRO ALFREDO MESQUITA

DIAS: 28 e 29 de agosto de 2021

HORÁRIO: Sábado e domingo às 16h

VALOR DO INGRESSO: Gratuito – Online

TEATRO CACILDA BECKER

DIAS: 04 e 05 de setembro de 2021

HORÁRIO: Sábado e domingo às 16h

VALOR DO INGRESSO: Gratuito – Online

TEATRO JOÃO CAETANO

DIAS: 11 e 12 de setembro de 2021

HORÁRIO: sábado e domingo às 16h

VALOR DO INGRESSO: Gratuito – Online

Programação Centro Culturais:

Centro Cultural Tendal da Lapa 

Dias: 18 e 24 de agosto de 2021

Horário – quarta e terça às 16h 

VALOR DO INGRESSO: Gratuito – Online

Centro Cultural Penha

Dias: 25, 26 e 27 de agosto de 2021

Horário – quarta, quinta e sexta às 16h 

VALOR DO INGRESSO: Gratuito – Online

Centro Cultural Vila Formosa 

02 e 03 de setembro de 2021

Horário – quinta e sexta às 16h 

VALOR DO INGRESSO: Gratuito – Online

Centro Cultural Grajaú 

Dias: 08, 09 e 10 de setembro de 2021

Horário – quarta, quinta e sexta às 16h 

VALOR DO INGRESSO: Gratuito – Online

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