A guerra sob vários pontos de vista e em diversos contextos mundiais, será encenada no palco do Teatro Chica Xavier em um espetáculo dinâmico, visceral e reflexivo. Após um longo período de pausa por conta da pandemia, “Esperança na Revolta” retorna trazendo um novo elenco para compor a peça que recebeu três indicações ao Prêmio Shell de Teatro, vencendo o de melhor direção por André Lemos. Em cartaz até 6 de novembro, sextas e sábados às 20h e domingos às 19h, os ingressos são R$30 inteira e R$15 meia.
Demonstrando que a guerra não atinge apenas a alguns ou um determinado povo e sim como atinge a todos, em diferentes escalas. A partir de uma história sem fronteiras, que ultrapassa os limites geográficos e culturais do nosso país, o que está em jogo nesse espetáculo é o ser humano diante da violência de seu tempo e como ele reage ou sobrevive a isso.
A partir de diversas zonas de guerra, a peça apresenta uma perspectiva onde a realidade que se passa em países islâmicos, também acontece ao nosso lado e que isso precisa ser percebido. Afinal, a violência que atinge a população negra, especialmente a população periférica do Rio de Janeiro, é tão grave quanto a que atinge tantos outros lugares em diferentes partes do mundo em situação de guerra.
Com mais de trinta anos de experiência em artes cênicas, a atriz Cátia Costa, uma das artistas que compõem o elenco do espetáculo, ressalta um dos objetivos da peça. “É uma tentativa de demonstrar essas sensações de impotência, que vivem populações pretas dentro comunidade. Sabemos que a gente vive, desde o período colonial, dentro das perspectivas ligadas aos nossos ancestrais escravizados, uma perseguição e uma política de genocidio desses corpos”, frisa.
Essa é uma reflexão que se liga ao termo “necropolítica e biopoder” do filósofo camaronês Achille Mbembe. “É esse sentimento e essa impossibilidade de vida no entendimento de que a morte é o único caminho, de que a morte é uma sentença. A gente já nasce dentro desse contexto de ser sentenciado à morte, principalmente quando nascemos dentro dessas comunidades. Um exemplo dessa sensação que a peça traz é através do personagem Wesley, um jovem negro, que desde o início do espetáculo traz essa energia, esse medo que ronda, dessa impossibilidade ou impotência de sobreviver”, a atriz destaca.
Esperança na Revolta é um espetáculo completo, capaz de fazer com que jovens, adultos, negros e negras que vivem em situação de guerra urbana na cidade do Rio de Janeiro possam se enxergar no palco. A montagem foi indicada em três categorias do Prêmio Shell de Teatro e Inovação, Música e Direção, sendo a primeira vez na história da premiação que um diretor negro foi laureado.
A partir de diversos personagens, esses atores contam, cantam, jogam, dançam, tocam e vivem narrativas de sobrevivência em meio ao caos. A música, aliás, é mais do que um elemento presente nessa montagem, é uma personagem que é executada ao vivo e que guia cada trama e seu contexto.
Esse espetáculo é realizado pela Confraria do Impossível, um coletivo artístico negro empresarial que intervém nas ruas, espaços culturais e transportes públicos na cidade do Rio de Janeiro desde 2009, visando o trabalho com a arte, a cultura e a educação como forma de reflexão, transformação, aprendizado e conscientização social.
O Teatro Chica Xavier fica localizado no espaço cultural Terreiro Contemporâneo, na Rua Carlos de Carvalho, 53, Centro, Rio de Janeiro – Rj, Próximo a Praça da Cruz Vermelha.
SERVIÇO
ESPERANÇA NA REVOLTA
Teatro Chica Xavier
Endereço: Carlos de Carvalho, 53, Centro, Rio de Janeiro – Rj, Próximo a Praça da Cruz Vermelha.
Datas: de 14 de outubro a 6 de novembro, sextas e sábados 20h e domingos 19h
Classificação: 14 anos
Duração: 1h30min
Ingressos: R$40 incentivo, R$30 inteira R$15 meia
FICHA TÉCNICA
CONCEPÇÃO: Confraria do Impossível
TEXTO E DIREÇÃO: André Lemos
DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Jeff Fagundes
ELENCO: Alex Nanin, Cátia Costa, Lívia Prado, Nádia Bittencourt, Jeff Fagundes, Jess Sodré, Reinaldo Junior, Tarso Gentil e Tati Vilella, Claudia Macedo, Juliane Cruz, Wayne Marinho
DIREÇÃO DE MOVIMENTO: Cátia Costa e Reinaldo Junior
DIREÇÃO MUSICAL: André Lemos e Beá
PREPARAÇÃO CORPORAL: Reinaldo Junior
PROJETO DE LUZ: Rommel Equer
MÚSICAS: AnarcoFunk e Confraria do Impossível
CENÁRIO: Tarso Gentil
FIGURINOS e ACESSÓRIOS: Confraria do Impossível
DESIGN: Giulia Santos
ASSESSORIA DE IMPRENSA: Monteiro Assessoria – Laís Monteiro
AUDIOVISUAL: Filmes do Impossível
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Wayne Marinho e Jonathan Fontella
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO: Juliane Cruz e Tarso Gentil
OPERADOR DE LUZ: Thiago Viana
OPERADOR DE SOM E AUDIOVISUAL: Wayne Marinho / André Lemos
REALIZAÇÃO: Confraria do Impossível