“Kid Morengueira – Olha o breque!” homenageia Moreira da Silva (1902 – 2000), o cantor que popularizou o samba de breque tornando-se um ícone da música brasileira. O samba permitiu a ele criticar, sempre com muito bom humor, os poderosos com seus desmandos, os malandros que conheceu na noite, e os compositores que ajudou a tornar conhecidos.
Na dramaturgia de Andreia Fernandes e Ana Velloso fatos biográficos vão se misturando com elementos de ficção, bem à maneira das letras que Moreira da Silva interpretou. “Moreira se transporta para a obra. É como se ele estivesse na dificuldade. Ele faz a crônica, mas também se coloca como personagem. E aí de forma criativa, dá uma outra cara para a situação”, diz Édio.
Em cena, o ator Édio Nunes, acompanhado dos músicos, Fernando Leitzke (teclado) Ricardo Rente (sopro) e Sérgio Conforti (bateria e percussão) leva ao público o universo de Moreira da Silva num pocket musical emocionante e divertido.
No musical, Édio interpreta sucessos que imortalizaram Moreira da Silva como Paraíso de Malandro (Sereno), Amigo Urso (Henrique Gonçalez), Na Subida do Morro (Moreira da Silva / Ribeiro Cunha), Acertei no Milhar (Wilson Batista e Geraldo Pereira), O Rei do Gatilho! (Miguel Gustavo), Morengueira Contra 007 (Miguel Gustavo), O Último dos Moicanos (Miguel Gustavo), Esta Noite Eu Tive Um Sonho – (Moreira da Silva e Wilson Batista); Lapa da Década de Trinta – (Dalmo de Niterói e M. Micelli), Piston de Gafieira – (Jorge Veiga e Billy Blanco), entre outros.
Vivendo em meio à malandragem, Moreira da Silva imortalizou centenas de canções com letras que retratavam situações pitorescas, muitas vezes parecidas com as que viveu. Inventou o Kid Morengueira – um ‘personagem de si mesmo’, um malandro à moda antiga, daqueles que não existem mais e que se entranhou na alma de Moreira a tal ponto que ninguém mais distinguir onde começa um e termina o outro.
Aliás, nem mesmo o cinema estrangeiro, que ele viu chegar ao país no início do século XX, escapou de sua crítica mordaz. Toda a atmosfera de glamour que cercava o cinema americano e europeu caia por terra nas canções em que “escrachava” igualmente mocinhos e bandidos, revelando como poucos o traço antropofágico de nossa cultura.
SERVIÇO:
DE 11 A 14 DE MARÇO – QUINTA A DOMINGO
Horário: 20h00 / Abertura da casa: 60 minutos antes
Local: Teatro Prudential (Endereço: R. do Russel, 804 – Glória)
Duração 65 minutos / Classificação Etária: 14 anos