Foto: Marcela Rodrigues O espetáculo “Kondima – Sobre travessias”, da companhia Troupp Pas D’argente, está de volta ao circuito carioca. A peça que aborda de maneira poética, a vida de refugiados e seus desdobramentos falar sobre medos, perdas e sonhos diante da deriva de estar fora de seu país de origem.
A dramaturgia traz, de forma densa, um olhar profundo sobre essas mulheres, homens e crianças, que encontram-se em situação de vulnerabilidade social e terror e leva ao palco a realidade de 25,4 milhões de pessoas em todo o mundo.
Desde a invasão russa à Ucrânia, relatos sobre o conflito dominam os noticiários, lançando olhar para os habitantes que deixaram suas casas em busca de refúgio. De acordo com a ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados – Agência da ONU para Refugiados), mais de 4 milhões de ucranianos deixaram o país, desde o início do conflito. Segundo a Convenção de Refugiados de 1951, é considerado refugiado, qualquer pessoa que “temendo ser perseguida por questões de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a um determinado grupo social ou opinião política, bem como devido à grave e generalizada violação de direitos humanos e conflitos armados, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país”.
Aliás, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), pelo menos metade delas são mulheres adultas e crianças. Não contam com a proteção de seus lugares de origem, seus governos e, em muitos casos, com estruturas familiares tradicionais. Além disso, enfrentam os rigores de longas jornadas a caminho do refúgio, perseguição ou indiferença oficial. Com frequência, sofrem abuso sexual, inclusive quando já chegaram a um lugar aparentemente seguro.
“KONDIMA – Sobre travessias” aborda a temática a partir do olhar de refugiados vindos de países distintos que se viram obrigados a deixar suas casas, na busca pela sobrevivência e pela paz. Os motivos que os obrigam a realizar uma arriscada travessia são diversos: perseguição política, conflitos armados e guerrilhas, fome, discriminação racial, social ou religiosa, violência sexual, violência de todas as formas. A trama evidencia a humanidade dos personagens e revela os conflitos e desventuras surgidos a partir do entrelaçamento dessas histórias, que geram inusitadas e instigantes situações.
“KONDIMA” é uma palavra pertencente ao dialeto Lingala, falado em tribos da Angola e da República Democrática do Congo, e significa acreditar.
SERVIÇO:
Temporada de 02 a 31 de julho – sexta a domingo
Horário: sábado, às 19h; domingo, às 18h, e sexta (apenas nos dias 22 e 29), às 19h
Local: Teatro Gonzaguinha ( Rua Benedito Hipólito, 125, Centro)
Ingressos: Entrada solidária – 1kg de alimento não perecível ou 1 agasalho
Classificação indicativa: 16 anos