A céu aberto, no jardim do Palácio do Catete, o Grupo Pedras estreia dia 22 de abril, às 16h, o espetáculo infantil “Rosa e a Floresta”, sob a direção de Isaac Bernat. Tão divertido e poético quanto o premiado “Rosa e a Semente”, encenado em praças e parques em 2018. O elenco é formado por Fábio Freitas, Helena Stewart, João Lucas Romero e Marina Bezze que, além de encenarem a história, executam a música e a sonoplastia do espetáculo.
Serão dois finais de semana de apresentação no jardim do Palácio do Catete. Em maio, as apresentações serão na Quinta da Boa Vista e no Parque dos Cavalinhos, na Tijuca. Sempre de graça. No final, quem tiver vontade, coloca uma colaboração no chapéu.
“Rosa e a Floresta” dá continuidade à história da menina que descobriu a importância de sermos verdadeiros, mote da peça “Rosa e a Semente”, premiado nas categorias melhor texto, melhor coletivo de atores e melhor atriz. Na primeira história,
Rosa experimenta perigos e mistérios para participar do concurso do Mestre de seu povoado.
Nesta nova aventura, Rosa envereda para dentro da floresta, numa jornada iniciática de descobertas e apuros, que aguça a força dos sonhos coletivos. A relação com a natureza, os conhecimentos dos antigos, a importância das matas e seus povos originários, permeiam a narrativa do espetáculo. A criação é coletiva do grupo.
O processo de pesquisa para “Rosa e a Floresta” mergulhou no ciclo orgânico das Florestas e no universo indígena, fundamental para a preservação das nossas florestas. Uma das fontes de inspiração foi a série “Flecha Selvagem”, sete episódios audiovisuais, com narração de Ailton Krenak e roteiro de Anna Dantes.
A parceria com o diretor convidado Isaac Bernat se estabeleceu na oficina de Sotigui Kouyaté, falecido “Griot” e ator dos trabalhos do encenador Peter Brook. Grande contador de histórias que influenciou o grupo e o diretor, Sotigui influencia “Rosa e a Floresta” com a maestria do ator brincante, que evoca acima de tudo a simplicidade, a ancestralidade e o imaginário.
Os espetáculos seguem a pesquisa de linguagem do Grupo Pedras, alicerçada em técnicas como a utilização de máscaras, a bufonaria e a cultura popular brasileira, na carpintaria de dramaturgias inéditas.
O projeto apresenta questões centrais da contemporaneidade de forma lúdica, brincante e artística, para as novas gerações. Ele é feito para as crianças, mas também encanta os adultos.
Essa aventura conta com um cenário simples, lúdico e artesanal. As imagens produzidas pela manipulação do cenário, as atmosferas musicais executadas ao vivo, tem um forte papel dramatúrgico, aliado à cuidadosa escolha das palavras.
O Grupo Pedras opta por realizar a temporada de estreia do espetáculo, assim como realizou em Rosa e a Semente, de forma gratuita em parques e praças como forma de tornar o acesso democrático no intuito de alcançar todos os públicos.
A companhia
O Grupo Pedras foi criado em 2001 pelos atores Adriana Schneider, Ana Paula Secco, Diogo Magalhães, Georgiana Góes, Helena Stewart, Luiz André Alvim e Marina Bezze – que também são diretores, escritores, iluminadores, figurinistas e pesquisadores. Artistas que se interessam por todos os processos da arte cênica e desenvolveram um trabalho de pesquisa a partir de técnicas para o ator, como a utilização de máscaras, a bufonaria e a vivência de expressões populares brasileiras. Circulou pelo Brasil e participou de eventos importantes como o riocenacontemporânea, o Palco Giratório e o Festival Premier Pas, na cartucherie do Théatre du Soleil, em Paris.
No repertório do grupo estão os espetáculos: “Restin” (2002), “O Muro” (2004), “Mangiare”(2007), “O Reino do Mar sem Fim” (2010), “Pequenos e grandes gestos de despedida” (2015), “In Comum” (2016), “Rosa e a Semente”(2018).
O diretor
Isaac Bernat é ator, diretor, professor de teatro na Faculdade CAL e doutor em Teatro pela UNIRIO. Fez tese de doutorado sobre o griot africano e ator Sotigui Kouyaté, que deu origem ao livro “Encontros com o griot Sotigui Kouyaté”.
Atuou recentemente em “Agosto”, direção de André Paes Leme; “Céus” e “Incêndios”, ambos dirigidos por Aderbal Freire Filho. “Incêndios” lhe rendeu o prêmio Botequim Cultural de Melhor Ator e Prêmio Aplauso de Melhor Elenco. Pelo trabalho em “As Aventuras de Pedro Malazartes” recebeu o Prêmio Coca-Cola de Melhor Ator. Também atuou em “Cara de Fogo”, direção de Georgette Fadel; “Mão na Luva”, de Vianinha, direção de Rubens Camelo e “Cine-Teatro Limite”, de Pedro Brício.
Entre as peças que dirigiu destacam-se “Por Amor ao Mundo, um Encontro com Hanna Arendt”, “Desalinho” e “Deixa Clarear”, de Marcia Zanelatto; “Lili – uma história de circo”, de Licia Manzo, que lhe rendeu o Prêmio Zilka Salaberry de Melhor Direção; “Calango Deu – Os Causos de Dona Zaninha”, de Suzana Nascimento e “Filhote de Cruz Credo”, de Eduardo Katz, indicado ao Prêmio CBTIJ de Melhor Direção.
FICHA TÉCNICA: Direção: Isaac Bernat | Atores: Fábio Freitas, Helena Stewart, João Lucas Romero e Marina Bezze | Diretora assistente: Camila de Aquino | Dramaturgia: Camila de Aquino, Fábio Freitas, Helena Stewart, Isaac Bernat, João Lucas Romero e Marina Bezze | Direção de movimento: Andrea Jabor | Direção musical: Ricardo Cotrim | Figurino e cenário: Flavio Souza | Ilustração: Luciana Grether | Programação Visual: Caco Chagas | Direção de Produção: Camila de Aquino | Produção Executiva: Inês Chada | Fotografia: Pedro Martins | Assessoria de Imprensa: Mônica Riani | Mídias sociais: Ivam Cruz
Serviço: Rosa e a Floresta – Direção: Isaac Bernat. Com o Grupo Pedras
22 e 23 | Museu da República 16h
29 e 30 | Museu da República 11h e 16h respectivamente
06/05 | Quinta da Boa Vista – São Cristóvão 16h
07/05 | Praça dos cavalinhos – Tijuca 16h