A escrita de Igor Pires está intimamente ligada ao mundo hiper conectado das redes sociais, seu livro de estreia, “Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente”, vendeu meio milhão de exemplares e motivou o projeto TCD nas redes sociais, onde tem quatro milhões de seguidores. Agora, Igor lança o quinto volume da série ao mesmo tempo que sua primeira história chega aos palcos.
“Textos cruéis demais – Quando o amor te vira pelo avesso” chega ao Teatro Ipanema. Idealizado por Carlos Jardim, que também assina o texto e a direção da peça que é um retrato dos relacionamentos atuais da juventude. No palco, os sentimentos que movem Pedro (Edmundo Vitor) são absolutamente atemporais. Devastado com o término de um tórrido e turbulento relacionamento, ele relembra seus momentos com Fábio (Felipe Barreto) e compartilha uma série de confissões, dores, reflexões e lembranças com a plateia. Em alguns momentos, empunha o violão e também apresenta canções inéditas, compostas especialmente para o espetáculo.
“Li uma reportagem sobre o livro e achei muito interessante que um jovem de vinte e poucos anos tivesse escrito histórias de amor tão intensas e ainda em forma de poesia. Logo percebi a força daqueles sentimentos, e como isso poderia ficar forte no palco”, relembra Jardim.
Quando Jardim leu o livro, percebeu que o texto era, certamente, muito sonoro, assim logo veio a ideia de ter música na peça. As composições são uma parceria dele com Liliane Secco, conhecida musicista e também muito presente no universo teatral, que elaborou os arranjos e a direção musical da peça. Além disso, Igor Pires entra como parceiro em duas músicas. Como frisa o diretor, a atual montagem não é um musical, mas uma peça com música, em que os números ajudam a contar mais sobre os personagens e suas emoções.
‘Igor foi incrível, me deu total liberdade pra adaptar a história’, lembra Jardim. Aliás, uma das grandes diferenças será a presença do ex-namorado do personagem em cena. “O livro me pareceu um grande desabafo do Igor depois de ser deixado pelo namorado. Mas só o Igor tem voz na narrativa. Fiquei imaginando quem seria a pessoa que motivou tanta dor e tantos poemas lindos! Criei então o outro personagem, que não existe no livro”, conta o diretor, que ressalta a importância de se contar uma história de amor homossexual depois de todo o período de avanço do conservadorismo no país.
Edmundo Vitor, que interpreta o protagonista Pedro, vai além: ‘Amar é um ato de coragem e entrega! Essa é uma história que mostra a vulnerabilidade de quem se entrega ao amor por completo. Ainda é, sim, importante falar de amor, principalmente nesses tempos tão obscuros e turbulentos com tanta homofobia, ódio e racismo, e essa é uma forma poética de trazer luz e reflexões sobre o turbilhão de emoções que amor provoca’.
A celebração da diversidade estará presente também na sessão de estreia do espetáculo, no dia 13, quando o bloco Simpatia É Quase Amor fará uma apresentação especial no teatro.
Serviço
De 13 de janeiro a 5 de março
Sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 19 horas.
Teatro Ipanema (R. Prudente de Morais, 824)
Ingressos pela Sympla