Foto: Igor Mattos Traçando um paralelo com o conceito da hermenêutica imaginal do filósofo Henry Corbin, que pressupõe não a “realidade”, mas a “realidade para mim”, Os Ciclomáticos Companhia de Teatro apresentam a montagem “Tudo faz sentido, mas é mera coincidência”.
A peça aborda a conexão virtual e seu impacto na sociedade apresentando uma família supostamente feliz que vai se desfazendo aos poucos, questionando através das vivências com as redes sociais, as fake news e o cyberbullyng, dentre outros aspectos digitais, como conviver com a internet sem que ela seja o mote de condução da vida. Além disso, “Tudo faz sentido, mas é mera coincidência” também celebra os 25 anos da companhia.
“Tudo faz sentido, mas é mera coincidência” aborda a contradição que é ver personagens conectados o tempo inteiro nas redes sociais e com a mídia, mas com as relações interpessoais se desfazendo. Ao mesmo tempo que fala da existência da incomunicabilidade, além da excessiva narrativa narcisista do eu, onde temos que fazer com que tudo seja postado e visualizado o tempo todo.
A grande reflexão do espetáculo coloca o dedo na ferida das consequências do excesso de exposição e julgamento virtual pode trazer a curto e longo prazo. A escolha do texto busca, certamente, provocar através do teatro contemporâneo, a busca de novas pesquisas e perspectivas artísticas, novos horizontes. O texto trata disso, de como estamos impregnados pela tecnologia e como podemos lidar com ela de forma saudável.
A companhia abre uma nova trilogia com a nova pesquisa que pode ser chamada de “Trilogia da Tecnologia performática”. “Certamente, é um espetáculo muito diferente em nossa trajetória, isso é!”, promete o diretor.
SERVIÇO:
Temporada: 02 a 24 de junho
Quartas, Quintas e Sextas às 20h
Local: Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto (Rua Humaitá, 163 – Humaitá)
Duração: 70 minutos
Classificação: 12 anos