Foto: VIDAFODONA A atriz Katerina Amsler faz uma festa no palco onde a protagonista de sua peça recebe, flerta e conversa com o público. Lá pelas tantas, surgem algumas revelações: um relato real de uma mulher que sofreu o golpe “Boa noite, Cinderela”, um programa de televisão conduzido por um apresentador famoso, e a bula de um remédio indutor de sono. Todos esses elos acionam as narrativas do espetáculo “Vamo acelera essa festinha”.
Esse é o primeiro solo da atriz Katerina Amsler, que também assina a dramaturgia do projeto, com direção de Júlia Horta. A peça apresenta uma linha tênue entre realidade e ficção costurada com o intuito de fazer o publico pensar nas consequências de diversas dinâmicas estruturais que se repetem historicamente. Além disso, o trabalho é, certamente, uma investigação que leva o espectador de uma pista a outra, na tentativa de tatear como seguir depois de um trauma.
Katerina Amsler conta, “Esse trabalho é uma provocação e, certamente, propõe que as pessoas pensem sobre a importância de identificar as raízes da violência contra a mulher como caminho para uma mudança real e urgente”.
A diretora Júlia Horta conta, que durante a pandemia, peça ganhou versão on-line. “Ainda que tivéssemos uma proposta intimista, existia a distância do público que nos assistia através de uma tela. Adaptar para o palco e ter o público presente, é abrir conversa de forma horizontal para entender junto como continuar dançando depois de viver um evento traumático”.
A peça está em cartaz no Espaço Cultural Sérgio Porto (Rua Visconde de Silva, s/n – Humaitá). Os ingressos podem ser adquiridos através da plataforma Sympla ou na bilheteria do teatro nos dias das apresentações.