Mais de 50 anos de carreira e uma bagagem musical repleta de hits que tocam o coração e permeiam a memória de milhares de brasileiros, entre eles ‘Evidências’, ‘Fio de Cabelo e ‘Galopeira’. Os ídolos do sertanejo raiz Chitãozinho & Xororó terão suas histórias contadas em ‘As Aventuras de José & Durval’, série dramatúrgica Original Globoplay. Com estreia marcada para 18 de agosto, os protagonistas da vida real ganham as telas pela interpretação dos atores, e também irmãos, Felipe e Rodrigo Simas. Na produção, que mistura fatos com situações fictícias, os artistas representam os músicos já na fase adulta, sendo Rodrigo na pele de José/Chitãozinho e Felipe como Durval/Xororó. Durante a infância, retratada nos três primeiros episódios da série – que chegam juntos à plataforma na data de estreia, os estreantes Pedro Tirolli e Pedro Lucas entram em cena. Os outros cinco episódios, de 45 minutos cada, serão disponibilizados um a cada semana até o dia 22 de setembro. Original Globoplay em parceria com a TV Globo e produção da O2 Filmes, ‘As Aventuras de José & Durval’ também conta com Andréia Horta, Marco Ricca, Màrjorie Gêrardi, Larissa Ferrara, Augusto Madeira, Thiago Brianti, entre outros. A série tem produção de Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck, direção geral de Hugo Prata e direção de episódios de Hugo Prata e Kitty Bertazzi. Os roteiros são de Duda de Almeida, Dan Rosseto, Diogo Leite e Rafael Lessa, que assina como roteirista-chefe. A herança musical que vem de berço Carisma puro dentro e fora dos palcos, José e Durval ingressaram cedo no universo musical, respectivamente aos 10 e 8 anos de idade. E tiveram a quem puxar o dom: dos pais, os afinados Araci e Mário, interpretados na série por Andréia Horta e Marco Ricca, que soltavam a voz e já haviam formado uma dupla sertaneja no passado. Além de cantar, Mário ainda era compositor. Ainda pequenos, um irmão prometeu ao outro que todo mundo ia ouvi-los cantar. E é claro que, ao longo da trama, a série mostra a evolução da dupla que virou um fenômeno e conquistou gerações, inclusive com números musicais de seus maiores sucessos. Dos ensaios na humilde casa da família às apresentações em quermesses, caravanas, circos e bares ao estouro nos anos 1980 e 90, o caminho foi longo e cheio de percalços. Quanto à seleção da trilha sonora para ‘As Aventuras de José & Durval’, diante das inúmeras músicas marcantes da dupla, o diretor Hugo Prata reforça que foi essencial um estudo minucioso da discografia para elencar quais seriam os pilares de cada episódio, elegendo uma canção como o grande tema da vez. “Uma música específica daquele ano, daquele momento, daquela fase da vida deles. O lema era costurar as canções no enredo sem que elas interrompessem a narrativa como um intervalo musical, mas levassem sempre a história para frente”, explica. Prata ainda comemora: “Lutamos para ser leal à história, aos valores e às qualidades deles. Foi o que nos esforçamos para entregar ao Brasil com o maior respeito e admiração que temos pelo trabalho de Chitãozinho & Xororó”. Cenário, figurino e caracterização refletem nostalgia Realizadas em 2022, as gravações da produção remetem ao passado de Chitãozinho & Xororó desde as locações no interior de São Paulo, nas cidades de Amparo, Jaguariúna, Santo Antônio de Posse, São Bento do Sapucaí e Carlos Gomes (bairro da cidade de Campinas). As fases, divididas entre infância e vida adulta da dupla, também proporcionam um clima saudosista. Para diferenciá-las visualmente, o diretor de fotografia Rodrigo Carvalho e o diretor de arte Frederico Pinto estabeleceram que o período deles como crianças seria apresentado em um tom mais terroso, com um ar nostálgico associado à terra, ao campo e ao western. Um mundo sem luz elétrica, mais remoto, onde o próprio uso de luz de velas enfatiza naturalmente essa característica e cria uma fotografia mais monocromática, que ganha cor conforme os protagonistas crescem e vão se afastando desse universo, rumo à cidade grande. A passagem de tempo também pode ser observada no vestuário e, para a figurinista Verônica Julian, esse foi o maior desafio da produção. “A série começa em 1968 e vai até 1990. Tivemos o cuidado de reproduzir o figurino pelo olhar do mundo que eles viviam, que era um mundo do interior”. Para além das roupas, os cabelos também são cruciais para definir uma época, principalmente falando de dois artistas que também são icônicos pela cabeleira bem característica. Fotos de referência de Chitãozinho & Xororó foram inspiração para a maquiadora Mary Paiva reproduzir estilos de corte de forma verossímil e que combinassem com os atores Rodrigo e Felipe Simas. Durante a preparação, foi realizada uma decupagem do roteiro bem minuciosa com a equipe de caracterização, seguido de uma pesquisa de imagem em cima dos discos, batendo as datas para traçar uma linha do tempo e entender como os astros foram se transformando. Frederico ainda analisa que, qualquer trabalho de época, mesmo com diferentes graus de liberdade poética, precisa constituir aquele período: “Se você colocar um carro antigo, imediatamente volta para 40 anos atrás”. Em cena, alguns exemplos são a caminhonete de Mário (Marco Ricca), o ônibus da caravana de Geraldo Meirelles (Augusto Madeira) e o inseparável fusca azul que acompanhava Chitãozinho & Xororó pelo Brasil. “É um elemento que conta muito essa história, ainda mais se for na parte rural, dentro do mato, em um lugar onde não tem muita referência estética que marque um período específico. Os automóveis e os figurinos fazem esse trabalho essencialmente, transportam para aquele lugar. E é a junção desses elementos, carros, figurinos, objetos cênicos, que cria o ambiente passado”, conclui o diretor de arte da série.