O programa “Marília Gabriela Entrevista” deste domingo, dia 27, traz o lutador Minotauro, maior campeão brasileiro de MMA (Mixed Martial Arts – Artes Marciais Mistas). Ele conversa sobre sua vitoriosa carreira, suas próximas competições e a respeito do crescimento da visibilidade do esporte no país. Nascido Antônio Rodrigo Nogueira em 1976 no município de Vitória da Conquista (BA), Minotauro ganhou o apelido na academia de artes marciais, por ser considerado um adversário difícil mesmo na hora dos treinos.
Com 33 vitórias e apenas seis derrotas no currículo, ele tem como sócio em sua empresa seu irmão gêmeo e também lutador de MMA, Rogério Minotouro, mas garante que não há competição entre eles. “Quando se é adulto, o que fica é a amizade”, conta Minotauro, que confirma pequenos desentendimentos normais quando eles eram crianças. Entre as grandes influências do atleta, estão os lutadores Cigano e Anderson Silva – este último também um grande amigo.
Minotauro começou a lutar artes marciais aos quatro anos, por influência da mãe, dona de uma academia. “Quando eu tinha 11 anos, fui atropelado por um caminhão”, conta ele, que chegou a ficar oito meses no hospital por conta do rompimento do diafragma, entre outras complicações. Ainda hoje ele sente dores na cicatriz nas costas, causada pela fratura de costelas. “Nenhuma situação que eu passei sem lutas se compara ao acidente”.
Com apenas 10% de gordura no corpo e excelente forma física, Minotauro diz que não teme os adversários. “Quando você faz esse tipo de luta, você é preparado para isso”. Sobre as provocações antes das lutas, ele diz não se irritar. “Tem gente que faz muita (provocação) e tem gente que faz por marketing. Mas dentro do octógono existe um posicionamento para a luta. Eu gosto de encarar o oponente e olhar para impor respeito”, explica. “O octógono é diferente do ringue, que é aberto, mais esportivo”.
O lutador revela ainda que é preciso treinar muito para chegar a um bom nível de competição. “Você treina três, quatro meses para uma luta de 15 minutos”, conta ele, que não se considera uma pessoa agressiva. “Eu sou muito calmo, eu sou baiano, né? (risos) Mas quando eu era pequeno, era hiperativo. Se eu tenho essa agressividade, eu libero no treino”.
Em relação à fama, ele mostrar ter os pés no chão, mas conta que já chegou a se deslumbrar logo depois que ganhou o título mundial. “É perigoso, você tem que saber lidar”, relata. Apesar de apaixonado pelo esporte, Minotauro também sente o peso da intensidade dos treinos. “Eu amo o que faço, mas já cheguei a enjoar pelo ritmo dos treinamentos. Treinar com dor também é desagradável”.
Recentemente, o lutador passou por mais uma prova de fogo: duas cirurgias no quadril e uma no ligamento cruzado do joelho que fizeram com que ele ficasse cinco meses usando muletas. Foram 790 horas de fisioterapia até a recuperação, coroada com a vitória no UFC, o primeiro título no Brasil. Minotauro torce para que o esporte ganhe cada vez mais adeptos e admiradores. “O MMA é tão visto quanto o futebol. A visibilidade é enorme”. Em dezembro, ele e seu irmão Minotouro lutam no mesmo dia pelo UFC 140.
Frase de Minotauro: “Nada resiste ao esforço”.