Após mais de um ano de pandemia, a atenção à saúde mental ganhou espaço e a busca por alternativas aumentou, para minimizar sintomas como estresse, ansiedade, cansaço e solidão. O yoga entra em cena neste momento como uma prática não apenas para o corpo, mas para a mente, que pode ser feito em casa, com as orientações corretas.
No programa Caminhos da Reportagem desta semana, o assunto é essa prática milenar, que tem uma data especial: 21 de junho, em que é comemorado o Dia Internacional do yoga. A data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas em 2014. O programa Yoga: um caminho para o equilíbrio vai ao ar neste domingo (27), às 20h, na TV Brasil.
Com o isolamento social, a aposentada Renata Varella teve que parar de praticar karatê, aikidô e equitação. Por isso, resolveu dar uma chance ao yoga, o que já tinha tentado fazer quando era mais nova. “Eu sou de artes marciais, então quando fiz yoga achei chato e parei, só retomei agora”, conta. Com aplicativos de celular e plataformas na internet, Renata começou a praticar e logo percebeu os benefícios. “Fiquei mais elástica, mais calma, faço exercícios de respiração e isso me ajuda, por exemplo, a montar a cavalo”.
Durante a pandemia, a professora brasileira de yoga Pri Leitte, que mora nos Estados Unidos, viu um aumento estrondoso nas buscas por suas aulas na internet, que já ultrapassam 42 milhões de visualizações. “A prática de yoga é bastante acolhedora, pode ser feita por qualquer idade, independentemente de gênero, flexibilidade ou de quanto você pesa”, explica. Pri Leitte mostrou isso ao ficar grávida nesse período e continuar as aulas até o último mês de gestação.
A autora do blog Cadeira Voadora, Laura Martins, é cadeirante e praticante de yoga há 25 anos. Desde a primeira vez em que procurou uma professora, não houve nenhum impedimento para que praticasse. “Simplesmente, a professora foi me passando os exercícios, me conhecendo para ver o que podia fazer e a gente foi se aperfeiçoando”, conta. O atual professor de Laura, Thiago Anício, explica que as posturas são adaptadas e, por isso, são possíveis a todas as pessoas. “O aluno coloca suas limitações, seus desejos e possibilidades, e o professor interpreta e adapta a aula para aquele corpo, para aquela necessidade”, afirma.
Na escola Mafagafo, em Brasília, a prática do yoga foi levada para crianças a partir de um ano e meio de idade. A professora Nambir Kaur conta que as aulas exigem uma preparação maior para entrar no universo lúdico infantil. Mas o retorno é recompensador. “Uma mãe me contou que estava nervosa e numa situação de tensão, quando a filha de 2 anos falou: ‘mamãe, respira!’ “.
O yoga se popularizou no mundo ocidental a partir do movimento hippie, nos anos 60. Anos depois, o professor de Educação Física e especialista em yoga Marcos Rojo teve contato com a prática, ainda na faculdade. Fez diversos cursos na Índia e, já no Brasil, montou, com outros professores, o primeiro curso de especialização em yoga numa universidade brasileira. Ele afirma que a prática no Ocidente tem muita ligação com a parte física: “o yoga não está nem um pouco preocupado se você tem habilidades de plantar bananeira, se seu pé encosta na orelha; o iyga quer fazer do corpo uma ferramenta para o caminho espiritual”, explica.
A íntegra do Caminhos da Reportagem fica disponível no site do programa.