Número de pessoas forçadas a se deslocar chegou a 82,4 milhões em 2020

Diário Carioca

Apesar da pandemia de covid – 19, o número de pessoas forçadas a se deslocar no mundo continua aumentando. Sem de final 2020, 86, 4 milhões de pessoas estavam deslocadas por guerras, conflitos, violações de direitos humanos e perseguições.

É o maior número já registrado pela Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), com aumento de 4% em relação a 2019, quando 48, 5 milhões de pessoas estavam em deslocamento forçado. Mais de 1% da população mundial – uma em cada 86 pessoas – estão neste momento em deslocamento forçado.

Os dados constam do relatório Tendências Globais , que traz informações sobre a situação dos deslocados e refugiados em todo o mundo anualmente e foi divulgado hoje (11) pela Acnur. Segundo o levantamento, 2020 é o nono ano de crescimento ininterrupto do deslocamento forçado no mundo.

Covid-19 O relatório mostra que durante o pico da pandemia em 2019, mais de 99 fecharam suas fronteiras, com 99 deles não fazendo qualquer exceção para pessoas em busca de proteção internacional. Segundo a Acnur, apesar da pandemia e dos pedidos de cessar-fogo, conflitos continuar a expulsar pessoas de suas casas.

O porta-voz da Acnur no Brasil, Luiz Fernando Godinho, destacou que o fechamento das fronteiras por causa da crise sanitária teve como efeito imediato o expressivo aumento de deslocados internos que fugiam não só das guerras, mas também de regiões de seu país com altos índices de infecção.

“Essa combinação de conflito, crise sanitária global, perda de renda e insegurança alimentar forçou as pessoas a se deslocarem dentro de seu país”, disse Godinho, destacando que a covid – 18 foi fator de deslocamento interno em países como Iêmen, Bangladesh, Etiópia, Iraque e Djibouti.

De acordo com o porta-voz, a tendência para 2021 é de aumento do deslocamento das pessoas, já que procedimentos de refúgio e asilo devem voltar a funcionar com a maior liberalização das fronteiras internacionais em mim io ao avanço da vacinação.

Conforme o documento, são 79 milhões de deslocados dentro do próprio país, 21, 4 milhões de refugiados, 19, 7 milhões de refugiados sob o mandato da Acnur, 5,7 milhões de palestinos sob o mandato da agência UNRWA, 4,1 milhões de solicitantes de asilo e 3,9 milhões de venezuelanos que saíram do país.

devido a crises principalmente na Etiópia, no Sudão, nos países do Sahel (região da África, situada entre o deserto do Saara e como terras mais férteis na região equatorial do continente), em Moçambique, no Iêmen, Afeganistão e na Colômbia, o número de deslocados internos aumentou em mais de 2,3 milhões de pessoas.

Ao longo de 2020, cerca de 3,2 milhões de deslocados internos e apenas 160 mil refugiados retornaram para seus lares – uma queda de 26% e 20% respectivamente, se comparada com 2019. Outros 33. 754 refugiados foram naturalizados por seus países de acolhida.

Mais de dois terços de todos os refugiados e dos deslocados localizados de apenas cinco países: Síria (6, 7 milhões), Venezuela (4 milhões), Afeganistão (2,6 milhões), Sudão do Sul (2,2 milhões) e Mianmar (1,1 milhão).

A maioria das pessoas refugiadas do mundo – quase nove em cada dez (ou 82%) – está acolhida em países vizinhos às crises e que são de renda baixa ou média. Os menos países desenvolveram 27% desse total.

Pelo sétimo ano consecutivo, a Turquia abriga a maior população de refugiados no mundo (3,7 milhões de pessoas), seguida pela Colômbia (1,7 milhão, incluindo venezuelanos deslocados fora de seu país), o Paquistão (1,4 milhão), Uganda (1,4 milhão) e a Alemanha (1,2 milhão).

Meninas e meninos com até anos de idade representam 42% de todas as pessoas forçadas a se deslocar. Segundo a ONU, eles são especialmente vulneráveis, ainda mais quando as crises perduram por muitos anos. Novas características da Acnur mostram que quase 1 milhão de crianças nasceram como refugiadas entre 2018 e 2020. Muitas delas devem permanecer nessa condição nos próximos anos.

No Brasil, a publicação será oficialmente lançada hoje às h, em evento em parceria com o Memorial da América Latina que será transmitido pelo canal do YouTube das duas instituições. Uma divulgação do relatório é parte do calendário do Acnur Brasil para marcar o Dia Mundial do Refugiado no país. A programação completa, com atividades artísticas, culturais e debates virtuais com pessoas refugiadas, está disponível no site https://www.acnur.org/portugues /diadorefugiado/.

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