O que está por trás da decisão americana de deixar o Conselho dos Direitos Humanos da ONU

Diário Carioca

Os Estados Unidos oficializaram a saída do Conselho dos Direitos Humanos da ONU nesta semana. Segundo a embaixadora norte-americana Nikki Haley, os outros países não tiveram coragem de se juntar aos Estados Unidos para reformar o órgão. A embaixadora classificou o conselho como um “órgão hipócrita”. Os Estados unidos estavam na metade de um mandato de três anos no principal organismo de direitos humanos da ONU.

Os americanos já tinham ameaçado sair do conselho se não houvesse a reforma, acusando 47 países membros de ser “anti-Israel”. Na época em que o órgão adotou cinco resoluções contra Israel pelo tratamento aos palestinos, a embaixadora chegou a declarar que o “foco desproporcional e a hostilidade em relação à Israel provam que o conselho é motivado por viés político, e não pelos direitos humanos”.

A decisão de saída foi tomada enquanto outro assunto polêmico envolve os Estados Unidos. A Unicef também denunciou nesta semana a dura prática dos americanos de separarem crianças dos pais imigrantes na fronteira com o México.

Segundo dados oficiais, cerca de 2 mil menores foram separados das famílias em um prazo de seis semanas. Com a polêmica, o presidente Trump cedeu às pressões e assinou nesta quarta-feira (20) uma ordem para evitar a separação das famílias de imigrantes que cruzarem a fronteira com o México. No entanto, disse que manterá a “tolerância zero” em sua política de imigração.

Desde que Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos, o republicano já deixou o acordo de Paris, sobre mudanças climáticas, e o acordo nuclear com o Irã. Essa é a primeira vez que um país anuncia a saída do quadro de membros em 12 anos de Conselho, sendo que a Líbia chegou a ser suspensa em 2011 por violações de direitos humanos durante a guerra civil no país.

Reportagem, Juliana Gonçalves

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