Projeção no Cristo Redentor marca o lançamento da nova fase do projeto Verificado, da ONU

Diário Carioca
Cristo Redentor - Foto: divulgação

Neste domingo, 7 de agosto, a campanha #ParaCadaUma, nova etapa no Brasil da iniciativa global Verificado, da Organização das Nações Unidas (ONU), foi lançada aos pés do Cristo Redentor com a participação de representantes de diferentes religiões. No dia em que a Lei Maria da Penha completa 16 anos, foi feita uma projeção no monumento cartão postal do Rio de Janeiro com nomes de mulheres e os tipos de violência previstas na legislação.

Representantes do budismo, candomblé, catolicismo, espiritismo, evangelismo, hare krishna, islamismo, judaismo e umbanda se reuniram em ato inédito sobre o tema e falaram sobre a necessidade e a urgência do enfrentamento à violência doméstica e familiar. Entre os representantes religiosos presentes no ato, o monge budista Dokan Sensei destacou que é preciso conhecer as singularidades de cada mulher em sofrimento para que se possa agir de forma assertiva: “Para impedir que todas as formas de violência se disseminem, é preciso ouvir e atuar, em sua diferença, em defesa de mulheres cis e trans, negras, brancas, indígenas, e de todas as formas de crença ou de não crença. Diferença e equanimidade são palavras-chave. Como estamos interligados, cada pensamento, palavra e ação de cada um nós faz diferença. Vamos nos comprometer”. A cantora Kell Smith embalou o momento com canções que exaltam a força feminina como “Era Uma Vez”, “Respeita as Mina”, “Seja Gentil” “Vivendo”.

Roberta Caldo, do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), reforçou que jogar luz sobre o tema é também conscientizar as pessoas de que qualquer tipo de violência contra as mulheres não é apenas inaceitável, é crime: “Informação é poder. E o poder de alertar e denunciar a violência contra as mulheres está em nossas mãos. Está também na união de todos”.
 

Beatriz Acioly, representante do Instituto Avon, destacou que a indignação e a luta dos movimentos de mulheres foram fundamentais para cada passo dado pelo direito a uma vida sem violência: “Este encontro é de importância histórica. As mulheres e os homens de fé reunidos aqui manifestam o desejo de um mundo socialmente igualitário. Nesta noite, que é um ato de memória, relembramos as mulheres vítimas de feminicídio às quais não permitiremos o esquecimento”.
 

O ato no Santuário Cristo Redentor se soma a outras intervenções. O Planetário e a Oca Ibirapuera, administrados pela Urbia, em São Paulo, também participam da campanha usando a iluminação lilás, assim como o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, e o Teatro Amazonas, em Manaus. A mobilização acontece para acompanhar o Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher no Brasil.
 

As linhas 4, 5, 8 e 9 do trem e o metrô de São Paulo terão 20 portas de vagões adesivadas e haverá a transmissão de mensagens de combate à violência doméstica e familiar nos monitores de vagões e plataformas. O VLT Carioca e a Eletromidia também apoiam a causa com a divulgação do projeto nas telas, e monitores eletrônicos na ciclofaixa da Marginal Pinheiros, em São Paulo, trarão informações sobre o tema
 

Baseando-se na legislação vigente sobre o assunto — Lei Maria da Penha –, a campanha #ParaCadaUma pretende nomear e exemplificar todos os tipos de violência contra as mulheres. O objetivo é fazer com que cada uma das cinco violências (psicológica, moral, patrimonial, sexual e física) seja identificada e nomeada, abrindo espaço para o enfrentamento a cada uma delas. Essas informações, bem como dados que aprofundam o tema, além de opções de redes de apoio e canais de denúncia, vão integrar o site da campanha, que já está no ar. Criadoras de conteúdo, como Ana Fontes, Lua Barros e Zannandra Fernandes, também se juntam à campanha em suas redes para amplificar a mensagem da iniciativa. As redes sociais da ONU também vão disponibilizar conteúdos sobre o assunto.

A campanha brasileira #ParaCadaUma é parte da iniciativa global Verificado da ONU e tem apoio institucional do Instituto Maria da Penha e Instituto Avon, além de colaborações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Eletromidia, Farah Service, Grupo CCR, Instituto CCR, Museu de Arte do Rio, Museu do Amanhã, Nigro Entretenimento, Santuário Cristo Redentor, Urbia, ViaMobilidade, ViaQuatro e VLT Carioca.

Sobre Verificado – O projeto Verificado é coordenado no Brasil pelo Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) e conta com a colaboração da Purpose, uma das maiores organizações de mobilização social do mundo. É uma iniciativa global da ONU que implementa campanhas de comunicação para impacto na vida real. Fornece informações que salvam vidas, ao mesmo tempo em que cria resiliência de longo prazo contra desinformação e falta de informação. Acesse aqui para mais informações.

No Brasil, durante a pandemia da COVID-19, as ações do projeto Verificado incluíram exposição com a Turma da Mônica no Metrô de São Paulo; festival de música online Cada Um De Nós, com participação de 27 celebridades; e colaborações com Agência Lupa, Gloob, Quebrando o Tabu, Cartoon Network, Comitê Olímpico e Paralímpico Brasileiro, Dráuzio Varella, entre outros.

Sobre o Instituto Avon – O Instituto Avon é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua na defesa de direitos fundamentais das mulheres, por meio de iniciativas nas causas da atenção ao câncer de mama e do enfrentamento às violências contra as meninas e mulheres. Por meio de ações próprias e também de parcerias com instituições da sociedade civil, setor privado e poder público, o Instituto Avon se concentra na produção de conhecimento e no desenvolvimento de iniciativas que mobilizem todos os setores da sociedade para o avanço das causas. Desde a sua fundação em 2003, o braço social da Avon no Brasil já investiu R$ 180 milhões no país em mais de 400 projetos, beneficiando diretamente mais de 5 milhões de mulheres e engajando mais de 130 empresas privadas em suas iniciativas

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca