O dinheiro sempre foi um bem muito presente no dia a dia da sociedade. Mesmo antes da invenção das moedas, lá nos tempos primórdios utilizava-se o escambo como forma de suprir suas necessidades, trocando mercadorias ou, posteriormente, o sal.
“No geral, esse mecanismo se manteve até os dias atuais. Se pararmos para pensar, quando realizamos uma compra trocamos certa quantidade de dinheiro por outro produto ou serviço”, explica João Esposito, CEO da Express CTB – accountech de contabilidade.
Com o avanço da tecnologia, surgiram as criptomoedas – moedas digitais que, diferentemente do real ou do dólar, só existem na internet. A primeira criptomoeda foi o Bitcoin – que, no caso, não é considerada uma moeda digital, mas ativos digitais criados com base em algoritmos e recursos de programação. O Bitcoin foi criado por Satoshi Nakamoto, e seu objetivo era criar uma possibilidade de troca financeira descentralizada, ou seja, sem envolvimento direto com órgãos do governo para controlar, intermediar ou autorizar transações.
A evolução dos criptoativos chamou a atenção dos Tesouros Nacionais, que começaram a avaliar a ideia de introduzir efetivamente uma moeda digital no sistema financeiro mundial. Essa pauta chamou atenção de países como a China, que já implementou sua própria moeda, e os Estados Unidos, que desenvolveu um cronograma para lançar uma versão de Dólar Digital até 2025.
O que poucos sabem é que existe uma diferença entre criptoativos e moedas digitais. Diferentemente dos criptoativos, como é o caso do Bitcoin, as moedas digitais possuem ligação com o Estado. Elas dispõem de emissão soberana e circulação forçada, ou seja, devem se tornar as moedas recorrentes dos países.
De acordo com Esposito, “A desmaterialização do dinheiro vem ocorrendo desde a criação dos cartões de débito e crédito, quando cédulas de papel começaram a ser substituídas por um “dinheiro de plástico”, que é o caso dos cartões”.
Essa proposta apresenta inúmeros benefícios para a população, como o impacto no comércio internacional. Para o Banco Central, essa novidade pode permitir a integração global, visto que essas moedas poderão ser utilizadas em transações válidas para o mundo inteiro. “Vale ressaltar que ainda não foram divulgadas informações sobre as taxas de câmbio. Mesmo assim, a facilidade da operação é capaz de beneficiar muito um país”, diz Lisiane Queiroga, coordenadora fiscal da Express CTB.
Outra vantagem da implementação de moedas digitais é o fato delas serem rastreáveis. Esse rastreamento reduz as ocorrências de lavagem de dinheiro, além de ser benéfico para o meio ambiente, com a diminuição da emissão de papéis. Ainda, as criptomoedas possuem influência direta na redução dos assaltos a bancos.
“Agora, cabe aos Estados descobrirem maneiras de operacionalizar essa nova tecnologia. Nós sabemos que o celular é um equipamento popular para a sociedade, mas é importante não esquecermos da população menos favorecida”, destaca o CEO.
Ainda não existe data estipulada para o lançamento desse novo meio de transações financeiras aqui no Brasil.