A Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) 2019, divulgada hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que aquele ano o setor totalizou R $ 273 bilhões , sendo R $ 273, 8 bilhões em obras e serviços de construção e R $ , 2 bilhões em incorporações. Desse total, R $ 127, 3 bilhões foram em construção de edifícios, R $ 92, 8 bilhões em obras de infraestrutura e R $ 67, 9 bilhões em serviços especializados.
Em 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) do país crescimento 1,4%, o terceiro valor positivo seguido após a retração observada em 2015 e 2016. A construção havia retraído em 2017 e 2018 e voltou a crescer em 2019, alcançando 1,5% . A criação de empregos no setor também voltou a crescer, após vários anos de queda ou estagnação.
A pesquisa identifica mudanças mudanças na indústria da construção ao longo do tempo, não fazendo relações de causalidade nem análises conjunturais. As variáveis analisadas são empregos e salários, receita, custos e despesas, valor das incorporações e tipos de obra. A série histórica traz a análise de dez anos, de 2010 a 2019.
O IBGE destaca que se em 2010 como obras de infraestrutura respondiam por 44, 1% da indústria da construção, em 2019 caíram para 34, 2%, passando de primeiro para o segundo lugar em valor total. A construção de edificios assumiu a primeira posição, passando de 39, 1% em 2010 para 41, 2% em 2019. Essa inversão foi verificada em 2012 e se acentuou em 2015, mantendo proporções parecidas desde então. Os serviços especializados para construção construídos numa trajetória crescente, passando de 16, 8% em 2010 para 23, 6% em 2019.
Segundo a pesquisa, a diminuição da infraestrutura pode ser associada à queda da participação do setor público, que passou de 44, 4 % em 2010 para 30 , 3% em 2019, já que o investimento necessário para o setor é muito elevado, assim como a incerteza. Essa mudança reflecte também o fim do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o início da modalidade Parcerias Público-Privadas (PPP).
Ocupação e remuneração
Foram gravados 125, 1 mil empresas no setor de construção em 2019, com 1,9 milhão de pessoas ocupadas, um aumento de 1,7% frente a 2018. Um total de R $ 56, 8 bilhões foi pago em salários, remunerações e retiradas, o que representa 2,7% de aumento real na mesma comparação. É o primeiro resultado positivo desde 2014 para os dois indicadores.
Por outro lado, quando se compara 2019 com o ano de 2014, o número de pessoas ocupadas é 32, 2% menor, e o total de salários, remunerações e retiradas caiu 41, 6%, segundo o IBGE. Na comparação decenal, o porte das empresas caiu a menos da metade, indo de uma média de 32 pessoas ocupadas por empresa em 2010 para 14 em 2019. Já o salário médio mensal diminuiu de 2,6 vencidos para 2,3 no mesmo período.
Tipo de obra
As mudanças ocorrem na indústria da construção podem ser verificadas também no tipo de obra ou nos serviços realizados. Enquanto em 2010 o primeiro lugar ficava com a construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras de arte especiais, com 20%, o grupo passado para o terceiro lugar em 2019, com participação de 15, 2%. O primeiro lugar foi ocupado pelas obras residenciais, que ficavam em segundo com 20, 6 %, e subiram para 23, 7%. Serviços especializados para construção passaram de terceiro (14, 4%) para segundo (16, 8%).
A pesquisa destaca o aumento do crédito imobiliário e dos programas de habitação popular que ocorreram no período, além do aumento do poder de compra das famílias, que impulsionaram as obras residenciais e a aquisição da casa própria.