Pesquisa Industrial Anual Empresa (PIA Empresa), divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o Brasil tinha 309 mil empresas ativas no setor em 2018, com um ou mais empregados, que ocuparam 7,7 milhões de pessoas e pagaram um total de R$ 308 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações.
A receita líquida de vendas, apurada pelo setor industrial no ano pesquisado, somou R$ 3,4 trilhões, dos quais R$ 3,2 trilhões foram gerados pelas indústrias de transformação e R$ 192 bilhões pelas indústrias extrativas. As grandes empresas participaram com 67,8% da receita líquida de vendas em 2018, revelando expansão em relação a 2009 (67,1%). Os dados foram coletados no ano passado.
A PIA Empresa mostra ainda que a atividade industrial gerou R$ 1,4 trilhão de valor na transformação industrial. Esse total é resultado da diferença entre um valor bruto da produção industrial, de R$ 3,1 trilhões, e os custos de operações industriais, de R$ 1,7 trilhão. As indústrias de transformação contribuíram com 90,6% desse montante.
O faturamento bruto total das empresas em 2018 alcançou R$ 4,8 trilhões, sendo 77,8% da venda de produtos e serviços industriais (contra 74,7%, em 2009); 8,6% decorrentes da receita gerada por atividades não industriais (6,5%, em 2009);e 13,6% por outras receitas, como rendas de aluguéis, juros relativos a aplicações financeiras, variações monetárias ativas e resultados positivos de participações societárias, contra 18,8% em 2009.
Empregos
A atividade industrial empregou cerca de 7,7 milhões de pessoas em 2018, sendo 7,5 milhões nas indústrias de transformação e 0,2 milhão nas indústrias extrativas. O IBGE destacou, porém, que nos últimos dez anos, o pessoal ocupado nas indústrias extrativas cresceu 14,4%, enquanto as indústrias de transformação, que são responsáveis por 97,6% do total de pessoas ocupadas na indústria, perderam cerca de 203,2 mil empregos. Isso gerou queda de 2,3% no total de empregos no setor.
As atividades da indústria de transformação que apresentaram maior crescimento no número de pessoas ocupadas entre 2009 e 2018 foram manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (27,9%), fabricação de bebidas (28,1%) e fabricação de produtos alimentícios (15,5%). As maiores quedas foram observadas na fabricação de produtos de madeira (-21%), na fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-17,7%) e na confecção de artigos de vestuário e acessórios (-18,6%).
Entre as indústrias extrativas, o destaque foi para a atividade de extração de petróleo e gás natural, que registrou em 2018 aumento de 597,6% na ocupação. A queda mais significativa foi registrada na extração de carvão mineral (-33,5%), seguida da fabricação de produtos de madeira (-21%).
Salários
O salário médio mensal na indústria, medido em salários mínimos, foi de 3,2 em 2018, contra 3,4 em 2009, segundo a PIA Empresa. As indústrias extrativas, que pagavam 5,4 salários mínimos em 2009, reduziram para 4,8 em 2018. Queda foi registrada também nas indústrias de transformação, que pagavam 3,4 salários mínimos em 2009 e reduziram para 3,2 em 2018.
Os salários mais altos foram pagos, respectivamente, pela indústria de extração de petróleo e gás natural (25,2 salários mínimos), atividades de apoio à extração de minerais (10,3) e fabricação de coque, de produtos derivados de petróleo e de biocombustiveis (8,6). Em média, cada empresa industrial empregou 25 pessoas em 2018, contra 26 em 2009.
No ano da pesquisa, o empregado das indústrias extrativas gerou, em média, R$ 678,2 mil em termos de produtividade, contra R$ 163,1 mil do trabalhador da área de transformação. A média de concentração no setor industrial brasileiro subiu de 21,4%, em 2009, para 24,2%, em 2018.
No período de dez anos, tanto as indústrias extrativas quanto as indústrias de transformação ampliaram o nível de concentração de 67,7% para 74% e de 20,4% para 22,3%, respectivamente. A PIA Empresa identificou um total de 187,7 mil unidades locais industriais, com cinco ou mais pessoas ocupadas. Segundo o IBGE, uma unidade local é o espaço físico no qual são desenvolvidas as atividades econômicas de uma empresa.
De acordo com a sondagem, a participação das indústrias extrativas na geração de valor no total da indústria evoluiu de 9,6%, em 2009, para 14,7%, em 2018, atingindo o maior índice da série, iniciada em 2007. Por outro lado, as indústrias de transformação mantiveram participação predominante em 2018, com 85,3%, embora tivessem recuado no período de dez anos. Em 2009, sua presença na geração de valor da indústria era de 90,4%.
Por regiões
Em termos regionais, a pesquisa revela que a liderança no ranking de produção no Brasil em 2018 foi exercida pela Região Sudeste, com 58,3% do valor da transformação industrial, seguida pelas regiões Sul (19,0%), Nordeste (10,3%), Norte (6,9%) e Centro-Oeste (5,5%). Na comparação com 2009, entretanto, o Sudeste caiu 2,4 pontos percentuais. A Região Centro-Oeste mostrou a maior evolução em termos de composição nacional do valor da transformação industrial em dez anos, de 1 ponto percentual.