O estado real do Real Digital

Diário Carioca
O Brasil tem hoje 7,6 bilhões de cédulas e 28,6 bilhões de moedas em circulação. No fim de 2020, eram 8,5 bilhões de cédulas e 27,8 bilhões de moedas – uma queda de 11% em relação a 2020, de acordo com o Banco Central. A queda tem muitas variantes e explicações, mas também é um sinal de um país em franca digitalização. O sucesso do Pix como ferramenta de pagamento e o intenso processo de bancarização que o Brasil tem passado com o Auxílio Emergencial mostram a necessidade por novas soluções digitais para o mercado financeiro. E no meio dessa onda, vem chegando o Real Digital.

Esta é uma ferramenta conhecida no mundo todo como Central Bank Digital Currency, ou CBDC. É uma versão digital da moeda de um país, no caso, o Real. É uma criptomoeda? Não. Existe uma diferença bem grande, já que o Real Digital é um “ativo real” e as criptos caem na categoria de “ativos financeiros”. O ponto aqui, é fazer com que a nova moeda seja parte da vida das pessoas e traga retornos diretos para a sociedade, relacionando seu valor diretamente à capacidade produtiva das pessoas. Para você entender, as criptomoedas não têm uma presença física, são mais parecidas com documentos negociados no mercado financeiros, em vez de bens ou mercadorias.

Na prática, a ideia é que o Real Digital seja implementado a partir de 2024. Com uma aplicação complexa, que vai desde a integração da nova moeda com os sistemas de pagamento atuais até a Internet das Coisas (IoT) – onde uma geladeira pode identificar a falta de um ingrediente e já fazer uma compra sozinha com uma moeda digital –, a nova modalidade pretende criar carteiras de pagamento instantâneos e inteligentes para pagamentos recorrentes, como pedágios ou assinaturas digitais. As vantagens estão no processo de movimentação financeira, que fica mais fácil e acessível para as instituições e clientes.

No final das contas, o modelo não pretende acabar com o dinheiro físico e sim, fomentar a criação de novos modelos de negócio com foco em tecnologia e com extrema segurança, já que a centralização do Banco Central garante a idoneidade de todo processo.

E o mundo Open?

Segundo Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, existe um trabalho diário para uma integração das soluções financeiras digitais. A ideia é criar um universo onde o Open Banking, o Open Finance, o Pix e o Real Digital estejam todos na mesma plataforma, fazendo com que a experiência do usuário fique mais inteligente.

“Não é razoável imaginar que daqui há 3, 4 ou 5 anos as pessoas ainda vão ter que abrir individualmente os aplicativos dos bancos que têm conta. Isso não vai acontecer, vai ser tudo integrado”, declarou Campos Neto em uma entrevista ao portal CNN Brasil.

Um único aplicativo pode conter todas as informações, dados, insights e operações de todas as contas bancárias de um mesmo usuário, on-line e off-line. E usar isso para fazer com que o mundo das operações bancárias e financeiras se torne, realmente, acessível.

Esse movimento deve facilitar várias demandas que impactam a vida das pessoas diretamente. A aprovação de créditos, por exemplo, será mais fidedigna à real possibilidade e responsabilidade individual. Será possível saber se quem pede o dinheiro é um bom pagador ou quanto dinheiro, realmente, gira mensalmente na conta dele.

No caso da carteira de investimentos, o impacto também é certo. Os bancos e instituições poderão oferecer planos personalizados, que valorizam retornos, levando em conta o histórico de débitos, créditos e gastos mensais.

Nessa linha, também apontamos a educação financeira. Com uma planilha completa, é possível visualizar todos os gastos mensais, entradas de verba e oferecer soluções que resultem em melhores resultados.  

É o que nós da Finansystech, gostamos de chamar de democratização do acesso às facilidades financeiras. O avanço do Open Finance, Open Banking, Pix e Real Digital vai atingir a todos. E eles não têm limites de onde podem chegar.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca