Se tem algum setor da economia que sofreu fortemente os golpes da pandemia e a paralisação de atividades e o do turismo. Em termos internacionais o panorama é desalentador. Segundo um relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD em inglês), a crise no turismo ocorrida nestes anos (2020/2021) pode custar uma perda de mais de US$4 trilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) global. Para os especialistas da Organização Mundial do Turismo, os níveis pré-covid só serão alcançados, no mínimo, em 2023.
Aqui no Brasil a questão não varia muito. É que para lograr uma verdadeira retomada das atividades turísticas são muitos os fatores que precisam ser combinados: um incremento no percentual de população vacinada (tanto nacional como estrangeira), normalização das frequências dos principais meios de transporte, e o controle das novas cepas que continuam aparecendo ao longo do globo e que tornam incerto o panorama.
Contudo, um dos principais aspectos vinculados com a queda no turismo é a falta de capital disponível por parte das famílias. Com o nível recorde de desemprego atual, a maioria das pessoas se preocupam por obter dinheiro para cobrir despesas do dia a dia, e a ideia de viajar fica no ultimíssimo plano.
Tanto no setor público como no privado, os atores estão tentando desenvolver ferramentas de estimulação à atividade, e de ajuda para os mais prejudicados: agências de turismo, hospedagens e até os próprios consumidores.
Uma das propostas que chama a atenção é a anunciada pelo grupo Decolar que, através da sua fintech Koin, vai disponibilizar créditos pessoais por valores até R$25 mil. Os usuários podem utilizar o dinheiro emprestado para poder viajar, pagando passagens de voo, hoteis, estadias, etc. Ainda mais, quem precisar poderá utilizá-lo para assuntos alheios ao turismo como pagar contas em atraso.
As condições do empréstimo
A solicitude passará por uma análise para a concessão, desenvolvida com inteligência artificial, chamada de ‘aprovação de perfil simplificada’. Não é preciso entregar nenhum tipo de garantia e, uma vez aprovado, o valor é transferido num prazo de até três dias.
O valor dos juros é bastante atrativo e menor aos cobrados pelas outras fintechs mais importantes como Lendico (2,9%), Rebel (2,2%), Nubank ou Geru (desde 2% ao mês). Mesmo que o preço varia dependendo do perfil do cliente, a taxa aplicada vai de 1,29% ao mês.
A pessoa não precisa ser cliente da Decolar para contratar. De fato, a operação do empréstimo não pode ser feita no site de turismo e sim unicamente no da Koin.
Sobre o uso do dinheiro a companhia aclara que é de livre uso, a única diferença é que se a pessoa quiser viajar comprando desde Decolar, simplifica a operação utilizando o boleto gerado pela Koin. Ainda assim é uma boa oportunidade para poder tirar dívidas que talvez geram juros bem mais altos e difíceis de quitar: é só pensar que hoje em dia 70% das famílias brasileiras estão endividadas e 10,8% delas declararam não ter condições de pagar, permanecendo inadimplentes.