O resultado do Piauí foi o maior já mensurado desde setembro do ano passado, o que significou uma crescente retomada das atividades. Para o deputado federal Merlong Solano (PT-PI), o quadro repercute positivamente nas finanças do estado, já que incentiva a circulação de riquezas na economia.
“A principal consequência dessa retomada é no campo social, já que a construção civil é um setor abundante em geração de emprego. Quando ela se anima, na sequência vem o aumento nas contratações, o que é muito importante”, pontua.
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Os dados apresentados foram divulgados por meio da Sondagem da Indústria da Construção Civil, feita pela Federação das Indústrias do estado do Piauí, com a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Pelo balanço, é possível verificar que a estabilidade nos empregos em todo o Nordeste ficou em 58,5%, em novembro. O Piauí, no entanto, superou a marca regional, atingindo 65,2% em relação à evolução no número de empregados na construção civil.
“Não tenho dúvidas de que a ajuda emergencial contribuiu muito para esse resultado. Os números da região como um todo mostram também que os efeitos nocivos da pandemia foram minimizados com esse auxílio. As pessoas estão fazendo mais compras, sobretudo pequenas reformas ou até mesmo construções, e isso realmente acaba alavancando o setor da construção civil”, avalia o presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), César Bergo. “O setor é o que mais emprega, é o que apresenta maior vantagem nessa geração de empregos”, completa.
Outros números
Segundo os números da Sondagem, a tendência é de aumento na compra de insumos e matérias-primas em torno de 47% para os próximos seis meses – a projeção para o Nordeste é de crescimento de 38%.
A pesquisa é considerada um termômetro para o setor de construção civil, em especial se indicar aumento de novos empreendimentos e serviços. Mas César Bergo faz um alerta. “A parte ruim é que o preço do material de construção também está subindo, inclusive acima da média da inflação, exatamente por conta dessa demanda.”
A expectativa da pesquisa é de que, até junho, o setor continue nessa evolução. “O ano de 2021 deve mostrar uma pequena recuperação, porque ainda temos que resolver a questão sanitária, mas ainda não o suficiente para voltarmos aos números anteriores à pandemia”, projeta o economista.