Um relatório da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, com base no relato de 830 mães, pais e responsáveis, aponta que a falta de acessibilidade prejudica a educação inclusiva de crianças e adolescentes com deficiência no estado.
O relatório, elaborado pelo Núcleo de Atendimento à Pessoa com Deficiência (Nuped) da Defensoria, aponta que as principais queixas são relativas à falta de profissional de apoio escolar (476 menções) e falta de adaptação curricular para aluno com deficiência (260 ocorrências).
Também foram relatados problemas como falta de mediador, falta de intérprete e instrutor de libras e braille, falta de sala multifuncional e de material adaptado à necessidade do aluno com deficiência.
As informações colhidas abordam a situação em escolas de 49 dos 92 municípios do estado.
A grande maioria dos que participaram do levantamento estuda ou convive com crianças ou adolescentes matriculados na rede pública municipal (77,2% dos casos).
Segundo a coordenadora do Nuped, a defensora pública Marina Lopes, os resultados da pesquisa demonstram que os problemas relativos à educação inclusiva existem não somente nas redes municipais de ensino, mas também na rede estadual, na rede federal e em escolas particulares.
“Isso reflete o capacitismo que permeia nossa sociedade. Não é possível mais admitir uma escola que não promova adaptações razoáveis ou ofereça apoios necessários aos estudantes com deficiência”, disse, em nota, a coordenadora do Nuped.
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro ingressou com 1.066 pedidos relacionados especificamente à mediação escolar para crianças e adolescentes com deficiência em vários municípios.