Por que temos a sensação de cair quando adormecemos?

Diário Carioca
Foto: Pexels

O sono é um dos processos mais importantes para garantir o bom funcionamento do corpo humano. Através dele, é possível repor as energias, regular o metabolismo e obter muitos outros benefícios.

Provavelmente, você já teve esse momento de descanso interrompido pela súbita sensação de estar caindo. Esse fenômeno é conhecido como “espasmo hípnico’’ e em alguns casos, pode ser acompanhado por uma alucinação visual.

De acordo com Flávio Landim, professor de Biologia da Plataforma Professor Ferretto – plataforma 100% online, com foco no conteúdo complementar para o Ensino Médio e preparação para o Enem e vestibulares – o espasmo hípnico ocorre quando os músculos das pernas – embora possa acontecer em todo o corpo – contraem-se rapidamente de forma involuntária, como um puxão ou um espasmo.  

Apesar de gerar um susto, Landim explica que a sensação não apresenta nenhum risco à saúde e faz parte do processo de transição entre o estado em que estamos acordados para o momento em que iremos adormecer.

Como ocorre?
Existem algumas hipóteses para a causa do espasmo hípnico, mas uma delas é que durante o sono, o nosso cérebro continua trabalhando, por mais que o corpo esteja desligado do que acontece no exterior.

Entretanto, o controle dos músculos apresentam uma resistência maior a esse “desligamento’’ e acabam reproduzindo alguns sinais enviados pelo cérebro como espasmos. O movimento dos “sustos’’ ou “pulos’’ que o nosso corpo realiza, são espontâneos e caracterizam o espasmo hípnico. “A ansiedade e inquietação antes de dormir, afetam diretamente na ocorrência dos espasmos, uma vez que o corpo relaxa, mas a mente ainda está ativa e faz com que o sistema nervoso desperte a pessoa para que mente e corpo se integrem antes da fase de sono profundo’’ explica o professor.

Por que isso acontece?
Landim explica que como o espasmo hípnico está relacionado com a atividade motora, é provável que tudo aquilo que mantém ativo o nosso sistema motor, à noite aumente as possibilidades de experimentar esse fenômeno. Em relação à intensidade da sensação, pode variar de acordo com os estímulos recebidos durante o dia.

Assim, a cafeína – e outros estimulantes -, o exercício intenso no final do dia, e até mesmo a elevação nos níveis de estresse e ansiedade à noite, são associados a uma maior probabilidade de que ocorra o espasmo hípnico. “O fenômeno está ligado à qualidade do sono, de modo que até mesmo os baixos níveis de alguns nutrientes minerais como magnésio, ferro e cálcio possam influenciar nos episódios dos espasmos” complementa o docente.

De forma geral, o biólogo assegura que apesar de desconfortável, a sensação de acordar como se estivesse caindo, é normal e inofensiva. ‘’Não apresenta risco, sendo, inclusive, muito comum, com 2/3 das pessoas relatando que apresentam regularmente ou já apresentaram espasmos hípnicos”, finaliza ele

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