Há 100 anos, o Brasil conquistava suas três primeiras medalhas olímpicas, nos Jogos de Antuérpia, na Bélgica, em 1920. Em sua primeira participação em olimpíada, a delegação brasileira marcou presença em cinco modalidades: natação, polo aquático, remo, saltos ornamentais e tiro esportivo.
Mas foi no tiro que o Brasil foi muito bem-sucedido, conseguindo uma medalha de ouro, com Guilherme Paraense, na pistola rápida individual.
As outras medalhas vieram na pistola livre 50 m, uma prata com Afrânio Costa, e na pistola livre em equipe (um bronze).
A participação da equipe de tiro brasileira foi marcada por adversidades, como uma viagem de um mês em um navio pouco confortável para chegar à Europa e o furto de armas e munições do time antes da competição. Os brasileiros só conseguiram participar porque atletas americanos emprestaram duas de suas pistolas, além de munições.
“Não foram atletas indo competir. Aquilo foi uma verdadeira aventura. E isso valorizou muito a medalha”, destacou hoje (12) o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, durante uma cerimônia de comemoração ao centenário das conquistas no Centro de Tiro Esportivo do Rio de Janeiro.
As três medalhas seriam as únicas do tiro esportivo em olimpíadas por 96 anos, até que o paulista Felipe Wu conquistasse uma prata na pistola de ar 10 m nos Jogos Rio 2016.
“Para o esporte, o mais importante [da medalha de 2016] foi a visibilidade que a modalidade teve. O que eu desejo é que mais pessoas venham praticar e que a gente não tenha que esperar de novo 96 anos”, disse Wu.
Para comemorar a conquista do ouro em 1920, os Correios lançaram hoje um selo com a imagem de Guilherme Paraense. Já a Casa da Moeda lançou, na mesma cerimônia, uma medalha comemorativa.