Retornando ao cenário das grandes competições entre seleções, a Sérvia chega a Copa do Mundo da Rússia sem muitas pretensões, mas com a esperança de superar campanhas anteriores. Com um time jovem, os sérvios vão para o torneio com uma defesa sólida, mas com um ataque que deixa a desejar.
Fruto do desmanche da forte Iugoslávia, a Sérvia vai participar como país independente pela segunda vez de uma Copa do Mundo. Isso porque, além dos sérvios terem participado da Copa na época da extinta Iugoslávia, em 2006 se classificaram para a edição disputada na Alemanha como Sérvia e Montenegro.
No entanto, a separação dos países ocorreu um mês antes do torneio. A dissolução das confederações esportivas ocorreu após a participação da seleção no torneio, quando o time não foi além da fase de grupos, perdendo para Argentina, Costa do Marfim e Holanda. Do plantel de 2006, apenas dois jogadores eram montenegrinos.
Em 2010, a primeira participação como país independente passou longe de ser motivo de orgulho. Apesar da inesperada vitória sobre a Alemanha, as derrotas para Austrália e Gana encerraram o sonho sérvio de ir além da primeira fase.
A seleção principal não tem nenhum título de expressão, ao contrário das categorias de base. Em 2015, durante o Mundial sub-20, a Sérvia foi campeã justamente em cima do Brasil, que tinha em seu plantel Gabriel Jesus, atacante da seleção brasileira. Um feito histórico para o futebol local e para a geração de garotos que conta com nomes como Milinkovic-Savic, meia que atua pela Lazio, e Zivkovic, do Benfica.
E é justamente por conta do prestígio que os garotos conquistaram que surgiu um problema que chegará à Copa do Mundo. Apesar de ter conseguido a classificação, o então treinador Muslim foi demitido do cargo, em grande parte por não dar chance aos garotos que conquistaram o título mais importante da história do país. Sob a tutela do agora técnico Mladen Krstajic, os jovens ganharam chances nos últimos amistosos e foram convocados para a Copa.
Podemos dizer, no entanto, que o cara dessa seleção pode não ter o mesmo brilho técnico dos mais novos, mas é um verdadeiro guerreiro e exemplo de dedicação em campo. Estamos falando do volante Matic. Com 27 anos, o jogador começou a carreira na Sérvia, mas pouco mais de dois anos após a estreia no profissional, foi contratado pelo Chelsea.
Sem muitas chances no time de Londres, Matic teve passagens pelo Vitesse, da Holanda, e Benfica, de Portugal. No ano passado foi contratado pelo Manchester United e tornou-se homem de confiança do técnico Mourinho, que não abre mão de ter o jogador em seu time titular. Na seleção, Matic já atuou pelas categorias de base e é convocado para a seleção principal desde 2008.
Para conseguir a classificação, a equipe da Sérvia fez uma boa campanha nas eliminatórias, mas sem apresentar um futebol que encha os olhos. Com seis vitórias, três empates e uma derrota, os sérvios deixaram para trás País de Gales, Irlanda e Áustria. A seleção da região dos Balcãs é, em tese, a mais fraca do grupo E, que ainda tem Brasil, Costa Rica e Suíça.
A trajetória da Sérvia na Copa começa no dia 17, contra a Costa Rica, às nove da manhã, horário de Brasília.
Reportagem, Raphael Costa