Londres, 7 out (EFE).- A operação de venda do Newcastle, clube que disputa a primeira divisão do Campeonato Inglês, para o Public Investment Fund (PIF), fundo controlado pelo governo da Arábia Saudita, foi concluída, após o sinal verde dado pela Premier League.
A negociação havia sido rejeitada pela entidade que organiza a competição nacional em abril deste ano, devido a suspeita de transmissões piratas de jogos do Inglês para o Oriente Médio, através de uma emissora de televisão saudita.
“Todas as partes chegaram a um acordo de que a venda é necessária para acabar com a incerteza dos torcedores sobre os donos do clube. A Premier League recebeu a confirmação legal de que o Estado da Arábia Saudita não controlará o Newcastle”, indicou comunicado da liga, sobre outra questão que travava a negociação.
A operação está avaliada em cerca de 300 milhões de libras (R$ 2,25 bilhões) e deverá dar impulso importante para o clube, que almeja se tornar uma potência europeia, como aconteceu recentemente com Manchester City e Paris Saint-Germain.
Torcedores dos ‘Magpies’ se concentraram durante toda a tarde ao redor do estádio St. James Park, aguardando a confirmação da venda do clube, que nos últimos 14 anos teve como proprietário o inglês Mike Ashley.
Penúltima colocada do Inglês, com três pontos obtidos em sete jogos, a equipe deve passar por reformulação. A imprensa local aponta que uma das primeiras medidas deverá ser a demissão do técnico Steve Bruce.
ANISTIA INTERNACIONAL CONDENA.
A Anistia Internacional (AI) divulgou comunicado em que critica a Premier League pelo aval à venda do Newcastle para o fundo saudita, por não ter sido levada em conta a situação dos direitos humanos no país árabe.
“Ao invés de permitir que aqueles envolvidos com a violação dos direitos humanos entrem no futebol, apenas porque têm dinheiro, cobramos que a Premier League mude suas políticas de donos e presidentes, para que se adequem aos direitos humanos”, aponta a nota a AI.
A organização lembrou que outras modalidades, como boxe, golfe, tênis, assim como a Fórmula 1, já têm ligação com o governo saudita, que os usa para melhorar a imagem da nação.
“A Premier League tem que entender melhor como funciona a lavagem de dinheiro e ajustar sua política de donos”, conclui a AI. EFE